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Peixinho é grande aliado no combate ao mosquito da dengue em Santos

Publicado:
12 de março de 2024
13h 42
agentes colocam peixes em piscina #paratodosverem

Uma das estratégias de combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, é a utilização de peixes larvófagos (que se alimentam de larvas). Nesta terça-feira (12), a Secretaria de Saúde realizou este controle biológico em uma casa desocupada no bairro Ponta da Praia. Os animais utilizados são os peixes chamados barrigudinhos (Poecilia reticulata), também conhecidos como lebistes.

São usados pela Centro de Controle de Zoonoses no controle biológico dos focos do vetor e soltos em reservatórios que não podem ser eliminados, nem tampados, como garagens inundadas, piscinas sem uso ou em locais com grande quantidade e acúmulo de água, para evitar que as larvas se desenvolvam e se transformem no mosquito transmissor das arboviroses.

Os peixes são colocados em espaços infestados para comerem as larvas do mosquito, e também pernilongos, e sua eficácia foi comprovada em pouco tempo, eliminando as larvas. De acordo com a chefe técnica do Setor de Controle de Vetores (CCZV), Ana Paula Favoreto, os barrigudinhos também são escolhidos por serem mais resistentes a variações de temperatura e à poluição orgânica da água. O seu tamanho pequeno também pode favorecer a movimentação em locais estreitos devido à vegetação ou ao acúmulo de lixo.

“Ao serem colocados em piscinas sem uso, como neste caso, os peixes se reproduzem rapidamente. A larva é a fase jovem do mosquito transmissor da dengue e o seu desenvolvimento acontece inicialmente dentro d’água. O barrigudinho é selecionado como método de controle biológico justamente porque ele tem preferência pelas larvas do mosquito em relação a outros alimentos. É uma estratégia muito eficaz no controle do Aedes aegypti e ambientalmente correta, uma vez que dispensa o uso de produtos químicos nesses locais”.

Os peixes ainda podem ser colocados em locais como chafarizes, grandes obras abandonadas e locais alagados com dificuldade de drenagem, que são mais frequentes em período de muitas chuvas. Segundo Ana Paula Favoreto, a técnica dos peixes larvófagos começou a ser usada como experiência em Santos em 2018. Desde então, comprovada sua eficiência no controle de focos do Aedes aegypti, é utilizada em diversas ações.

Como em Santos a combinação com as altas temperaturas acelera a eclosão dos ovos e o desenvolvimento das larvas, a técnica de controle biológico é eficiente e reduz o tempo necessário de inspeção do local, já que a presença dos peixes é garantia de que não há larvas, além de não haver impacto sobre o meio ambiente. “Uma vez que os peixinhos são colocados no reservatório, como por exemplo, numa piscina sem tratamento, eles se reproduzem rapidamente e enquanto houver matéria orgânica na água eles permanecerão ali, se alimentando das larvas e impedindo a proliferação do Aedes aegypti”, explicou.

A média de vida dos barrigudinhos é de três anos e que em um período de 28 dias eles se reproduzem.

O MOSQUITO

As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito. Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.

 

PRINCIPAIS DICAS

  • Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
  • Pias - verificar vazamentos e manter ralo vedado
  • Ralos no chão - tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
  • Bandeja externa de geladeira - verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
  • Vaso sanitário e caixas de descarga - manter tampados
  • Calhas e lajes - caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
  • Caixas d'água - verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
  • Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas - verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente

ESTRATÉGIAS DE SANTOS PARA O ENFRENTAMENTO AO AEDES AEGYPTI – ANO INTEIRO

  • Casa a Casa - programa de visitação de rotina aos imóveis
  • Mutirão - varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade Imóveis especiais e pontos estratégicos - locais visitados mensalmente Imóveis especiais: grande circulação de pessoas - escolas, hotéis, shopping centers
  • Pontos estratégicos: mais risco de criadouros - borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
  • Nebulização – aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
  • Armadilhas - Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
  • Acompanhamento epidemiológico - notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
  • Atividades Educativas - atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
  • Atendimento a denúncias - feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou por aqui

 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.

Fotos: Francisco Arrais