Painel em Santos debate melhorias para o afroempreendedorismo

Representantes de setores ligados ao afroempreendedorismo se reuniram para debater e buscar mais ações para divulgar os trabalhos realizados pela categoria, durante a 2ª edição do Festival Afro & Empreendedorismo, que segue até domingo (26), em Santos. A programação é totalmente gratuita e integra as atividades do Mês da Consciência Negra. O painel ocorreu na noite de sexta-feira (24), no Paço Municipal.

“Esse tema é extremamente importante. Hoje o afroempreendedorismo no Brasil movimenta mais de R$ 1 bilhão de reais. Então, estamos falando de uma economia forte, pujante e que precisa ser mais divulgada. Temos inúmeros afroempreendedores, principalmente em Santos, onde temos dois grandes exemplos de coletivos ligados à área de economia criativa”, analisa o diretor do Departamento de Empreendedorismo e Economia Criativa, André Falchi.

Ana Carolina Cederbon, da iniciativa Mulheres Pretas Empreendedoras, foi uma das convidadas para o painel e trouxe para o debate números de um mercado promissor. “Nós, mulheres pretas, somos 70 milhões no Brasil. É o tamanho da Itália. Somos 4 ,6 milhões de pessoas empreendedoras e movimentamos R$ 73 bi ao ano. Mesmo assim, ainda ganhamos menos, como empreendedoras, do que homens brancos. Ganhamos metade do que ganham as mulheres brancas que empreendem no País”.

Ela aponta que é preciso levar o assunto para o centro das discussões. “Temos de conduzir esse tipo de informação para a busca de políticas afirmativas, tanto privadas quanto públicas, e achar uma maneira de fazer a equidade, porque nós não partimos do mesm  lugar”, afirma Ana Carolina.

O afroturismo foi outro tema da roda de conversa. O turismólogo Daniel Rodrigues ressaltou a importância dos quilombos em áreas urbanas e rurais na Baixada Santista e Vale do Ribeira para destacar o turismo e a cultura afro na região, além de ser um setor para geração de renda.

“Faz com que se trabalhe a economia criativa do turismo, proporcionando a turistas nacionais e internacionais, a descoberta da verdadeira história do povo afro no Brasil, aquela que não está contada nos livros; as pessoas terão a oportunidade de conhecer as histórias através dos detentores da cultura africana, das suas gerações, dos seus trabalhos”, destaca o profissional.

O evento prossegue neste sábado (25) com outro painel, no Museu Pelé, e com feira de economia criativa ligada ao afroempreendedorismo no Valongo.

A realização do evento é da Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos (Semulher), por meio da Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial e Étnica (Copire), e Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e turismo (Seectur).

Esta iniciativa contempla o item 8 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Trabalho Decente e Crescimento Econômico. Conheça os outros artigos dos ODS