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Rede da sms passa por reciclagem e deve ganhar ambulatório multidrogarresistente

Publicado: 22 de março de 2002
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Santos registra, a cada ano, cerca de 600 novos casos de tuberculose, sendo uma das doenças que mais desafiam a saúde pública, mesmo com o tratamento supervisionado proporcionado aos portadores da doença, buscando evitar que haja o abandono dos medicamentos antes da cura total. Os desafios que a doença apresenta em Santos - em razões de questões climáticas, habitacionais e da associação com a Aids (12,95% dos casos) -, onde a incidência é maior que no restante do Estado (atualmente em torno de 158,9 casos por cada 100 mil habitantes enquanto que no Estado é de 55 por grupo de 100 mil), estão sendo discutidos com maior ênfase, a propósito do Dia Mundial de Tuberculose, que transcorre neste domingo (dia 24/3). Nas demais cidades litorâneas a incidência da tuberculose é também alta, sendo que Santos acaba tratando de dezenas de pacientes dos municípios próximos, totalizando cerca de 800. A SMS deve proporcionar melhorias no Programa de Controle da Tuberculose, neste ano, entre eles, a mudança de endereço, saindo a coordenação da Praça Rui Barbosa, 23 para o Centro de Saúde Martins Fontes, no início de abril, onde também deverá ser criado, de forma pioneira na Baixada, um Ambulatório Multidrogarresistente (para pacientes que exigem drogas mais complexas, quando há reincidência da doença ou retratamentos por abandono). A Secretaria de Saúde, tem se empenhado para a instalação do ambulatório, que poderá se tornar referência futuramente para a Baixada. Atualmente é necessário que pacientes resistentes às drogas convencionais, a maioria por tratamento interrompido, sejam tratados em São Paulo, no Instituto Clemente Pereira. Um dos pontos importantes do Programa de Controle da Tuberculose em Santos é a descentralização do tratamento nas várias policlínicas, o que facilita o monitoramento do paciente. Ou seja, o funcionário da unidade observa o portador da tuberculose ingerindo o medicamento diariamente. Isso faz parte da Estratégia DOTS (Directly Observd Treatment Short Course), apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a arma mais eficaz contra a epidemia de tuberculose. Essas medidas técnicas incluem compromisso político, rede de laboratórios, garantia de estoque de medicamentos, manual de normas atualizado e sistema de registro e notificação de casos. Mesmo assim, o índice de abandono ao tratamento em Santos ainda é alto, de 16,6%, enquanto o índice de cura está em torno de 56,5%, avaliam os técnicos do programa. No Brasil calcula-se que cerca de 90 mil novos casos anuais sejam registrados. No Estado houve 18 mil casos notificados e 1.500 óbitos em 99. Quando associados a outras doenças como Aids, diabetes, sobe para 5 mil óbitos por ano no Estado. Santos possui em tratamento 798 pacientes, sendo 664 residentes na Cidade e os demais de outros municípios da região. A maior incidência é na região Central da Cidade, onde proliferam cortiços e porões, que facilitam a transmissão da doença. Os dados referem-se ao ano de 2000 já que ainda não foram concluídos os números de 2001, na medida que cada caso exige um tratamento mínimo de 6 meses, antes da alta. Mas o maior desafio envolve pessoas que abandonam o tratamento, mesmo com a supervisão e o trabalho desenvolvido pelo Programa da Saúde da Família, que faz visita periódicas nas residências, detectando novos casos e estimulando o tratamento correto. TREINAMENTO E BUSCA DE NOVOS CASOS A avaliação do programa e treinamento de funcionários de todas as policlínicas (com exceção da unidade do Centro Velho e da PoliPorto) integram as atividades da Semana dedicada à Tuberculose. A reciclagem ocorreu nos dias 19 e 20 últimos, devendo prosseguir nos próximos dias 26 e 27. Técnicos do programa também se deslocaram para a Capital, na última quinta-feira, participando de evento de âmbito estadual para debater novas iniciativas no controle da doença, que é considerada pela Organização Mundial da Saúde como emergência mundial. Quinze faixas estão sendo colocadas nos bairros e em pontos estratégicos pela SMS motivando a população a procurar os serviços públicos, se suspeitarem da doença, além de distribuição de folders nas policlínicas, em forma de história em quadrinhos. O material, que foi enviado pelo Governo do Estado, chama a atenção para os sinais da doença, que é curável mas que ainda causa milhares de mortes em todo o mundo, crescendo esse índice nos últimos 10 anos. Um dos aspectos mais importantes no tratamento é a sua manutenção pelo período correto, no mínimo 6 meses. Se houver o abandono a bactéria conhecida como bacilo de Kock pode sobreviver, multiplicam-se e causando uma forma mais grave da doença, a tuberculose resistente. Entre os sinais de alerta da tuberculose figuram tosse por mais de 3 semanas, febre baixa, geralmente à tarde, cansaço fácil, perda de peso e suor noturno. Na prevenção da tuberculose é importante vacinar a criança com a BCG ao nascer, manter a casa arejada, ter alimentação equilibrada, evitar lugar com grande aglomerações principalmente. Pessoas em contato domiciliar com portadores de tuberculose também devem procurar a Unidade Básica de Saúde. A faixa etária mais atingida é a dos adultos, de 20 a 49 anos, representando 70% dos casos, havendo a proporção de 3 homens para cada mulher.