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Prefeitura decide decretar estado de emergência

Publicado: 19 de dezembro de 2006
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O prefeito João Paulo Tavares Papa decidiu decretar situação de emergência na Cidade, em razão do incêndio que atingiu cerca de 200 barracos, na madrugada desta terça-feira (19), na Vila Alemoa. Para tanto, a Prefeitura está adotando todas as providências legais, nos termos do Decreto Federal 5.376, de 17 de fevereiro de 2005, e da Rosolução nº 3, de 2 de julho de 1999, do Conselho Nacional de Defesa Civil. A medida possibilita pleitear recursos emergenciais junto às esferas estadual e federal para a área atingida pelo incêndio. Técnicos da Defesa Civil do Estado já estão trabalhando na elaboração do questionário detalhado que vai permitir a adoção da situação de urgência, contando com o auxílio da equipe da Defesa Civil do Município. O formulário deverá ser homologado pelo Governo do Estado e também obter o aval federal. Paralelamente às providências administrativas com esse objetivo, a Prefeitura acionou praticamente todas as suas unidades para atenção às vítimas, que estão abrigadas na UME Oswaldo Justo, no bairro Chico de Paula. Outra unidade municipal está sendo preparada para também receber desabrigados, caso haja necessidade. Vamos adotar o estado de emergência com a finalidade de alocar recursos necessários para acomodação das pessoas, durante o tempo necessário para dar uma solução de moradias para essas famílias que perderam tudo no incêndio. As famílias estão acomodadas e vamos providenciar um projeto alternativo seguro para atendê-las. Nesta semana vamos identificar as áreas existentes e ver os custos para a urbanização da área, disse o prefeito João Paulo Tavares Papa, que acompanhou os trabalho dos bombeiros, durante a madrugada e durante todo dia esteve voltado a dispor a estrutura da Prefeitura para atenção à vítimas. CADASTRAMENTO Até o final da tarde desta terça, 147 famílias foram cadastradas no Centro de Referência e Assistência Social da Alemoa (Marginal Anchieta, 218), totalizando cerca de 700 pessoas. Desse total, em torno de 150 estão abrigadas na Unidade Municipal de Educação (UME) Osvaldo Justo (Rua Ana Santos, 125, Chico de Paula). O INCÊNDIO Um incêndio de grandes proporções, iniciado por volta das 2 horas da madrugada desta terça–feira, destruiu cerca de 200 barracos na Vila Alemoa, Zona Noroeste, deixando quase mil desabrigados. Sem vítimas fatais, o sinistro provocou intoxicação por fumaça em 20 pessoas, duas das quais também com ferimento leves. Todas foram atendidas no Pronto-Socorro do Hospital Municipal Arthur Domingues Pinto, na Zona Noroeste, e no final da tarde apenas um bombeiro intoxicado permanecia em observação, mas seu estado não era grave. O Corpo de Bombeiros, que foi acionado às 2h23, calcula que o fogo destruiu 7.500 m². A Defesa Civil do Município atuou na imediata desocupação dos barracos, e em seguida interditou toda a área e algumas moradias próximas. As chamas foram apagadas por volta das 6h15, mas os bombeiros continuaram no local até as 12h40, realizando o rescaldo e o resfriamento dos escombros, segundo explicou o 1º tenente PM Marcos Roberto Barbosa Craveiro: "Este cuidado é necessário para que não ocorra uma reignição, ou seja, para que não surjam novos focos de incêndio". Treze viaturas dos bombeiros ajudaram no combate às chamas, provenientes dos quartéis de Santos, Cubatão, São Vicente e Guarujá. Mais reforço veio da Sabesp, Guarda Portuária e Petrobrás, que forneceram água em caminhões-pipa. As causas do incêndio serão apuradas pela Polícia Técnica Científica. PERDAS Moradora em uma casa de alvenaria, num terreno com árvores frutíferas, ao lado do local da tragédia, dona Maria de Oliveira conta que foi uma grande correria e muita gente passou pela sua propriedade para fugir do fogo. Vivo aqui há mais de 50 anos, quando não havia a favela. Antigamente meus filhos podiam brincar e até tomar banho no córrego que ficava no lugar do incêndio. Já Maria Eunice dos Santos, moradora da favela há 21 anos, estava muito abalada porque havia perdido quase tudo no incêndio. No momento da tragédia, ela e o marido estavam dormindo. Com a gritaria ainda deu para correr e salvar alguns móveis. Graças a Deus estamos vivos. MOBILIZAÇÃO Em mais um exemplo de solidariedade dos santistas, toda a Cidade está mobilizada desde as primeiras horas desta terça para ajudar os desabrigados, vítimas do incêndio. Vários pontos de coleta de alimentos e utensílios, inclusive colchonetes, foram montados por entidades e empresas comerciais, que se juntaram ao trabalho dos diversos órgãos da Prefeitura que estão atuando no local e no atendimento aos moradores da área. A Prefeitura acionou toda a sua estrutura para atender as vítimas, utilizando cerca de 200 funcionários e 70 veículos. O Fundo Social de Solidariedade (FSS) está coordenando campanha de arrecadação de doações. Um dos postos central funciona na sede da entidade, na Avenida Conselheiro Nébias, 388 (Encruzilhada). Para saber outros pontos onde levar doações — artigos de higiene pessoal, roupas, calçados, colchões, brinquedos, utensílios domésticos e alimentos não perecíveis — basta acessar o site da Prefeitura www.santos.sp.gov.br. No caso de colchões, móveis ou eletrodomésticos, como geladeiras e fogões, é preciso agendar a retirada pelo telefone 3222-8050, com Denise. No abrigo provisório instalado na UME Oswaldo Justo, as famílias passaram a receber a alimentação, preparada por merendeiras, fornecidas pelas secretarias de Educação e de Assistência Social. Também serão doadas cestas básicas às famílias atingidas que não estão abrigadas na escola. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disponibilizará o Programa de Assistência Domiciliar (PAD) no local e fornecerá os medicamentos necessários. Também será providenciada a emissão de documentos das famílias. Segundo Luiz Marcos Albino, chefe do Departamento de Defesa Civil, subordinada à Secretaria de Governo, as unidades municipais que passaram por treinamento para implantação do Programa Alerta e Preparação das Comunidades para Emergências em Nível Local (Apell) foram acionadas e compareceram de madrugada no local do sinistro. Ambulâncias para as emergências e atendimento de urgência foram garantidos pelos serviços de saúde. O Departamento de Administração Regional da ZNO, da Secretaria de Governo, ajudou no resgate dos bens, enquanto a Secretaria de Obras e Serviços Públicos colocou seus caminhões à disposição para o transporte de móveis e objetos salvos do incêndio para o abrigo ou casa de parentes. A Defesa Civil de Santos fez a doação de 100 colchonetes, 100 travesseiros e 100 fronhas e dois caminhões baú da Defesa Civil de São Paulo trouxeram cestas básicas, colchonetes, material de limpeza, de higiene pessoal e agasalhos às famílias. Outro caminhão descarregou doações do Fundo Social de Solidariedade (FSS) de Santos, com roupas, carrinhos de bebê, colchões e cobertores. A Secretaria de Segurança, o Fundo Social de Solidariedade, Cohab e a CET também atuaram no atendimento. ESCOLA TOTAL O programa Escola Total, implementado pela Prefeitura de Santos, por intermédio da Secretaria de Educação (Seduc), também esteve mobilizado para ajudar as vítimas da tragédia. Cerca de 20 educadores do programa foram escalados para atender as crianças na unidade municipal de educação (UME) Oswaldo Justo, onde estão abrigadas as vítimas do incêndio. Os monitores passaram o dia promovendo atividades lúdicas e recreativas para entreter as crianças. A organização do programa acionou a direção da Associação TamTam que, em parceria com Grupo Orgone, realizou Trilha de Noel, solicitando ajuda para alegrar o Natal das pequenas vítimas. A carreata natalina — com aproximadamente 21 carros — saiu da porta do Teatro Municipal Brás Cubas e fez a primeira parada na escola para distribuir brinquedos às crianças abrigadas no local. Na seqüência percorreu diversos bairros da cidade entre eles: Jabaquara, Centro, Paquetá, Bacia do Macuco, Zona Noroeste e Morros. NÚMEROS Barracos destruídos - 200 (*) Desabrigados cadastrados: 533 (324 adultos e 209 crianças) - 156 famílias (**) Famílias abrigadas na UME Oswaldo Justo - 35, total aproximado de 130 pessoas Funcionários municipais acionados - 200 Bombeiros que combateram o sinistro - 40 Viaturas do Corpo de Bombeiro - 13 Veículos municipais que prestaram atendimento - 70 Área atingida: 7.500m² (*) Estimativa (**) Cadastrados até as 15 horas desta terça-feira (19)