Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Projeto do bonde é marco importante na recuperação do centro histórico

Publicado: 21 de setembro de 2001
0h 00

Nos últimos quatro anos, o Centro Histórico de Santos tem recebido atenção da sociedade como um todo, do empresariado e em especial do Poder Público. O sentimento de que preservar o Centro Histórico é fundamental para o desenvolvimento da Cidade tem se tornado senso comum entre todos. É certo que não há futuro sem que se preserve o passado. A maior prova disso são os investimentos que têm sido feitos na região. Prédios recuperados e revitalizados, como: O Outeiro de Santa Catarina, a Bolsa Oficial do Café, o prédio da Câmara Municipal, A Casa de Câmara e Cadeia, o edifício da Construtora Phoenix e o Monte Serrat, entre outros. Espaços públicos receberam novos investimentos. Praças e ruas foram reurbanizadas. E, para acentuar ainda mais todo o processo, o Bonde Turístico foi implantado. Hoje, o sentimento de que investir na preservação do nosso patrimônio é um estímulo às atividades turísticas é geral. Dados da Setur mostram que ele transporta uma média de 400 pessoas por dia. Filas extensas se formam diariamente na Estação Buck Jones, na Praça Mauá, para circular no veículo sobre trilhos que se tronou a vedete da Cidade. Até hoje, mais de 127 grupos de turistas, escolas públicas e particulares já fizeram reserva para fazer o passeio. INCENTIVO À REVITALIZAÇÃO Para que o projeto de revitalização urbana do Centro Histórico de Santos, se tornasse uma realidade, foi necessária uma parceria entre a Administração Municipal, o Governo do Estado e União. O processo contou ainda com a participação da iniciativa privada e setores da sociedade civil. De quatro anos para cá, foram investidos R$ 27 milhões em melhorias. Um trabalho conjunto entre a Secretaria de Turismo (Setur) e a Companhia de engenharia e Tráfego (CET), resultou na implantação da Linha Turística do Bonde, que, sem sombra de dúvidas, foi o grande catalisador de todo o processo de revitalização, e já é reconhecido pela mídia nacional. Atualmente, a Prefeitura está empenhada na instalação de uma unidade da Polícia Militar na área central e reurbanizando as ruas do Comércio e Tuiuti, Visconde de São Leopoldo e o Largo Marques de Monte Alegre. A Rua XV de Novembro, a famosa Rua do Café, já está praticamente revitalizada com a verba do Departamento de Apoio e Desenvolvimento das Estâncias (Dade), que também vai ajudar a restaurar a Estação do Valongo. Para Eduardo Carvalhaes, presidente da Associação Centro Vivo, a implantação da Linha Turística do Bonde, foi de fundamental importância para a revitalização do Centro Histórico, pois despertou a atenção do Brasil inteiro para o centro de Santos. Para nós da Associação Centro Vivo, que lutamos desde 1992 pela revitalização, a implantação do bonde foi um divisor de águas, trazendo turistas e santistas que não vinham ao Centro há muito tempo HISTÓRIAS DO BONDE DE SANTOS A primeira linha do bonde ia do Centro até a Barra do Boqueirão e começou a circular em 9 de outubro de 1871, exatamente um ano antes de um bonde circular na capital do Estado de São Paulo. Em 1904, o serviço foi absorvido pela The City of Santos Improvements Company, que também era concessionária dos serviços de luz, força e gás em Santos. A companhia deu novo impulso ao transporte, que até então era desenvolvido por tração animal ou vapor, inaugurando em 28 de abril de 1909 o serviço eletrificado de bonde. Em 1919, a garagem da Vila Mathias foi pioneira na construção de veículos de pequeno porte, pois, com a guerra os preços internacionais para compra de novos transportes se tornaram inacessíveis. Em 21 de dezembro de 1951 foi formado o Serviço Municipal de Transporte, que absorveu as linhas e todo a acervo de veículos, imóveis e outros bens da Cia. City, passando a operar o serviço em Santos. Em 1956, alguns bondes passaram a ser fechados, para evitar a evasão de receita. A partir de 1964, começa a discussão pela desativação do serviço. As dificuldades para manutenção dos veículos e as facilidades do transporte a diesel, que ofereciam maior mobilidade a um custo mais baixo, culminaram na finalização do serviço. E foi no dia 28 de fevereiro de 1971, que, pela última vez, o veículo de prefixo 258, que servia a linha 42, foi recolhido à garagem.