Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Professores do "Fábrica Cultural" levam experiência para sala de aula

Publicado: 22 de dezembro de 2011
0h 00

Em uma sociedade moderna o papel do professor ganha cada vez mais importância. Conduzir o conhecimento, estimular reflexões, e, sobretudo, ajudar o aluno a colocar os ensinamentos em prática, exigem do educador preparo com base na vocação e qualidade pedagógica.

Esse perfil pode ser encontrado no corpo docente do projeto "Fábrica Cultural", da Secult (Secretaria de Cultura), que completa seu primeiro aniversário com balanço positivo e avanços na área de formação artística. Isso é consequência da atuação de profissionais capacitados, que se destacam nas respectivas áreas.

O professor de capoeira Altair José dos Santos, mais conhecido como mestre Chocolate, é um deles. Este ano ele fez duas viagens internacionais para mostrar seu trabalho. Em março, foi para Nova Jersey (Estados Unidos), onde deu workshops e participou de eventos de graduação de cordão.

Em outubro, a convite da Fundacion Yaveh Shama (organização sem fins lucrativos que desenvolve ações com crianças, adolescentes e adultos em situação de risco social), Chocolate esteve em Aruba (Caribe). "Cada vez que viajo volto mais brasileiro, com vontade de valorizar as raízes do meu país".

O intercâmbio enriquece suas aulas. "Sempre digo aos meus alunos que a gente precisa ter visão de águia para enxergar além do nosso mundo". Além de professor, Chocolate é árbitro das federações Paulista e Internacional de Capoeira.

Outro instrutor que se sobressai é Iury Cardoso. Aluno da ECA (Escola de Comunicação e Artes, da USP), ele começou a tocar violão na Secult com o professor Manzione. De estudante, passou a lecionar e isso só aumentou o compromisso com a própria formação. Os 13 anos dedicados ao violão foram reconhecidos em outubro passado, quando tocou no 3º Festival Internacional de Violão Léo Brower.

Durante o evento, que reuniu os principais violonistas do mundo, Cardoso executou pela primeira vez "Avalon", de sua autoria. "Foi importante ver meu nome grafado ao lado de ícones como Yamandú Costa, Egbert Gismonti, Hamilton de Holanda, Paulo Belinattil".

Experiência
Assim como mestre Chocolate, Cardoso considera importante a experiência acumulada em eventos internacionais. "Como docente e estudante fazer parte de festivais traz um acréscimo grande e melhora demais nossa relação com os alunos".

Hedda Maria Grati Pinto, chefe do Departamento de Formação e Pesquisa Cultural da Secult, explica que o aluno não é visto como um número, mas como potencial espectador ou produtor de arte. No "Fábrica Cultural" o processo de formação artística objetiva revelar talentos e direcioná-los para a profissionalização.

Nesta linha, aulas teóricas foram acrescentadas à grade curricular. Os estudantes dos núcleos de artes musicais passaram a ter aula de teoria e percepção musical e os de artes visuais, história da arte.

São consideradas relevantes também as reuniões periódicas entre pais, professores, alunos e a coordenação pedagógica do "Fábrica".

Aurelene Marques das Silva matriculou o filho, Pedro Henrique, de 10 anos, no curso de violão da Secult quando ele tinha oito. "Deu pra sentir que aplicação da teoria às aulas práticas melhorou o desempenho dele", disse, acrescentando que o menino tem se dedicado mais ao violão. "A responsabilidade melhorou. Ele está estudando todos os dias".

Para o professor Cardoso, a dedicação pode ser vista nas aulas. "A resposta de que estamos no caminho certo vem dos próprios alunos. E essa melhora nos diálogos e o planejamento mais aprofundado do que vamos desenvolver no ano fez bem para nós, professores, estudantes e pais".

O projeto "Fábrica Cultural" é distribuído em quatro núcleos de artes: integradas, musicais, visuais e cênicas (teatro e dança). As matrículas serão abertas no primeiro bimestre de 2012. Informações: www.santos.sp.gov.br/agendacultural.