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Profissionais de saúde de Santos participam de iniciativa pioneira em alimentação saudável

Publicado: 27 de fevereiro de 2023 - 15h36

Profissionais das policlínicas de Santos começaram a participar, nesta segunda-feira (27), na Escola de Saúde Pública (Centro), de um treinamento pioneiro no País para disseminar a importância do consumo de alimentos saudáveis, baseados na dieta mediterrânea, que preconiza o consumo de peixes,  azeite de oliva, comidas frescas etc. 

O projeto se estabelece na cartilha Alimentação Cardioprotetora Brasileira, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa do HCor (hospital brasileiro referência em cardiologia), que escolheu Santos e o município de Foz do Iguaçu (PR) para lançar a iniciativa, devido a características heterogêneas da Cidade e dos usuários da rede de Atenção Primária à Saúde.

A cartilha divide os alimentos de acordo com a bandeira do Brasil – dos mais saudáveis (verde) ao menos indicados (azul).

O treinamento qualificará 370 profissionais da Atenção Básica na Cidade, divididos em seis turmas e 25 horas de curso. Na primeira atividade dirigida a um grupo de 50 pessoas na manhã desta segunda, houve uma elucidação sobre o manual, explicações sobre a dieta e opções acessíveis à população brasileira, como verduras, frutas, legumes, cereais e carnes, considerando as diferenças regionais e culturais.

A ideia final é que a propagação da dieta contribua para evitar doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão arterial. Estima-se que, pelo menos, 400 mil pessoas morram por doenças cardiovasculares por ano no Brasil, o que significa uma a cada um minuto e meio.

CRITÉRIO

O projeto do HCor dividiu as policlínicas em dois grupos: metade terá a equipe capacitada, a outra não.

Ao final do treinamento, em abril, os prontuários médicos passarão a ser  avaliados durante seis meses, observando se houve mais ou menos recomendação da alimentação cardioprotetora nas policlínicas. 

“Essa análise irá comparar os documentos dos pacientes de unidades que receberam a capacitação e daquelas que não ganharam treinamento. Os resultados obtidos em ambas as cidades irão nortear uma sugestão de estratégia de implantação do manual em caráter nacional a partir de 2024”, explicou o coordenador de Formação e Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Rubens Goulart.

AS CORES DA BANDEIRA

Nesse programa, os alimentos são divididos em grupos, de acordo com as cores da bandeira do Brasil. Frutas, verduras, legumes, feijão, leite e iogurte desnatado, por exemplo, estão no grupo verde, a cor mais presente na bandeira. São considerados os alimentos mais cardioprotetores, ou seja, que contêm nutrientes que protegem o coração, como antioxidantes, fibras, vitaminas e minerais, bem como não têm quantidades elevadas de calorias, gorduras, sal e açúcar.

O grupo amarelo, segunda cor mais presente na bandeira brasileira, reúne alimentos que devem ser consumidos com moderação, por se tratarem de alimentos com mais calorias, mas que fornecem energia para o dia a dia. Estão nesse grupo alimentos como macarrão, pães e óleos.

Por fim, no grupo azul, menos presente na bandeira, estão os alimentos que têm mais gordura saturada, como colesterol e sódio. Segundo o manual, eles devem ser consumidos em menor quantidade ao longo do dia. Nele estão as carnes, ovos, manteiga, queijos e doces caseiros como pudim e brigadeiro.

Os alimentos ultraprocessados fazem parte do grupo vermelho – cor ausente na bandeira. São produtos que passam por uma série de modificações industriais e levam em sua formulação ingredientes como edulcorantes, conservantes e estabilizantes, além de elevadas quantidades de açúcar e sal. Cabe lembrar que o consumo desses alimentos não é recomendado e está associado ao ganho de peso e a impactos negativos para saúde no longo prazo.

“A alimentação cardioprotetora já é uma estratégia para enfrentamento das doenças crônicas. Queremos levar uma educação dinâmica e permanente, com metodologia ativa para esses profissionais da atenção primária, que já têm uma rotina dura e trabalhosa”, salientou Henilda Lara, coordenadora de projetos do HCor e responsável pela capacitação.

BENEFÍCIOS

Dentre as participantes da aula inicial estava a técnica de enfermagem Beatriz Alves, que atua na Unidade Básica de Saúde da Vila Mathias. Para ela, o treinamento traz ganhos tanto para os profissionais de saúde quanto para a população santista.

“Toda capacitação é válida e chega para agregar ainda mais qualidade ao serviço prestado. Uma alimentação adequada no dia a dia é fundamental para evitar diversas doenças. Inclusive nós profissionais poderemos observar como está a nossa própria alimentação durante a correria do dia a dia”, concluiu.

Consulta a cartilha.