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Personalidades afrodescendentes são homenageadas com medalha Quintino de Lacerda em Santos

Publicado: 2 de setembro de 2021 - 18h16

Personalidades que contribuíram com o desenvolvimento e a conscientização da comunidade negra da Região foram homenageadas na quarta-feira (1º) com a medalha Quintino de Lacerda, concedida pela Prefeitura de Santos, por meio da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (Copire).

Realizada no Cine Roxy, no Gonzaga, a cerimônia contou com a presença da vice-prefeita Renata Bravo, que discursou sobre a importância do evento. “Esse prêmio é uma conquista de todos nós. Fico muito feliz por estar aqui, numa comemoração tão importante, carregada de muitas batalhas. Não podemos esquecer nossa história e devemos lembrar que precisamos ter mais conquistas adiante”.

Entre os homenageados esteve o escritor Bartolomeu Pereira, de 72 anos, que lançou virtualmente, este ano, o gibi “Santos, Cidade Libertária”, com resgate da história do Quilombo do Jabaquara. “É uma obra para que a gente possa dialogar com várias faixas da nossa população. A ideia é fazer rodas de conversa na periferia, nas universidades e nas escolas assim que a pandemia permitir”.

Trabalhador portuário por 26 anos (atualmente aposentado), ele se diz orgulhoso pela condecoração. “Receber a medalha Quintino de Lacerda é quase que a mesma condição de receber o título de cidadão santista. Me sinto extremamente honrado com essa medalha que tem tanto simbolismo para a luta da população negra”.

Outro a receber a homenagem foi o professor de educação física Alex Tadeu Alves, de 44 anos, coordenador da União de Amparo à Comunidade de Escolas Públicas (Uacep), entidade localizada no bairro Aparecida, que dispõe de projetos esportivos e educacionais para crianças e adolescentes, com mais de 1,5 mil atendidos.

“É uma honra estar nesse evento, recebendo essa medalha. Ações como essa da Prefeitura é que fazem com que as pessoas se sintam importantes e possam dar continuidade a um legado de trabalho, educação e outras boas ações durante sua permanência na Terra. Acho que as boas práticas são o que fazem valer a pena a nossa existência”, comentou Alves.

Além deles, foram condecorados entre a comunidade afrodescendente o professor universitário e palestrante Djalma Aparecido e o intérprete carnavalesco Almir Schmidt. Também foi prestada homenagem ao Instituto Procomum, que atua em projetos sociais voltados aos direitos de mulheres e das populações negra e LGBT. Entre as entregas da medalha, o público foi contemplado com apresentação da cantora Letícia Aires, pelo projeto “Eu, tu, ela”.

COMUNIDADE CIGANA

Quem também recebeu a medalha Quintino de Lacerda foi Imar Lopes, líder da luta por direitos da comunidade cigana na Baixada Santista. Ao fim do evento, houve apresentação do grupo cigano de dança Tienda Compannia Roma.

QUINTINO DE LACERDA

Nascido em 1839, Quintino de Lacerda foi escravo e se tornou herói abolicionista ao liderar o Quilombo do Jabaquara, em Santos. Líder portuário, em 1895, foi eleito vereador da Cidade, sendo o primeiro negro a ocupar um posto em parlamento no Brasil – por racismo, teve a posse recusada pelos demais vereadores e garantida posteriormente pela Justiça. Do Exército Brasileiro, recebeu a patente de Major Honorário após a atuação em prol da proclamação da República.
 

Galeria de Imagens

Alves coordena projeto social para 1,5 mil crianças e adolescentes
Aydan Schmidt recebeu a medalha pelo pai Almir
Pereira produziu gibi sobre Quilombo do Jabaquara
Aparecido aborda a inclusão social de jovens negros
Imar é líder da comunidade cigana da Baixada Santista
Também foi prestada homenagem ao Instituto Procomum
Medalha leva o nome de líder abolicionista de Santos