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Monumentos em Santos reverenciam figuras marcantes da Independência

Publicado: 5 de setembro de 2022
12h 23

Terra natal de José Bonifácio, Patrono da Independência, de outras figuras importantes para a consolidação do processo, e cenário de momentos que precederam o grito do Ipiranga, Santos é uma das cidades referência no País quando se trata da luta pela separação de Portugal.

Em reconhecimento ao papel de personalidades envolvidas no momento histórico do 7 de Setembro, a Cidade ergueu monumentos a importantes filhos que não mediram esforços pela liberdade.

A mais célebre das homenagens é a estátua aos irmãos Andradas, que além de José Bonifácio, o grande incentivador da Independência, reverencia Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva. A obra fica na Praça da Independência, coração do Gonzaga. Alguns destes monumentos muitas vezes passam desapercebidos com a pressa do dia a dia, mas estão ali para lembrar a relevância dessas personalidades e demonstrar o reconhecimento da Cidade ao importante desempenho na consolidação da liberade, formação da história e cultura brasileiras.

Irmãos Andradas ficam no imponente monumento da Praça da Independência

ALMIRANTE TAMANDARÉ

Outra importante peça é a construída a Joaquim Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré (1807-1897), Patrono da Marinha do Brasil e um dos mais proeminentes participantes das batalhas em mar pela consolidação da Independência. Ele é homenageado com um busto na Avenida Bartolomeu de Gusmão, 52, no Embaré, sua imagem fica de frente para o mar, por onde entram e saem os navios no Porto de Santos.

Sim, muita gente não sabe, mas a Independência não foi conquistada de maneira fácil, apenas com o famoso Grito do Ipiranga. Diversas foram as batalhas necessárias para a consolidação da liberdade do País.

Após o dia 7 de setembro de 1822 o Brasil criou uma esquadra, com homens leais que lutaram tanto para expulsar as tropas lusitanas fiéis à Coroa, quanto para conquistar a adesão da Bahia, Maranhão, Pará e Cisplatina (atual Uruguai).

Em geral, essas tropas eram comandadas por mercenários (estrangeiros contratados), mas diversos brasileiros fizeram parte e se destacaram, caso de Tamandaré. Ele se alistou aos 15 anos para participar dos combates pela liberdade do País, sendo fundamental nas batalhas marítimas na costa da Bahia e, depois, a bordo da Fragata Niterói, sob o comando de John Taylor, da perseguição da força naval portuguesa até a costa de Portugal.

Patrono da Marinha, almirante Tamandaré é homenageado em frente ao mar

ALMIRANTE BARROSO

Português de nascimento, mas brasileiro de coração, Francisco Manoel Barroso da Silva ou Almirante Barroso (1804-1882) foi militar da Armada Imperial Brasileira.

Ao lado do Almirante Tamandaré, foi importante em diversas batalhas navais que ajudaram a consolidar o País como nação. Como guarda-marinha e, depois, tenente, lutou na Guerra da Cisplatina, a bordo de navios da Marinha Imperial brasileira. Participou de diversos combates; atuou na repressão à Revolta da Cabanagem, na Província do Pará, e na Guerra dos Farrapos, no Sul, durante o período regencial.

O monumento fica na Praça Amigos da Marinha, recém-revitalizada pela Prefeitura, na confluência das avenidas dos Bancários e Rei Alberto I, na Ponta da Praia.

Praça Amigos da Marinha passou por recente reforma

VISCONDE DE SÃO LEOPOLDO

Mas nem só de guerra se fez a Independência. Grande parte da luta pela liberdade do País se fez no campo político, neste contexto está José Feliciano Pinheiro Fernandes Nunes, mais conhecido como Visconde de São Leopoldo (1774-1847).

Eleito deputado para as cortes portuguesas em 1821, voltou ao Brasil pouco depois da Independência, tornando-se figura fundamental no Império, sendo conselheiro, senador e ministro da Justiça, além de ter sido nomeado presidente da província do Rio Grande do Sul.

Mas a maior contribuição do visconde para o novo País foi a luta pela educação universitária. Formado em leis e cânones pela universidade de Coimbra (Portugal), propôs na Assembleia Constituinte, em 14 de junho de 1823, pela primeira vez, a criação de cursos jurídicos no Brasil. Em atenção ao pedido, em 1827, o Imperador dom Pedro I, por meio de lei cria dois cursos de ciências jurídicas e sociais, um na cidade de São Paulo e outro em Olinda (PE).  

A importante figura histórica santista é homenageada com uma placa de bronze em alto relevo na Avenida Visconde de São Leopoldo, 64, quase de esquina com a Rua XV de Novembro, no Centro.

Placa em homenagem a visconde de São Leopoldo, no Centro Histórico

FIGURAS FUNDAMENTAIS

O historiador da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), José Dionísio de Almeida ressalta a importância dos personagens retratados nos monumentos de Santos como fundamentais para consolidação da Independência. “Tanto o Almirante Tamandaré, quanto o Almirante Barroso foram pessoas que estavam a serviço do Brasil e se colocaram ao lado da Independência quando foi preciso confrontar as tropas portuguesas”.

O historiador lembra que neste período não o País ainda tinha as forças armadas como hoje. “Mesmo não tendo uma Marinha e um Exército totalmente formado, o Brasil conseguiu se contrapor a quem lutou contra a Independência, em favor de Portugal”.

Sobre o Visconde de São Leopoldo, Dionísio destaca o fato dele ser um santista com enorme destaque no princípio do Brasil Império que, por meio da política ajudou a consolidar o País, participando de processos importantes como da primeira Constituição. “Foi uma pessoa de conhecimento muito vasto em diversas áreas; na Constituinte de 1923 propôs a criação dos primeiros cursos jurídicos do Brasil e participou intensamente da política nacional”.

Fotos: Nathalia Filipe e arquivo/PMS