No Dia de Prevenção de Acidentes de Trabalho, Prodesan discute riscos dos produtos de limpeza em Santos

Vinícius Holanda

Isabel Priscila Azevedo é ajudante geral na usina de asfalto da Prodesan — ou uma “faz tudo”, como se autodescreve. Se divide em serviços de limpeza, pintura e manutenção. Apesar das diversas frentes de atuação, há um fator que não é ‘esquecido’ em nenhuma: a atenção com os equipamentos de segurança.

Ela estava entre os funcionários da empresa de economia mista - que desenvolve uma série de serviços para a Prefeitura - que participaram, nesta quinta-feira (27), do 2º Seminário do Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, cujo tema foi ‘Intoxicação Exógena por Produtos Domissanitários’.

Por ter contato direto com produtos de limpeza e tintas, entre outros, os itens de segurança são essenciais no seu dia a dia. “Recebemos orientação da empresa de como manipular, aplicar da forma certa, sem correr riscos”, explica Isabel. “Por isso nunca dispensamos as luvas, máscaras e óculos”.

RISCOS

O evento contou com quatro palestras que abordaram, de forma geral, a utilização dos produtos de limpeza no ambiente de trabalho e seus riscos. Para se ter uma ideia, somente as equipes de limpeza do Departamento Operacional (Deop) da Prodesan contam com 450 funcionários.

O diretor-presidente da empresa, Odair Gonzalez, afirmou que a conscientização dos colaboradores sobre a responsabilidade ao lidar com os artigos domissanitários é permanente: “Nosso objetivo é que o funcionário não precise recorrer a tratamento, a prevenção sempre é o melhor remédio”.

CLANDESTINOS

Um dos palestrantes foi o químico Devanir Paz, do Departamento de Vigilância em Saúde (Devig) da Secretaria Municipal de Saúde. Ele falou sobre os perigos que produtos clandestinos, muitas vezes utilizados em razão do valor mais baixo, podem trazer. “Não constam informações sobre o fabricante, não têm eficácia garantida”, comentou. “É um custo-benefício perigoso”.

Já o ex-secretário municipal de Saúde Marcos Calvo, médico da Seção de Controle e Orientação em Intoxicação (Cecoi) e do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), revelou que as crianças (24%) são as principais vítimas do uso indevido de produtos de limpeza: “É preciso todo cuidado. Principalmente para que não fiquem expostos”.

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.