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Pugilistas da pms/memorial disputam títulos na ´forja dos campeões´

Publicado: 26 de março de 2001
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Comprovando o sucesso do trabalho de base, a Academia Memorial de Boxe terá mais três pugilistas na final do tradicional torneio Forja dos Campeões. A competição está na 60ª edição e é a mais importante na revelação de novos talentos do pugilismo. Este é o terceiro ano seguido que a Memorial garante atletas na decisão, que acontece, hoje (dia 27), no ginásio Baby Barione, em São Paulo. O grande destaque do grupo é Everton Santos, o Tererê, que luta pelo título da categoria peso leve (até 60 quilos). Aos 18 anos, ele aparece como uma das promessas do boxe brasileiro. Treina há apenas três meses e venceu as quatro lutas na competição de forma incontestável – três por pontos (decisão unânime) e uma por nocaute. Mas quem vê o seu grande desempenho nos ringues, sua calma e irreverência, sempre fazendo brincadeiras com os colegas de academia, nem imagina que há pouco tempo ele não tinha perspectiva alguma de vida. Aos 15 anos, após a morte de seu pai, acabou virando assaltante e, por muito pouco não foi parar na cadeia. Eu não queria isto, mas via a minha mãe chorando, meus irmãos com fome e acabei entrando para o crime. As influências acabam com a nossa vida, mas agora estou em outra vida, conta Tererê. A mudança aconteceu quando ele conheceu o professor de vale-tudo Fábio Duarte, que dá aulas na Academia Memorial e também para comunidades carentes. Estava no morro, queria fazer muay-tay, mas só tinha o vale-tudo e acabei gostando. Depois o Fábio Duarte disse que eu tinha potencial para o boxe e me levou para a academia, conta o pugilista, que foi apelidado de Freezer Man, por seu jeito calmo nas lutas, sempre aguardando e estudando o adversário. Tive medo na primeira luta, mas depois foi tudo calmo. O boxe está mudando a minha vida. Agora vejo que posso ter um futuro. Tenho um grande incentivo aqui do pessoal da Academia e da Memorial. Quero ser profissional no boxe, ganhar dinheiro para tirar a minha mãe do sufoco. Tudo o que faço, é pensando em dar uma vida melhor para a minha mãe, destaca Tererê, que enfrentará na final Odair Theodoro, da Academia Rocky Marciano. Na categoria superleve (até 63,5 quilos), Claudemir Santos Silva (Prefeitura de Santos/Memorial) enfrentará Uilian Baraúna (Carioca BC), enquanto na meio-pesado (até 81 quilos), José Francisco Souza (Prefeitura de Santos/Memorial luta contra José Domingos Fonseca, da Academia Kid Jofre. Os três treinam sob o comando do técnico Wagner Gonçalves na Academia Memorial, instalada na Av. Presidente Wilson, 143, andar térreo, no prédio do Universo Palace, em frente ao Emissário Submarino. O proprietário da Memorial, o empresário argentino radicado em Santos há 37 anos, Pepe Altstut, que tem verdadeira paixão pelo boxe (foi lutador amadora na Argentina, durante a adolescência), já adiantou que o exemplo de Tererê motivou um trabalho de reintegração de jovens para a sociedade. "Vamos começar a trabalhar com jovens da Febem. Todos têm de ganhar uma chance. Através do esporte, podemos diminuir a criminalidade, o uso de drogas e vamos fazer a nossa parte", afirma Pepe, considerado um verdadeiro pai entre os lutadores. OUTROS CAMPEÕES No ano passado, a Memorial comemorou o título com Ulisses de Freitas, na categoria meio-pesado. Venceu as quatro lutas, sendo três por nocaute. Na decisão, contra o guarujaense Edson dos Santos, mostrou grande superioridade, derrubando-o quatro vezes - uma no 1º assalto, duas no 2º e outra no 3º. Além de Ulisses, a Academia Memorial comemorou mais um bom resultado na Forja. Weverson Pires de Moraes garantiu o 3º lugar na categoria médio-ligeiro. Já em 99, a Memorial faturou uma medalha de ouro e duas de prata na Forja. Jandson Aparecido foi o campeão na meio-médio, superando seu companheiro de equipe, Marcelo Martins. Rudival Bastos foi o segundo colocado nos pesos leves. Além dos três, a equipe Memorial, que levou dez pugilistas para a Forja, garantiu os terceiros lugares de Alexsandro Rosário, na mosca-ligeiro, e Denis Carvalho, nos pesados. Após a ´Forja dos Campeões´, as atenções estarão voltadas para o Luvas de Ouro. A Academia Memorial terá dois representantes. O destaque é Ubiratan Costa Santos, na super-pesado. Bira, como é conhecido, foi campeão da Forja em 1992. Dividindo o seu tempo entre os treinos, o trabalho como segurança em um supermercado e ainda a seu grupo de pagode, ele é considerado um pugilista de grande potencial. Sua primeira luta será contra Leandro Rufino, de Sorocaba. No peso galo, Rudival Ferreira (Memorial) enfrentará Gilberto Melo, de Francisco Morato. APOIO AO ESPORTE Vale destacar que a Memorial tem grande tradição no apoio ao pugilismo. Há nove anos patrocina os destaques internacionais Edson Xuxa do Nascimento e Antonio Mesquita Neto. Os dois estão invictos e este ano devem disputar os títulos mundiais pela Organização Mundial de Boxe. Além do boxe, a Memorial apóia diversas modalidades, entre ciclismo, triatlo, pedestrianismo e até sinuca. São cerca de 150 atletas. Tenho um carinho especial pelo boxe, porque na minha juventude treinei sério este esporte. Agora, temos a possibilidade de ajudar novos talentos, como o Tererê. Ele está reintegrado à sociedade e agora com a possibilidade de ter um futuro bom e, com certeza, vai ganhar muitos títulos. Estamos provando que através do esporte, podemos colocar os jovens no caminho certo, destaca Altstut.