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Piratininga, 53 anos, bairro que atrai em Santos pela tranquilidade

Publicado: 11 de novembro de 2022 - 8h09

Ouvir os sons dos pássaros, no meio da manhã. Poder pedalar tranquilo, no meio da rua, sem preocupação, como faz diariamente o autônomo Paulo Roberto da Silva, 50 anos, que faz do bairro seu local de moradia e aproveita a proximidade do vizinho Alemoa para ganhar o pão de cada dia. Essas são características do Piratininga, bairro santista com característica de cidade do Interior, e que faz aniversário neste 11 de novembro - foi criado oficialmente em 1969.

Com cerca de um quilômetro quadrado, o Piratininga fica entre a Via Anchieta, o Rio Casqueiro (divisa com Cubatão) e Avenida dos Bandeirantes. O bairro conta com duas escolas municipais - a tradicional José da Costa e Silva Sobrinho, e a nova Luiz Gonzaga Alca de Sant'Anna - e uma policlínica.

Paulo Roberto conta que praticamente nasceu no bairro. Só saiu do Piratininga para casar no Rádio Clube, mas logo voltou. Ele acorda todos os dias cedo para vender café da manhã aos caminhoneiros das empresas da Alemoa. Vai e volta, de bicicleta. E é essa tranquilidade que o agrada.

Aliada ao sossego, a sensação de segurança entre os moradores aumentou com a criação de um grupo de WhatsApp. Paulo Roberto é um dos 182 integrantes do grupo no aplicativo. "Qualquer movimentação suspeita, o pessoal já coloca no grupo. Algum problema, como um lixo fora do local, também", revela o autônomo.

IRMÃS E VIZINHAS

Vizinhas, as irmãs Maria Bernardete Santos, 84 anos, e Maria Eliege Santos, 82, podem ser consideradas as moradoras mais antigas do Piratininga. Maria Eliege foi a primeira a chegar no bairro, depois veio a irmã. Por um período, deixou o bairro para morar no Alto do Ipiranga, na Capital, mas depois voltou para Santos. "Lembro da época do chão de terra, sem asfalto", diz Maria Eliege.

"Tem muita gente idosa aqui no bairro", afirma Maria Bernardete, contando que raramente vai para outras regiões da Cidade. "Aqui dá para ouvir o canto dos pássaros", destaca a moradora, cuja irmã chegou a alimentar, por um tempo, as aves. 

Maria Bernardete e Maria Eliege são as mais antigas do bairro

FUTURA MORADORA

Atualmente vivendo em Praia Grande, a professora Priscila de Padilla, 41, vai ser moradora do Piratininga a partir do próximo dia 4 de dezembro. "Estou montando minha casa. Venho com marido, filhos e minha mãe", conta ela, orgulhosa. "É um lugar bem tranquilo. Acho que quase todos devem se conhecer".

Sobre o fato de o Piratininga ficar distante de outros bairros santistas, Priscila não vê problemas. "De carro, fica tudo perto. Vale este aspecto de cidade do Interior, mas todo estruturado".

HISTÓRIA

O historiador da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams) Dionísio Almeida afirma que o nome Piratininga pode ter relação com a denominação à época da Vila de São Paulo de Piratininga, atual capital do Estado de São Paulo. "O bairro foi planejado e construído para abrigar policiais, porém com o passar do tempo e a melhora das condições financeiras, os moradores foram se mudando, com os policiais saindo e chegando pessoas de outras cidades que buscavam melhor oportunidade em Santos".