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Relação entre crianças e adolescentes e hiv/aids encerra congresso

Publicado: 18 de junho de 2003
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Questões relacionadas ao cotidiano das crianças e adolescentes com HIV/Aids foram o tema da mesa-redonda de encerramento do 1º Congresso Santista de Aids DST/Hepatites, realizado no Mendes Convention Center. Os aspectos abordados foram Vulnerabilidade e Cuidado ao Adolescente, com a psicóloga e pesquisadora do Instituto Fiocruz de Minas Gerais, Ivana Drummond; Revelação do Diagnóstico, com Heloisa Helena Marques; e A Sexualidade do Adolescente, com Vera Paiva, sendo que as duas últimas palestrantes pertencem ao Instituto da Criança, da USP. Para Ivana Drummond, um dos principais problemas enfrentados por este grupo de pacientes é a falta de um serviço direcionado especificamente a eles. Quando deixam de ser tratados por pediatras e são encaminhados a médicos de adultos, em geral essa transição é muito brusca, observou. Para ilustrar o tópico, ela apresentou o exemplo desenvolvido em Belo Horizonte, no Espaço Educativo Hortência de Hollanda, que atende cerca de 100 crianças e adolescentes por mês. Trabalhamos muito com a auto-estima e conseguimos uma enorme aderência ao tratamento, comentou, ao citar apenas alguns dos resultados positivos. Segundo Heloísa Helena, a questão da revelação do diagnóstico é complexa porque envolve também a família do paciente. Existe a recomendação de que a verdade seja contada ao paciente o mais cedo possível, mas é preciso que haja consentimento e estrutura por parte dos pais ou parentes responsáveis. Mas não podemos deixar que o profissional e a família se apropriem do segredo do paciente, alertou, acrescentando ainda que pequenos gestos, como não se dirigir diretamente ao paciente, podem fazer com que ele se sinta sem espaço dentro de seu próprio tratamento. Já Vera Paiva ilustrou sua fala com trechos de depoimentos de 25 jovens integrantes de uma pesquisa, realizada em conjunto por várias entidades, entre elas as santistas Craids e Nic, além da USP e Hospital Emílio Ribas, de São Paulo. Embora eles façam questão de dizer que levam uma vida normal, a marca do estigma e do preconceito se faz presente, diz, ao relatar que muitos optam por não revelar que são portadores e têm medo do que pode acontecer caso seus amigos ou parceiros descubram. Nem todos nasceram para ser heróis. Não se pode exigir que todos os portadores se assumam publicamente, concluiu.