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Prefeitura inicia atividades no aterro sanitário do sítio das neves

Publicado: 7 de janeiro de 2003
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Pontualmente às 11h30, a carreta placa CPJ-4029 iniciou a descarga das primeiras 25 toneladas de lixo doméstico inaugurando as atividades do Aterro Sanitário Controlado do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos. Uma hora antes, o caminhão de lixo de prefixo 28, placa BUD-6645, procedeu à descarga das últimas oito toneladas de detritos, originárias do bairro do Macuco, encerrando definitivamente as atividades de funcionamento do Lixão da Alemoa. O representante do Executivo, em um ato simbólico determinando a interdição final do local, jogou uma pá de cal sobre o grande volume de lixo. PARALISAÇÃO DEFINITIVA Desde cedo, o representante acompanhou as atividades que marcaram a paralisação definitiva do Lixão da Alemoa. Ele chegou à Alemoa às 9 horas e manteve um encontro com representantes dos 97 catadores de lixo cadastrados pela Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac). Na seqüência, ao lado de representantes da Administração Municipal, acompanhou o último despejo de lixo na Alemoa. No alto do grande aterro, um caminhão trazendo detritos recolhidos no bairro do Macuco, fez a descarga derradeira. Logo após, a comitiva foi acompanhar o serviço de transbordo de lixo em uma área especialmente construída no sopé do aterro. Os veículos coletores despejam os detritos e através de pás-carradeiras os dejetos são transferidos para carretas com capacidade média de 25 toneladas. Os veículos são cobertos com uma manta especial e transportados imediatamente para o Sítio das Neves, na Área Continental. SEAC CADASTRA CATADORES E INICIA PROGRAMA DE REINSERÇÃO A Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac) iniciou um programa de atendimento especial para os cerca de 150 catadores de lixo que atuavam na Alemoa. Através de cadastros realizados desde julho do ano passado foram identificados 97 moradores em Santos, 41 em Cubatão e outros 11 originários de São Vicente. Ontem, durante a solenidade de encerramento das atividades do Lixão da Alemoa, novos catadores residentes na Cidade foram identificados, o que deverá elevar o número de atendidos pela Seac para 120 famílias. Os prefeitos das duas outras cidades foram informados, via ofício, da necessidade de encaminhamento das demais famílias originárias de seus respectivos municípios. Algumas pessoas poderão, também, serem contratados pelas empresa que desenvolve o processo de transbordo e envio do lixo para o Sítio das Neves. Inicialmente, cada família cadastrada e residente em Santos receberá mensalmente um salário mínimo (R$ 200,00) para participar de uma frente de trabalho no local. Em paralelo os moradores terão a oportunidade de frequentar as oficinas promovidas pela Seac para capacitação pessoal. APROVAÇÃO A possibilidade de continuar a trabalhar no local, mas para cuidar da reurbanização do aterro da Alemoa, e ainda receber a ajuda de um salário mínimo foi muito bem recebida pelas pessoas cadastradas junto à Seac. Residente no bairro há 15 anos, Benedita Aparecida Gonçalves mora sozinha e vivia de alguns serviços esporádicos e da retirada e comercialização de lixo. Essa ajuda vem em boa hora. Com a paralisação do lixão eu não teria o que catar e vender. Agora poderei fazer outros serviços para melhorar a minha renda, afirmou, com um largo sorriso. Opinião semelhante tem José Manoel de Moraes, 39 anos, há oito residindo próximo ao Aterro da Alemoa. Casado e com cinco filhos ele vive praticamente do que retirava do lixão – onde trabalhava com a mulher – e conseguia comercializar. Mas não era muita coisa não. Agora com esse salário poderei trabalhar e ter uma renda garantida, vai nos ajudar bastante, pois esse é certo que virá no início do mês. Ontem mesmo os catadores cadastrados receberam o primeiro pagamento, que será feito sempre no quinto dia útil do mês nos próximos seis meses, com possibilidades de prorrogação por igual período. DETRITOS RECEBEM TRATAMENTO DE PRIMEIRO MUNDO Construído pela Empresa de Saneamento e Tratamento de Resíduos Ltda. (Estre), o Aterro Sanitário Controlado do Sítio das Neves reúne o que há de mais moderno em termos de tecnologia e metodologia no tratamento e acondicionamento de lixo doméstico. Com investimentos de cerca de R$ 3 milhões em uma área total superior a 1 milhão de metros quadrados, o novo Aterro Sanitário tem capacidade de funcionamento estimada de 20 anos, recebendo e dando o tratamento ideal para as cerca de 500 toneladas de lixo doméstico produzidas diariamente em Santos. A primeira célula, inaugurada ontem, poderá receber até 120 mil toneladas de lixo. O PROCESSO A primeira das quatro carretas transportando cerca de 25 toneladas de lixo, cada uma, chegou no Sítio das Neves - Km 72 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (antiga Piaçaguera-Guarujá) -, às 11h30. Após passar pela balança de controle – a pesagem é realizada duas vezes, na saída da Alemoa e na entrada do aterro sanitário – o pesado veículo se posicionou na cabeceira norte da área para descarga dos detritos. A seguir foi realizada a acomodação da grande pilha de lixo, e iniciada a compactação dos detritos com a cobertura total através de argila e com a utilização de máquinas especiais de grande porte. Para a preservação ambiental completa a área onde os detritos são depositados passou por um grande processo de adequação. A primeira célula, da dez projetadas, que está sendo utilizada pela Estre possui um total de 320 mil metros quadrados e capacidade para receber até 120 mil toneladas de lixo. O terreno, após os serviços de terraplenagem, foi coberto com argila e recebeu a aplicação de uma manta de polietileno de alta densidade (PEAD), que garante a impermeabilização do solo. A manta, na seqüência, foi coberta com uma nova camada de argila e já está recebendo os resíduos domésticos. Em toda a área do terreno, foram construídos dutos para receber os líquidos percolados (chorume) e destiná-los à lagoa de acumulação, que tem capacidade nominal de 500 metros cúbicos, onde os produtos, posteriormente, passarão por tratamento adequado na Cetesb. Em torno da célula, foram instalados drenos para canalização e queima dos gases produzidos pelos detritos, o que impedirá a contaminação da atmosfera.