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Projeto nascer maternidades pretende reduzir índices de transmissão vertical de aids e sífilis

Publicado: 28 de janeiro de 2003
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A Coordenação de DST/Aids/Hepatites, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e a Dir- XIX realizaram ontem (28), pela manhã e à tarde, a jornada denominada "Oficina Regional de Capacitação para Multiplicadores das Ações para Redução da Transmissão Vertical do HIV e da morbi-mortalidade da Sífilis Congênita", que reuniu equipes médicas das maternidades da Baixada Santista, médicos especializados em ações de combate à Transmissão Materno Infantil (TMI) e representantes da SMS e da Dir XIX. O encontro aconteceu na Associação dos Médicos de Santos (AV. Ana Costa, 388), das 8 às 17 horas, marcando a divulgação do Projeto Nascer Maternidades, do Ministério da Saúde. O Projeto coloca em prática a Portaria nº 2.104/2002, do Ministério da Saúde, em todas as maternidades integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) e pretende reduzir a transmissão vertical do HIV e a mortalidade associada à sífilis congênita. Essa portaria formaliza outras portarias que tratavam do assunto, agora de forma mais enfática, chamando a atenção para a responsabilidade das maternidades, tendo em vista que 90% dos casos de contaminação pelo HIV em crianças ocorrem na TMI. A Fazenda Pública pode sofrer ação do Ministério Público caso não disponibilize os medicamentos nas maternidades, e por sua vez os hospitais que não oferecerem o teste rápido e o tratamento profilático podem ser multados em R$ 1 mil reais por dia. Já as gestantes que se recusarem a realizar o teste e, futuramente, for constatada a presença do HIV na criança, podem ser responsabilizadas judicialmente pelo dano causado ao filho. As ações previstas na portaria incluem a garantia do teste de HIV (que o Município adota desde 97) e Sífilis durante o pré-natal e teste-rápido na hora do parto para as gestantes que não foram orientadas nesse sentido durante o pré-natal. O teste rápido já vem sendo feito pela SMS na rede pública desde o ano 2000, sendo aplicado quando o diagnóstico não foi feito durante a gestação, assim como as medidas profiláticas. Outra ação importante é a inibição do aleitamento materno nas mães soropositivas, e fornecimento de medicamentos e cuidados necessários durante o pós-parto. A eficácia do teste rápido (que detecta o HIV) pode reduzir em até 50% a probabilidade de transmissão vertical do HIV, permitindo intervenções profiláticas durante o parto e puerpério. No ano passado, por meio desse teste, o vírus foi identificado em seis gestantes, sendo que a profilaxia foi utilizada em três delas e todos os bebês utilizaram medicamentos adequados. Outro cuidado importante é a não amamentação, que pode reduzir o risco de Transmissão Vertical de 7% a 22%. TERAPIDA COMEÇA NO PRÉ-NATAL É bom lembrar que o teste durante a gestação é fundamental para o início do tratamento preventivo. A gestante já começa a receber, a partir da 14ª semana de gravidez, a terapia antiretroviral, sendo que durante o trabalho de parto e o próprio parto é aplicado na gestante o AZT injetável. Atualmente já são usadas na rede de Santos até três drogas juntas que formam um coquetel mais eficiente. Essa medida preventiva é importante porque quando o útero começa a se contrair criam-se condições mais favoráveis para a transmissão do sangue da mãe para o bebê. O tratamento também atinge a criança após o nascimento. Nesse casos, elas recebem o xarope AZT durante seis semanas. Em 2002, o Programa de Controle da TMI acompanhou 66 gestantes soropositivas, sendo que 51 tiveram o parto no ano passado, perfazendo 53 bebês nascidos vivos. Destas gestantes, 43 utilizaram o AZT na gestação e o AZT EV. O restante não fez o uso do medicamento por serem usuárias de drogas. Dos 53 bebês, 51 ingeriram o AZT xarope e 50 não foram alimentados pelo leite materno, que é outra medida fundamental já que o vírus está presente no leite natural. A SMS garante às mães o fornecimento do leite em fórmula adequada ao bebê. CESARIANA ELETIVA TAMBÉM É RECOMENDADA Outra forma importante de prevenção e que já vem sendo adotada pela rede da SMS envolve a cesariana eletiva para gestantes soropositivas. No ano passado, foram feitos 25 partos com data marcada. Isso evita que ocorram as contrações, proporcionando mais segurança para que não ocorra a transmissão. A cesariana é indicada para gestantes com carga viral menor que mil cópias e que até a 38ª semana da gestação não tenha apresentado complicações. Com carga viral menor que mil cópias é indiferente que seja feita parto cesárea ou normal. Os temas discutidos no encontro foram: Epidemiologia da Transmissão Materno-Infantil e Sífilis em Santos e na Baixada Santista, Apresentação do Projeto Nascer Maternidades, Conhecendo a Portaria n. 2.104/2002 do Ministério da Saúde, Ações de um Ambulatório Específico de DST, Transmissão Materno Infantil do HIV e da Sífilis, Aconselhamento do Teste, Diagnóstico Laboratorial - Teste Rápido do HIV, Diagnóstico Laboratorial da Sífilis e Fluxos e Referências na Baixada Santista, a cargo de médicos e técnicos da rede municipal e do Estado.