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Programa pro-onco é divulgado em palestra sobre câncer bucal

Publicado: 13 de setembro de 2001
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Com o auditório lotado, foi realizada, na última quarta-feira (12), na Associação dos Dentistas (Avenida Marechal Deodoro, 71), palestra abordando o tema Desafio do controle do Câncer Bucal – Níveis de Intervenção, destinada aos profissionais de odontologia que atuam no programa de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o médico oncologista André Perdicaris, ministrou a palestra, que serviu também de apresentação do Pro-Onco, Programa Municipal de Oncologia, da SMS, recentemente lançado, que tem como objetivo fundamental a redução da morbi-mortalidade do câncer em Santos. No ano passado, segundo dados preliminares da Seviep-SMS, o câncer causou a morte de 643 pessoas, 359 homens e 284 mulheres. É a segunda causa de morte natural na nossa região, segundo o Pro-Onco, que tem entre os objetivos, a melhor preparação dos profissionais da rede para o diagnóstico precoce da doença. O oncologista considera elevados os índices de morbi-mortalidade da doença em Santos, com aumento considerável de casos avançados e diagnóstico tardio, o que compromete a vida e a qualidade de vida dos pacientes. O importante é que esses profissionais entendam o seu papel na prevenção e diagnóstico precoce da doença, afirmou durante o encontro, destinado a dentistas, auxiliares de consultório dentário e técnicos de higiene dental. O novo programa da SMS também prevê ações que melhorem o grau de informação da população sobre a doença. Há ainda um elevado grau de desinformação sobre esse mal, a evolução natural da doença, meios de prevenção e tratamento eficazes, avalia a coordenadação do programa. O oncologista enfatiza a importância da prevenção, eliminando hábitos inadequados de vida, entre os quais o fumo, que é uma das principais causas de câncer assim como fatores ambientais, entre as quais radiações e a poluição do ar por produtos industriais e hidrocarbonetos aromáticos. Educação em Saúde é uma das principais armas para combater o câncer, garante. E é uma das estratégias do programa que pretende utilizar ações como as Escolas Promotoras de Saúde, transformando os estudantes em multiplicadores de informações básicas aos seus familiares. A Coordenadoria do Câncer, pretende ainda, em novos passos, lançar um programa ainda mais amplo, incluindo o controle das principais Doenças Crônicas Degenerativas não Transmissíveis, entre as quais se incluem as pulmonares, cardiovasculares, obesidade, osseoarticulares, diabetes e o câncer. A SMS já vem realizando uma série de medidas na prevenção da doença, sobretudo em campanhas voltadas ao câncer de útero e mama, e nos programas conduzidos pela Coordenadoria da Saúde da Mulher. O câncer da próstata também têm merecido atenção, nas Semanas da Saúde do Homem. Mas deverão ser implantadas novas atividades educacionais comunitárias e cursos permanentes de capacitação profissional na rede pública, além de implantação de curso básico em Oncologia para os profissionais. O Pro-Onco prevê que todas as unidades básicas de Santos (policlínicas), que são a porta de entrada do sistema, trabalhem de forma integrada aos ambulatórios de referência (Ambesp) da Zona Leste e Ambesp da Zona Noroeste, onde há o atendimento dos pacientes por três oncologistas. Ali são feitas solicitações de exames laboratoriais e biópsias e cirurgias orais. O paciente é encaminhado, na seqüência do tratamento, e quando necessário, para cirurgias, aos Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons), existentes na Beneficência Portuguesa e na Santa Casa Neste ano, a SMS avançou nessa área, adquirindo 10 leitos para oncologia na Beneficência Portuguesa, sem contar os existentes na Santa Casa. DOENÇA CRESCE EM TODO MUNDO O câncer tem crescido de magnitude nas últimas décadas, não somente no Brasil, como também a nível mundial. A estimativa da OMS é a de que, no ano passado ocorreram mais de 10 milhões de casos de câncer no mundo, com um aumento de 75% na incidência nos últimos 25 anos. Atualmente os cânceres mais comuns são de pulmão, entre os homens, e o de mama entre as mulheres. Mas ainda não foi possível mensurar, no Brasil, uma série histórica de incidência de câncer até o momento. Os dados disponíveis são de 1997, apontando 106.990 mortes naquele ano, números esses superados apenas pelos óbitos por doenças cardiovasculares e por causas externas. As neoplasias malignas constituem-se, portanto, o terceiro grupo de causas conhecidas de mortalidade, com percentual de 11,84% do total de mortes identificadas. Na distribuição absoluta e proporcional da topografia figuram 13.349 óbitos (12,38%) de câncer na traquéia, brônquios e pulmões; l0.645 (9,95%) no estômago; 7.664 (7,16%) na mama; 6.652 (6,22%) no cólon, reto e ânus, e 4.932 (4,61%) no esôfago. Vêm em seguida, na lista: fígado e vias biliares 4,12%; meninge, encéfalo e outras partes do sistema nervoso central, 4,04%; leucemias 3,76 %; pâncreas 3,54%; colo do útero, 3,23%; boca (2.890 mortes, representando 2,70%); laringe (2,39%); linfoma não Hodgkin, 2,30%; útero porção não especificada 2,10%; bexiga l,66%; ovário l,66%, outras topografias 2l,97%. EM SANTOS Segundo dados da SMS, é a seguinte a distribuição dos números de óbitos por tipo câncer no ano 2.000 Tipo Nº % Mama 57 20,1 Brônquios 31 10,9 e pulmões Cólon 24 8,5 Estômago 19 6,7 Pâncreas 13 4,6 Colo do útero 11 3,9 Ovário 11 3,9 Encéfalo 11 3,9 Colo do Útero 8 2,8 Linfoma Não 8 2,8 Hodgkin Reto 8 2,8 SEXO MASCULINO SEXO FEMININO Tipo N.º % Brônquios 63 17,5 e pulmões Próstata 40 11,1 Estômago 31 8,6 Laringe 27 7,5 Cólon 25 7,0 Pâncreas 22 6,1 Fígado e 21 5,8 Vias Biliares Esôfago 14 3,9 Bexiga 13 3,6 Encéfago 11 3,1