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Santos busca inscrições de padrinhos afetivos para adolescentes

Publicado: 17 de maio de 2023 - 18h00

Fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes que perderam o convívio familiar. Foi esse desejo que levou a professora Paula Gois a procurar o programa Apadrinhamento Afetivo desenvolvido pela Prefeitura de Santos. “Como professora já faço isso, mas queria que fosse algo além”, conta a educadora, que passou por todas as etapas de seleção e, desde o ano passado, é madrinha de uma jovem.

“Ela está presente de maneira maravilhosa. É uma luz, amiga, companheira. O programa veio preencher meu coração com muito amor e muita alegria. Sou uma outra pessoa depois do apadrinhamento afetivo”, emociona-se. A ‘madrinha’ da jovem de 14 anos, que passa finais de semana, feriados e festas na casa de Paula já conquistou toda a família. “Ela se dá bem com todos, com meu marido, com meu filho. Meus familiares vêm de São Paulo e já perguntam dela e quando virá para casa”, diz Paula.

Pedagoga, Paula Gois quis ir além do trabalho em classe para oferecer convivío familiar a uma adolescente

Para chegar a esse nível de entrosamento, a professora seguiu todos os passos até criar um vínculo de afeto com a adolescente. Para isso, ao se cadastrar no processo, os interessados apresentam documentos, passam por entrevistas e recebem visitas de técnicos em suas casas, além de passar por uma capacitação para apadrinhar (confira abaixo mais informações sobre como participar). “O curso ajudou muito. Você se sente amparada e percebe que está entrando na vida de alguém, mas não vai ser nada sozinha”, lembra ela, destacando que quem quer fazer parte do programa deve ter a responsabilidade e o compromisso de fazer parte realmente da vida do adolescente.

O PROGRAMA

A Prefeitura de Santos está no Programa de Apadrinhamento Afetivo, previsto em lei municipal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), desde 2020. De lá para cá já foram atendidos 17 afilhados. Realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), cria laços afetivos individuais e duradouros entre pessoas da sociedade civil com crianças e adolescentes que estão em abrigos, sem perspectiva de retorno ao convívio familiar.

A psicóloga Biancha Meneguin Pereira Bordinhon que, junto com a educadora Ivanir Cocchi, está à frente do programa, destaca que participações como a de Paula fazem toda a diferença na vida destes jovens que não têm chances de adoção ou retorno à família de origem. “Precisamos cadastrar interessados. Temos sete afilhados inscritos sem madrinhas ou padrinhos. A pessoa tem que ter, principalmente, disponibilidade de tempo e de afeto”, explica. Ela destaca que o apadrinhamento não é uma responsabilidade de guarda do adolescente, mas uma parceria de caminhar junto com ele e criar uma relação saudável e de compromisso.

SEMINÁRIO

Na manhã desta quarta-feira (17), técnicos das prefeituras de Santos, São Vicente e Praia Grande participaram do 2º Seminário sobre Apadrinhamento Afetivo, iniciativa para a troca de informações e experiências e planejamento de ações dos municípios. O evento foi realizado pelo Instituto Fazendo História.

“Essa capacitação me trouxe uma vontade a mais, uma sede de buscar padrinhos. A gente sabe que, na prática, existem muitos desafios, mas essa capacitação nos dá mais ferramentas para ampliar a busca”, avalia Maely da Silva Santos de Menezes, supervisora de ensino e pedagoga da Casa da Vó Benedita, uma das três instituições que abrigam jovens participantes do programa em Santos.

COMO APADRINHAR

Para participar, o candidato a padrinho/madrinha deve ter mais que 21 anos, ser morador de Santos, ter disponibilidade de tempo para a criança e para encontros de apoio, capacitações e acompanhamentos. A pessoa não pode ter demanda judicial, ou seja, não podem existir ações ou processos nos quais ela seja acusada, indiciada ou citada como ré ou cúmplice de crimes previstos em lei. É preciso ainda apresentar cópias do RG, CPF, certidão negativa de antecedentes criminais, comprovante de residência, entre outros documentos.

Os interessados em apadrinhar participarão, antes de uma aproximação sucessiva com o afilhado, de entrevistas individuais, familiares e visita domiciliar. Também deverão cumprir preparação teórica composta de oito módulos e entregarão documentação pessoal e dos membros da família para homologação do cadastro.

Interessados podem entrar em contato pelo e-mail apadrinhamentoafetivo@santos.sp.gov.br, pelo telefone (13) 3251-9333 ou presencialmente, na Avenida Dino Bueno, 16, Ponta da Praia, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

Esta iniciativa contempla o item 10 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, de Redução das Desigualdades.