Moradores de morro em Santos discutem medidas para enfrentar mudanças climáticas
A segunda oficina sobre mudanças climáticas com moradores do Monte Serrat, em Santos, foi realizada neste sábado (27). O objetivo do encontro foi dar continuidade à construção de projetos destinados às áreas de risco com vegetação nativa no morro. A ideia é que cinco pontos ganhem um novo visual a partir de propostas dos próprios moradores.
A conversa, realizada na sociedade de melhoramentos do bairro, serviu para apresentar as ideias sugeridas na reunião do mês passado de forma organizada para a comunidade e ouvir opiniões. Segundo o geólogo da Defesa Civil do Município, Victor Valle, é fundamental saber o que os moradores pensam, o que eles desejam mudar, o que está funcionando bem e que precisa evoluir para a construção desses projetos em conjunto.
Reunião foi realizada na sociedade de melhoramentos do bairro - foto: Francisco Arrais
Entre as propostas apresentadas e debatidas, estão criação de mirantes, aproveitando a vista que o morro oferece, a revegetação de áreas, criação de espaços de convivência para os moradores, com bancos e área de lazer para crianças e questões relacionadas à energia sustentável.
O geólogo afirmou a importância de dar novos usos a algumas áreas, garantindo que o local seja reconhecido como pertencente à comunidade.
O projeto é uma realização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), por meio da Seção de Mudanças Climáticas (Seclima), considerando as mudanças climáticas e a necessidade de adaptação do Município, em conjunto com a Defesa Civil, pois se trata de áreas de risco que precisam ter uso adequado.
A recuperação de áreas desocupadas com o apoio da comunidade segue o conceito de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) e Adaptação Baseada em Ecossistemas (AbE),.
“A AbE é uma abordagem que faz parte do conceito de SbN e tem como foco o enfrentamento dos eventos climáticos extremos pelas comunidades, especialmente as mais vulneráveis. A ideia é evitar mais “intervenções cinzas” (de engenharia convencional) e trabalhar com a natureza, trazendo soluções que garantam a segurança das comunidades em áreas de risco”, diz o engenheiro da Seclima, Eduardo Kimoto Hosokawa.
A revegetação desempenha papel fundamental no processo, porque contribui para a proteção contra radiação no morro e para a redução do risco de inundações nas áreas planas da Cidade. A presença de vegetação também auxilia na regulação do microclima, tornando a região menos quente.
“É necessário ouvir e envolver a comunidade, permitindo que ela participe e ajude na manutenção do que será realizado. Dessa forma, aumentam-se as chances de sucesso”, diz Valle. As oficinas fazem parte de projeto-piloto no Monte Serrat.
Esta iniciativa contempla os itens 13 e 15 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Ação contra a mudança global do clima e Vida Terrestre. Conheça os outros artigos do ODS.