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Queimada leva à reflexão sobre o colonialismo

Publicado: 31 de maio de 2001
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O filme de Gillo Pontecorvo, que encerra hoje (01), no Sesc, a III Mostra de Arte Maurice Legeard, realizada com apoio da Secretaria de Cultura (Secult), é uma superprodução com o ator Marlon Brando encabeçando o elenco. Fez sucesso internacionalmente por ser um filme didático, atraente para qualquer público. Queimada é uma parábola política sobre a penetração econômica dos Estados Unidos nos países subdesenvolvidos. Para tornar as coisas mais simbólicas, um agente inglês- e não americano, já que a potência colonialista era a Grã-Bretanha - é enviado à Ilha de Queimada, nas Antilhas, com a missão de forçar o rompimento dos nativos com as autoridades coloniais (portuguesas), para estabelecer um livre-cambismo da cana-de-açúcar, conveniente à Inglaterra. Inescrupuloso e pronto para acender uma vela a Deus e outra ao diabo, o agente (Marlon Brando), Sir Walker, cria um líder negro, José Dolores (Evaristo Marques), que inicia a revolução. O levante tem sucesso mas o rebelde, despreparado para governar, afasta-se. Nove anos depois, Walker volta à ilha e descobre que Dolores se tornou o líder querrilheiro, que luta contra o governo (a ditadura). Brando, que tinha inventado aquele rebelde, agora precisa destruí-lo. Destaque para a belíssima cenografia de Piero Gerardi, o mesmo dos filmes de Fellini, e para a música de Ennio Morricone, que tornam o filme plasticamente perfeito. Somente hoje (01), às 20 horas, na Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida.