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Programa Beco Limpo, em Santos, completa um ano capacitando jovens e transformando o Dique da Vila Gilda

Publicado: 6 de fevereiro de 2023 - 18h51

Com muitos motivos para comemorar, o programa Beco Limpo celebrou seu primeiro aniversário, nesta segunda-feira (6), em sua sede, no Instituto Arte no Dique, no Rádio Clube. São 50 alunos formados nos cursos, mais de 400 horas de capacitação oferecidas durante o ano e, principalmente, o impacto direto na comunidade da Vila Gilda.

O Projeto Beco Limpo, parceria da Semam com o Arte no Dique e investimento do Ministério Público, capacita os jovens moradores das áreas de palafitas na busca de soluções para diminuir o descarte irregular de lixo no mar. 
Os 50 participantes formados tiveram aulas em quatro dias da semana, onde aprenderam desde o cultivo de plantas à reutilização de materiais, além de se tornarem multiplicadores de conhecimento socioambiental para toda a comunidade, recebendo bolsa-auxílio de R$ 400,00.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente (Semam), Marcos Libório, trata-se de um programa fundamental para proporcionar o diálogo entre o poder público e a comunidade da Vila Gilda. “O projeto Beco Limpo chegou para atender a um grande desafio que é a participação das comunidades na proteção ambiental. São 50 jovens já formados, além dos que estão inscritos para o próximo ciclo. Os resultados são excelentes e continuamos com expectativas de crescimento para o próximo ano”.

Atualmente realizado no Dique da Vila Gilda, a intenção é que o projeto seja expandido para bairros como Vila dos Criadores e São Manoel, que também contam com casas de palafita. Em 2022, foram concluídas duas turmas, mas o objetivo é que esse número suba para três ciclos por ano.

TRANSFORMAÇÃO

Por meio do projeto, jovens de 16 a 22 anos disseminam conhecimento sobre preservação ambiental em meio aos moradores, como agentes comunitários de meio ambiente. O objetivo é que eles transformem os hábitos dos moradores dos bairros Vila Gilda, Vila dos Criadores e São Manoel, região de palafitas, a fim de diminuir o descarte de resíduos sólidos no mar.

A coordenadora do programa Beco Limpo, Gabriela Otero, conta que o trabalho significa uma junção necessária e inédita entre proteção ambiental, combate ao lixo no mar e inclusão social. “Para tornar esse sonho possível, experimentamos ideias junto da comunidade, que englobam as capacidades deles, com o que eles querem aprender e fazer. É um trabalho conjunto em que as soluções foram desenhadas juntos aos jovens que passaram por aqui e eles agora se transformam em multiplicadores das ações". 

MULTIPLICADORES

Neste primeiro ano de programa, dez jovens foram promovidos para fazer o papel de multiplicação do aprendizado. É o caso de Gustavo Candido Corte, de 17 anos. Ele ressalta que, além de uma fonte de renda, o projeto é um aprendizado para a vida.

"Nós conversamos com a comunidade e semanalmente fazemos a monitoria dos becos e dos cabides para o descarte correto do lixo. Estamos sempre recebendo um retorno positivo e cada vez mais pessoas participam e ajudam”, diz.

Essa é a mesma percepção da monitora Hellen Paiva da Costa Santos, de 22 anos. Ela conta que viu a mudança começar pela casa dela. “Minha irmã passou a ter um cuidado muito grande na hora de separar os materiais para o descarte, sempre separando o que é biodegradável das várias formas de resíduos recicláveis”, explica, ressaltando que o aprendizado se replica em toda a comunidade de uma maneira muito rápida. 

CABIDES

Os alunos formados na segunda fase do curso instalaram 29 cabideiros de lixo em dois becos do Dique da Vila Gilda, com o objetivo de incentivar a população a descartar os resíduos corretamente. 

Os ganchos instalados na comunidade facilitam o descarte de lixo, separado entre orgânico e não orgânico, e dificultam que os movimentos das marés levem esses resíduos para o mar, facilitando a coleta. Os equipamentos foram idealizados pelos próprios alunos e produzidos por eles na marcenaria do projeto.

A professora e uma das coordenadoras do programa, Beatriz Prol, destaca ser uma vitória, depois de um ano, poder entrar na comunidade e observar o início de uma transformação e o impacto social, ambiental e econômico gerado com a capacitação. “Trabalhar com eles é fomentar essa criatividade e capacidade, que servem sempre de inspiração para todos nós”, conclui.

Fotos: Marcelo Martins/PMS