Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Moradores de morro em Santos discutem recuperação de áreas de risco

Publicado: 16 de abril de 2023 - 18h03

Santos segue com iniciativas para enfrentar as mudanças climáticas que afetam a região, especialmente em áreas de risco. Exemplo disso está na reunião do projeto-piloto de Adaptação Baseado em Ecossistema (AbE), realizada neste domingo (16), no Monte Serrat.

Entre os objetivos do trabalho, desenvolvido pela  Seção de Mudanças Climáticas (Seclima) da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), Defesa Civil e participação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Registro estão recuperar áreas de risco com vegetação nativa, aumentar a proteção contra escorregamentos de massa, reforçar corredores ecológicos, sempre considerando a comunidade como foco principal 

“De alguma maneira, queremos que essas áreas continuem contribuindo para o bem-estar da população do Monte Serrat e do entorno”, explica a engenheira agrônoma da Seclima, Greice Pedro.

A Sociedade de Melhoramentos do bairro foi o ponto de encontro para a oficina com os moradores do Morro. Eles puderam acompanhar explicações sobre conceitos gerais, a metodologia a ser utilizada, como Soluções baseadas na Natureza (SbN), e Adaptação Baseada em Ecossistemas (AbE).

A oficina se insere nos princípios do Plano de Ação Climática de Santos de 2021, que está focado em pensar na resiliência e na adaptação das pessoas frente a esses eventos extremos. E para isso, é importante que as comunidades participem ativamente e se conscientizem da importância recuperar essas áreas com usos apropriados para a localidade, que nem sempre estão ligados à habitação.

“Para as comunidades, é importante que tenham esta consciência e que nos ajudem a pensar em como podemos utilizar essas áreas, não como moradia, mas mesmo assim como algo especial para os moradores dos morros”, acrescenta Greice.

O vice-presidente da Sociedade de Melhoramento de Bairro do Monte Serrat, Arquimedes da Silva Machado, destaca a participação da comunidade como fundamental para pensar não apenas na questão ambiental, mas como ser beneficiada com uma visão mais sustentável.

“A comunidade precisa ser envolvida na criação e dar o ‘pitaco’, colocando sua visão mediante as possibilidades que o projeto pode vir a oferecer. Trata-se de um projeto de adaptação do ecossistema e é adaptável às reivindicações do morador. Estamos falando de turismo ambiental, de horta comunitária, e geração de emprego e renda. E esta troca é valiosa para uma comunidade periférica. O Monte Serrat pode ser reconstruído. O histórico de deslizamento pode ser mudado através do reflorestamento da encosta através do morador. Isso é pertencimento”.

Top 10

O projeto de Santos foi selecionado como uma das dez propostas que vem recebendo atenção especial do Acelerador de Soluções Baseadas em Natureza e Cidades do World Research Institute (WRI), um instituto mundial que tem uma unidade no Brasil.

“As dez cidades escolhidas passam por um processo de mentoria para que, ao final, seja possível ter um projeto completo e detalhado que possa ser levado a financiadores para ser executado nessas áreas”, explica a engenheira agrônoma.

A metodologia de adaptação baseada em ecossistemas, traz uma abordagem dentro do conceito de soluções baseadas na natureza, focando no enfrentamento dos eventos extremos pelas comunidades, especialmente as mais vulneráveis.

A meta ainda é evitar maiores intervenções cinzas (engenharia convencional), e trabalhar junto com a natureza, trazendo soluções que garantam a segurança das comunidades em áreas de risco.

“A equipe da Seclima vem trazendo tudo o que está sendo trabalhado lá fora para tentar aplicar em Santos. A Cidade já sente as mudanças climáticas com ressacas mais intensas, chuvas concentradas em curto período de tempo e rajadas de vento cada vez mais frequentes. Por isso, o projeto-piloto de AbE no Monte Serrat é uma importante iniciativa para o Município”, conclui o chefe da Seclima, Eduardo Kimoto Hosokawa.

A intenção da prefeitura é expandir essa metodologia para outras áreas com características semelhantes em morros da cidade.