Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Mutirão no porto vasculha e limpa 7km da área portuária

Publicado: 14 de março de 2002
0h 00

Nem foi necessário dar muitos passos para que o pessoal envolvido no mutirão de faxina no Porto, promovido ontem, visando eliminar pontos críticos de criação do mosquito da dengue na área do cais, conseguisse encontrar um criadouro em potencial. Isso já aconteceu no próprio local de concentração e saída dos grupos de trabalho da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Codesp, Polícia Militar, Exército e funcionários do Sindicato do Bloco, próximo ao Armazém 29. O trabalho começou por volta das 10 horas, com a geral no prédio da Administração da Guarda Portuária. Ali houve a retirada de lama e mato da calha que circunda o edifício na faixa do cais, com uso de vassouras e baldes para remoção dos resíduos. Para essa tarefa já foi necessário utilizar um dos equipamentos cedidos pela Codesp, uma empilhadeira, permitindo o acesso às calhas, um dos sérios problemas no Porto, na medida que é o local ideal para se formar criadouros do mosquito Aedes aegypti. Ao longo dos 7 km do Porto, em oficinas, armazéns, áreas abertas e nos terminais privativos, o trabalho de limpeza desenvolveu-se durante várias horas, com duas equipes, uma seguindo em direção ao Armazém 13, no Valongo, e outra em direção à Ponta da Praia. Vários guardas portuários que estavam de férias se engajaram na operação, conforme destacou Sérgio Antunes, diretor da Codesp. Hoje, o Programa de Controle da Dengue fará um balanço dos resultados do mutirão. Mas já se sabe que inúmeras calhas estavam com muita sujeira, oferecendo condições para a criação do mosquito. A Anvisa, que fiscaliza o Porto, vai notificar a Codesp desses pontos. AÇÃO BEM SUCEDIDA Mesmo antes dos números finais, a operação foi considerada um sucesso pela Secretaria de Saúde, e também pelos representantes da Anvisa (Osmar Oliveira e Aristides Gonçalves Jr) e pelo diretor Comercial e de Desenvolvimento da Codesp, Sérgio Antunes. Todos ressaltaram a importância de mais uma área da Cidade ter um acompanhamento mais minucioso, num trabalho integrado do Governo Municipal, Anvisa (Federal) e Sucen (Estadual). Hoje, a Sucen deverá realizar a nebulização costal com inseticidas na área portuária, complementando o mutirão, atuando inicialmente na Mortona (área onde a Codesp mantém depósito de sucatas). O mutirão coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde em 7km do cais, inclusive na zona primária, envolveu 420 pessoas, entre agentes de Controle da Dengue, (150), Exército (30 homens) Polícia Militar (150 soldados) pessoal do Sindicato do Bloco, da Guarda Portuária e da empresa limpadora da Codesp (90 participantes). Também foram utilizado equipamentos pesados, como caminhões, empilhadeira e um carro cedido pelo Corpo de Bombeiros, com escada. Empresas arrendatárias colaboraram com lanches, enquanto a Limpadora Califórnia forneceu água. SUCATAS, CONTÊINERES, LONAS, CALHAS, O PORTO É UM DESAFIO O mutirão no Porto foi acompanhada de perto por um representante da Secretaria de Saúde, que nos últimos meses, realizou inúmeros contatos políticos com Anvisa, Sucen e Codesp, para que a Prefeitura pudesse agir na área portuária, inclusive com colaboração da Polícia Federal. Os entendimentos culminaram com a realização do primeiro mutirão no Porto e a garantia da Codesp em contratar, de forma emergencial, uma empresa limpadora, para manter o cais em condições sanitárias mais adequadas. A Anvisa enfrentou sempre muitos problemas para manter o Porto em boas condições ambientais. Centenas de notificações e multas foram expedidas nos últimos meses, atingindo as empresas localizadas no Porto, mas a Codesp sempre acumulou mais infrações. As irregularidades, segundo Osmar Oliveira são típicas de locais de grandes movimentação de carga. Se tornam criadouros de mosquito desde grandes sucatas (restos de empilhadeiras, barcos, guindastes), como também entulhos de médio porte, como madeira e ferro mal acondicionados, e até lixo e materiais inservíveis como garrafas plásticas, copos, pneus e lonas. Somam-se ainda para um quadro de insalubridade, os pátios com contêineres mal armazenados e as calhas dos velhos armazéns, que agora começam a ser retiradas pela Codesp. A partir deste ano, a situação melhorou, disse ontem o chefe do Posto da Anvisa em Santos, Osmar Oliveira, citando as reuniões semanais entre o órgão fiscalizador federal e Codesp. Mesmo assim, em 2002 já houve 60 notificações à Codesp e arrendatários. A diferença é que agora os próprios funcionários da Codesp acompanham os fiscais nas áreas problemáticas. SUCEN AVALIA A DENGUE PELAS 59 ARMADILHAS DE LARVAS O controle da dengue e das condições sanitárias do Porto é feito de forma exclusiva pela Anvisa e Sucen. O órgão estadual mantêm 59 armadilhas de larvas para avaliar a infestação, na margem de Santos, e cerca de 90 em toda a extensão do Porto. No ano passado, as armadilhas chegaram a apresentar índice de 38% com larvas, baixando este ano para 22%. Mesmo assim é índice muito alto, assinala o subchefe do Posto Portuário de Santos da Agência de Vigilância Nacional (Anvisa), Aristides Gonçalves Jr. Ele elogiou a ação da Secretaria Municipal de Saúde, especialmente pelo caráter educativa. O Porto não pode estar isolado da Cidade. Se estão sendo feitos mutirões nos bairros o cais também deve ser incluído nesse trabalho.