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Oficinas recuperam dependentes químicos

Publicado: 24 de julho de 2017
17h 03

“Valores são a base do caráter e da visão de mundo, determinam os princípios de conduta”. A frase consta na página 47 do livro Qual é o seu lugar no mundo?, de Leila Navarro, lida em uma tarde de quarta-feira por A.R.N., 42 anos, dependente químico há 26, para um grupo de 15 pessoas. A sequência dos parágrafos proferidos por ele provoca um debate elucidativo e reflexivo sobre escolhas.

Trata-se de atividade rotineira de leitura no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD), na Encruzilhada, serviço de saúde mental da Secretaria de Saúde de caráter comunitário e que tem como diretriz a redução de danos. A unidade tem 11.054 usuários cadastrados, dos quais 2 mil em atendimento contínuo mensal.

A roda de leitura e discussão revela a dimensão da vida nas ruas, o universo das drogas e a importância da unidade no processo de recuperação dessas pessoas.

“Hoje, eu não poderia esquecer que tinha que vir aqui, por isso tinha que estar lúcido. Consegui passar um fim de semana sem a droga, isso é uma prova para mim. Estou mais focado, responsável, decidido a modificar”, diz ele, que atualmente vive no Albergue Noturno, equipamento da Secretaria de Assistência Social.

Há dois anos em atendimento no Caps, ele quer levar para sua vida o sentido das palavras que têm tatuadas no braço em japonês: força, prosperidade e alegria. “A gente ainda tem esperança de melhorar nossa vida”.

Atendimento

O Caps oferece tratamento ambulatorial com atendimentos individuais e em grupo por equipe multiprofissional, grupos de orientação às famílias e oficinas terapêuticas. Entre as ações, as oficinas Fazendo Arte e de música; grupos de família, de direito e cidadania, de mulheres, de educação em saúde e de leitura; futebol; jogos expressivos; terapia comunitária, entre outros

. Também há atendimentos de referência, visitas domiciliares e consultas médicas. Quando requer internação, a pessoa é encaminhada para unidade hospitalar ou para as quatro comunidades terapêuticas que a Prefeitura mantém convênio - Recanto Vida (Peruíbe) e Primeiro Passo (Itanhaém), do programa Recomeço, governo estadual; e Sol Nascente (Peruíbe) e Associação Projeto Respeitar (Pedro de Toledo).

“Trabalhamos com redução de danos, valorizando os direitos humanos, o protagonismo em defesa da vida e a integralidade do cuidado. A internação é utilizada como último recurso, como opção voluntária, conforme o desejo do usuário e dos familiares”, ressalta a chefe da unidade, Nathalia Barros de Andrade.

Triagem e Números

- O Caps-AD realiza triagem de casos novos e plantões de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 18h.
- Ano passado, a unidade atendeu 472 casos novos, dos quais 328 fazem uso de álcool, maconha, cocaína e outras substancias psicoativas; 24 fazem o uso apenas do crack; e 120 de crack e outras substâncias psicoativas.
- Neste ano são 225 casos novos.

Saiba mais

Usuários de drogas também são atendidos pelo programa Consultório na Rua (vacinação, curativos, distribuição de preservativos, exames e encaminhamentos a serviços de saúde). Em 2016, foram abordados pela equipe do programa, que percorre toda a Cidade, 476 pessoas em situação de rua.

Do total, cerca de 260 (55%) fazem uso de drogas ilícitas (crack, maconha, cocaína, etc). Já 418 deles (88%) usam drogas ilícitas e/ou lícitas (álcool e tabaco).

Mais informações:

- Caps-AD - Rua Silva Jardim, 354, Encruzilhada.
- Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. - Telefone: 3237-2681.

Foto: Marcelo Martins