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Multitarefas, Isabel cuida do Jardim Botânico como a própria casa

Publicado:
17 de outubro de 2019
12h 16
servidora segura planta nas mãos no botânico #pracegover

Uma servidora polivalente. De forma resumida, esta poderia ser a descrição para Maria Isabel Francisca da Hora que, em quase 26 anos de Prefeitura, já atuou em diversas frentes.

Sua entrega ao trabalho atual, no Jardim Botânico Chico Mendes, a credenciou para representar a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) nas comemorações pelo mês do servidor. Os olhos brilham e o sorriso alarga quanto mais a funcionária comenta as atividades que desempenha no dia a dia.

Uma paixão que é reconhecida pelos seus superiores. “Isabel tem sido um exemplo de dedicação e consegue reunir graça, competência e bom senso”, elogia Marcos Libório, secretário municipal de Meio Ambiente.

Isabel conhece cada cantinho do Jardim Botânico como a palma da sua mão. “Sei quais são as necessidades do parque e quem são os funcionários que trabalham aqui. Atuo na rotina administrativa, abro e recebo processos, além de recepcionar os voluntários que atuam na área de Educação Ambiental. Percorro o parque todos os dias para verificar o que precisa de manutenção também”, afirma. Isabel confere até a rotina de limpeza, inclusive dos sanitários. “Eu me preocupo com o Jardim Botânico como se fosse a minha casa. O munícipe merece o melhor e é gostoso chegar aqui e encontrar um local limpo e organizado. Não consigo me ver fora daqui, faço tudo com carinho e zelo”, diz ela, que já desistiu de se aposentar daqui a dois anos.

ACOLHIMENTO

Ela passou no concurso da Prefeitura em 1993 como ajudante geral. Desde março 2002 está na Semam e não esconde o carinho pra lá de especial que nutre pela secretaria. Quando chegou, estava muito fragilizada devido à morte do terceiro filho, ocorrida pouco depois de seu nascimento, em 16 de dezembro de 2001, devido a uma cardiopatia. “Fui muito bem recebida, fiz amizades e recebi muito carinho”.

É grata até hoje por essa recepção, recebida dos colegas que atuavam no gabinete da Semam. Em 2004, teve a primeira passagem pelo Jardim Botânico; seis anos depois, foi para a Coordenadoria de Defesa da Vida Animal; em 2015, passou pela Seção de Fiscalização; retornando, finalmente, à sua “segunda casa” no ano de 2016.

Recentemente, Isabel exerceu por 11 dias, em substituição, o cargo de chefe do Departamento de Parques e Defesa Animal. “Foi um presente, me senti muito honrada. Há muitos servidores capacitados na Prefeitura que não têm essa oportunidade”.

TRAJETÓRIA

Em 1992, um cartaz dentro de um ônibus municipal mudaria a vida de Isabel. Estava escrito que estavam abertas as inscrições para o concurso público. Divorciada e com dois filhos, pediu a opinião do cunhado, José Batista, que atuava na antiga Administração Regional da Zona Noroeste, se deveria tentar uma vaga para ajudante geral.

O cunhado a incentivou e ela sabia que seria necessário angariar novos conhecimentos para ser aprovada, como diferenciar tijolo de bloco e saber que elementos compõem uma massa de concreto. Ela correu atrás e, meses após a prova teórica, recebeu um telegrama em dezembro de 1992 que a chamava para fazer a avaliação prática.

“Chamaram os homens primeiro, porque era um trabalho braçal. Uma das provas era subir uma escada dupla segurando um balde com água em uma das mãos e uma escova na outra e depois descer pelo outro lado da escada, sem deixar uma gota de água cair. Também tiver que encaixar alguns blocos de forma que se encaixassem perfeitamente e nenhum sobrasse”, lembra ela.

Em dezembro de 1993, recebeu um novo telegrama, que lhe dava um prazo de 30 dias para assumir a nova função. Foi assim que se tornou ajudante geral no prédio do Paço Municipal, onde atuou por seis meses.

Logo depois, iniciou o curso de Direito na Universidade de Mogi das Cruzes e, para não atrapalhar a rotina no trabalho, atuou como ascensorista durante o período da tarde e noite no Paço, em uma época que as sessões da Câmara de Santos eram realizadas na Sala Princesa Isabel, no primeiro andar da Prefeitura.

Certo dia, o então secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura, Aloysio Álvares Cruz, a viu estudando o Código de Processo Penal e a convidou para atuar na secretaria, onde permaneceu por quase quatro anos.

Depois, atuou na então Administração Regional da Zona Noroeste (atual Subprefeitura) onde permaneceu até o final de 2001, registrando passagens também pela Coordenadoria dos Cemitérios e pelo programa de Congelamento de Favelas.

Foto: Francisco Arrais