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Pais santistas valorizam e reforçam importância do tempo ao lado dos filhos

Publicado: 13 de agosto de 2022 - 18h47
PORTAIS

Kauany Priscila da Silva

Apesar do tempo se tornar cada vez mais curto em razão das milhares de obrigações que assumem ao chegar à vida adulta, os papais modernos têm tomado para si cada vez mais funções que, anteriormente, eram consideradas obrigação das figuras femininas da família. Hoje, independentemente da constelação familiar e, mesmo em meio aos desafios, os pais são peças-chave que tentam se fazer cada vez mais presentes na vida dos filhos e filhas.

No Santos Portal, este Dia dos Pais será embalado pela história de quatro homens que, mesmo diante de diferentes e, muitas vezes, adversas circunstâncias, sempre dão um jeito de acompanhar o desenvolvimento dos pequenos e aproveitar cada segundo ao lado daqueles a quem dedicam cada batida do coração. Para Leandro e Enock, esta é a definição para Gabriel; para Vinícius, são Alice e Isabella; para André, é Clarice.

AMOR EM DOBRO

Na casa da "família Joy", como se denominam, este domingo é sinônimo de festa em dobro. Os porta-retratos na estante da sala revelam a existência de dois papais orgulhosos do papel que exercem, que viajam com o filho, o levam para comer fast food e que lhe ofereceram, mesmo antes de assumirem a função paterna, uma festa de aniversário com tema de super-herói.

Enquanto muitas famílias brasileiras são tocadas apenas pela figura materna, Gabriel dos Santos Oliveira, de 13 anos, tem o privilégio de poder dizer que tem dois ‘protetores’: Enock Soares da Silva Júnior, 38, e Leandro Soares Evangelista Alves, 35. Juntos há 17 anos, o casal assumiu a função de cuidar de mais uma vida há 8, quando o então pequeno Gabriel entrou em suas vidas.

“Quando nós tínhamos uns três anos de relacionamento, eu senti essa vontade de ser pai”, diz Enock. “Mas eu achei que ainda não estávamos preparados, então deixamos para lá”, completa Leandro. Despretensiosamente, o casal já frequentava a casa da tia do menino, que morava perto da família de Leandro. Porém, num certo dia, ela expressou o desejo deles se tornarem padrinhos do garoto. "A gente levou ele para passear no shopping. Eu senti e falei: “é ele!”, revela Enock.

Pelo consentimento da tia, que já havia adotado outros três irmãos do garoto, o processo de adoção foi tranquilo. Com Gabriel em casa, as coisas mudaram. “Nós tínhamos uma vida totalmente diferente. A gente viajava um pouco mais, éramos mais de balada. Quando o Gabriel veio, mudou no sentido de ter mais responsabilidade, porque você tem que cuidar, fazer comida, comprar leite, arrumar a roupa, o cabelo, levar para a escola, futebol. Quando você se torna pai, por mais que você pense em si, sempre pensa no filho primeiro”, afirma Enock.

Apesar de tantas responsabilidades sérias, Enock diz que os momentos de descontração e brincadeira também entraram na rotina: as atividades vão desde o campeonato de ping-pong entre os pais e o filho até a sessão de cinema na sala de casa. No calor, a reunião é na piscina e o passeio acontece na praia, na companhia dos dois cães da família. “Por mais que a gente estude e trabalhe, buscamos sempre dar bastante atenção a ele, estar presente, cultivar o momento. Quando estamos nós três, tentamos ao máximo fazer dali uma boa lembrança”.

Por mais que a família seja exemplo de respeito, amor e dedicação, o preconceito ao redor "dos Joy" ainda existe. “Nós temos que passar para o Gabriel que isso é irrelevante, que o importante está dentro da nossa casa, o amor que a gente vive, o carinho que temos um pelo outro”, explica Leandro. “A gente tenta ensinar, mudar a forma de pensar das pessoas, mostrar que isso não é errado”, completa o menino.

O esforço dos pais é reconhecido pelo garoto, apegado aos ‘protetores’ mesmo na fase mais complicada da adolescência. “Eu simplesmente me sinto abençoado. Falo para todo mundo que eu tenho os melhores pais do mundo”, diz. “Agradeço por tudo o que eles fizeram por mim, pelos esforços, pelas noites choradas, por sempre pensarem em mim. E agradeço a Deus por tê-los na minha vida”, completa.

PARCERIA DE AVENTURAS

O funcionário público André Kovalevski Bento, de 52 anos, nunca havia pensado em ser pai. Porém, com o passar dos anos e o relacionamento - que hoje já tem duas décadas - ficando cada vez mais forte, mudou de ideia. A pequena Clarice de Souza Bento veio ao mundo em 2014, quando tinha 44 anos. Muitos podem considerar tarde, mas esse foi o momento que André escolheu para conhecer a sua mais nova parceira de aventuras.

Clarice, no auge dos seus 7 anos, demonstra grande interesse pelos esportes radicais e atividades diferentes: aos 2 anos, andou de tirolesa pela primeira vez; anos mais tarde, aprendeu a arranhar na bateria; hoje faz aula de robótica, jazz, street dance e teatro, além de demonstrar grande domínio ao andar de skate, já que possui dois anos de experiência no esporte.

“Eu andava de skate quando era moleque e pensei: "Poxa, adoraria andar de novo”. Mas eu já estava velho, pensei que seria ridículo. Até que eu vi um pessoal mais ou menos da minha idade andando na praia, com aqueles longboards, e me animou. Aí eu comprei um para mim e um para a Clarice, para ver se ela se interessava, e ela adorou”, contou André.

Hoje, um dos passeios preferidos da menina é praticar a modalidade ao lado do pai na Praça Caio Ribeiro de Moraes e Silva, a praça do Sesc (Aparecida), já que é pertinho de casa. O roteiro da família também inclui o Emissário Submarino de Santos (José Menino) e a Praça Vereador Luiz La Scalla, ao lado do Aquário Municipal (Ponta da Praia), onde andam de patins.

Como trabalha em casa, André está sempre ao lado da filha - momentos que considera de extrema importância para fortalecer a conexão entre eles. “Eu gosto bastante de ter a chance de conviver com ela, diferente de tantos pais que deixam os filhos na escola e chegam em casa só à noite por estarem ganhando a vida. Conseguimos assistir a filmes juntos, jogar videogame, ler antes de dormir, fazer a lição de casa”.

Se pudesse dar um conselho aos demais papais, André diria para aproveitar cada segundo ao lado dos pequenos. “Não precisa fazer nada de outro mundo. Esses grandes momentos não estão em grandes eventos, mas no dia a dia: quando eles chegam da escola, quando a gente dá banho, esquenta a comida, quando choram para não dormir sozinhos. Acho que isso tudo faz a paternidade”, reflete.

PORTO SEGURO

O dentista Vinicius Liberatti Carvalho, de 48 anos, mostra que nem todo fim de relacionamento implica no distanciamento de seus frutos. Desde 2017, ele tem a guarda compartilhada das filhas Isabella Junqueira Liberatti Carvalho, de 16 anos, e Alice Junqueira Liberatti Carvalho, 10. De quinta a domingo, as meninas o fazem companhia nas mais diversas atividades, desde o passeio no clube até a ida à praia para tomar sorvete.

“Depois que a Isa nasceu, eu me organizei para ter tempo. Perdi meu pai cedo, então sei que se eu perder esses momentos, não vou ter mais. Ter filhos foi um projeto de vida para mim, então sempre estive presente, desde os exames pré-natais até hoje”, conta Vinicius.

Quando houve a separação, o processo das garotas passarem quatro dias da semana com o pai foi natural. Como ele sempre foi participativo, não foi necessário que elas se adaptassem para conviver com ele. “Na verdade, eu tive que me adaptar a ficar alguns dias sem elas”. “Nessa estrutura de família tradicional, a sociedade delega muito a criação à mãe. Mas eu me adiantei e fiz a minha parte”, comenta o pai.

A atitude de Vinicius é valorizada pelas meninas, que vivem grudadas no que consideram seu ‘porto seguro’. “Meu pai nunca ter saído do nosso lado é muito importante. Mesmo quando eles se separaram, nunca foi uma opção para ele ver a gente só a cada 15 dias, por exemplo”, conta a filha Isabella. A maior parte do tempo que passam juntos é de curtição, já que o período inclui o final de semana. Sempre ativo, Vinicius agita as garotas para saírem de casa, andar de bicicleta, patins e comer pastel de vez em quando. “Ele acorda cedo, gosta de sair para fazer esportes e arrasta a gente para ir junto. Eu gosto muito porque anima o meu fim de semana. A gente estuda, então quando chega sábado e domingo, a gente quer descansar, ficar só na cama, e ele nos incentiva a sair”, afirma a adolescente.

A missão de ser pai, para Vinicius, é 99% alegria. “Claro que tem as broncas, a malcriação, a bagunça, mas eu me sinto realizado todos os dias por exercer essa função, por me dedicar a elas. Ter a presença das minhas filhas sem eu ter que pedir, me faz perceber que estamos no caminho certo”.

FOTOS: 

AMOR EM DOBRO - Isabela Carrari / PMS

PARCERIA DE AVENTURAS - Nathalia Filipe/PMS

PORTO SEGURO - Carlos Nogueira/PMS

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