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Mutirão de verão elimina 84 focos com larvas de mosquito no Boqueirão em Santos

Publicado: 31 de janeiro de 2024 - 16h38

Luigi Di Vaio

Trata-se de um jogo de esconde onde a parte derrotada, a minúscula larva de mosquito, acaba em uma dança silenciosa ao tentar sobreviver em uma apertada pipeta. Esse é um retrato pouco conhecido da luta que Santos trava contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana. Nesta quarta-feira (31), em mais um mutirão de verão contra o mosquito, o palco dessa partida foi o Boqueirão. O placar acabou com a vistoria a 2.033 moradias e a eliminação de 84 focos com larvas de mosquito.

Um total de 70 agentes de combate a endemias da Secretaria de Saúde de Santos participou da ação. A sequência desse embate será no sábado (3), quando as equipes voltam às residências que estavam fechadas no Boqueirão. A fase complementar do mutirão no bairro se dará no próximo dia 7, no trecho compreendido entre a Rua Machado de Assis e as avenidas Afonso Pena, Conselheiro Nébias e Siqueira Campos.

O objetivo do mutirão de verão é atingir os bairros mais movimentados nesta época do ano, realizando a vistoria nos imóveis de população flutuante, já que no verão o clima quente e úmido é favorável para a procriação do mosquito. Este ano, já foram realizados mutirões de verão nos bairros Aparecida, Embaré, José Menino e Pompeia, sempre às quartas-feiras, com retorno aos sábados para eventuais pendências. 

Na ação desta quarta-feira (31), a empresa Terracom atuou em parceria com a Secretaria de Saúde, disponibilizando uma equipe de 25 agentes e um caminhão para a retirada de material inservível, que tem potencial para gerar criadouros do mosquito. Os focos com larvas de mosquito foram encontrados em ralos externos e internos, caixa d'água, vasos de planta, pneu, prato de planta e pote usado por pets.

Chefe técnica do Setor de Controle de Vetores da Secretaria de Saúde de Santos, Ana Paula Favoreto diz que, além dos apartamentos que se encontram fechados, outra grande dificuldade que sua equipe está encontrando são os condomínios que não permitem a entrada das equipes na quarta e no sábado. “Quando isso ocorre, temos de retornar na segunda-feira com a fiscalização para poder entrar nesses condomínios. Temos que ter ações fortes de combate ao mosquito para não chegarmos ao estágio onde estão algumas cidades do Interior e de outros estados”.

LARVAS EM ARMADILHA E EM RALOS

Em um dos primeiros pontos visitados pelos agentes nesta quarta-feira, um prédio da Rua Oswaldo Cruz, na primeira quadra da praia, nem foi necessário o uso de lanterna para detectar uma larva do mosquito em duas extremidades de uma armadilha para ratos que estava sem tampa, no jardim. A larva foi colocada na pipeta, para posterior análise, e a armadilha recebeu aplicação de larvicida. As análises têm apontado que 99% das larvas são mesmo do mosquito Aedes aegypti. 

A equipe desceu para a garagem do subsolo do edifício, onde há vários ralos para receber água das chuvas. Em dois deles, mesmo com tela de proteção, foram encontradas mais larvas. O responsável pela manutenção do edifício foi orientado a escovar as laterais dos ralos uma vez por semana, interrompendo, assim, o ciclo de nascimento do mosquito.

Em outro edifício da Rua Oswaldo Cruz, os agentes vistoriaram a casa de Ioná Dirce de Souza, de 63 anos. O seu apartamento é decorado com vários vasos com plantas e flores. “Mas nenhum com pratinho embaixo”, explicou a dona de casa. A preocupação em seu lar contra o mosquito Aedes aegypti não é à toa: ela já pegou dengue duas vezes. “Fiquei toda vermelha na segunda vez. Tomo todos os cuidados”. Os agentes orientaram Ioná a colocar detergente na bandeja que fica na parte de trás de sua geladeira, mesmo com o local estando seco.

CUIDADOS

O mosquito precisa de água parada para depositar os ovos e as pessoas devem evitar qualquer tipo de recipiente que possa acumular água, em casa ou nos quintais. Também devem-se manter limpos os terrenos baldios, lavar e tampar caixas ou tambores de água pelo menos uma vez por semana e não esquecer de observar calhas, trocar a água dos animais domésticos e limpar e telar os ralos.

BALANÇO

Os mutirões de verão realizados em 2024 eliminaram 543 focos com larvas. No ano passado, foram confirmados 570 casos de dengue e 52 de chikungunya. Este ano, há a confirmação de um caso de dengue e outro de chikungunya.

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade.
Conheça os outros itens dos ODS