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Meninos e meninas desempenham tarefas de gente grande

Publicado: 11 de abril de 2002
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É comum no dia-a-dia, em meio às tarefas junto a bancos, cartórios e outras repartições públicas e privadas, depararmos com dezenas de jovens, meninos e meninas utilizando uma inconfundível camiseta branca com o símbolo do Centro de Amigos do Menor Patrulheiro de Santos (Camps), desempenhando as mais diversas atividades. Nas longas filas que se formam nestes locais, na maioria das vezes, ter um jovem com essas características à sua frente pode significar uma longa espera, afinal, apesar da pouca idade eles desempenham uma função importantíssima para as empresas, como se fossem gente grande. Em Santos, atualmente, cerca de 1.200 jovens são indicados pelo Camps para atuar nos mais distintos segmentos empresariais. Somente na Prefeitura de Santos são 150 – dos quais 20% são meninas – atuando nas secretarias municipais. Dedicados e, acima de tudo, competentes nas funções que executam os conhecidos patrulheiros aprendem, desde cedo, a assumir responsabilidades que variam desde o simples manuseio de documentos até mesmo a contribuir com o sustento da família. Tudo isso sem deixar o estudo de lado, afinal, todos desejam um futuro melhor. Meu objetivo é cursar engenharia civil. Sei que é difícil, mas sem sacrifício nada se conquista, afirma o patrulheiro Elpídio Silva de Novaes, 16 anos, há um mês atuando na Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Santos. Acredito que este serviço seja muito importante, pois somos muito requisitados tanto interna como externamente, acrescenta Diego Matos Fonseca, 16 anos, há dois anos no Camps e igual período na Secom. Gosto do meu serviço e acredito que esta experiência será importante no futuro, afirma, muito embora ainda não tenha decidido qual o curso que irá fazer após concluir o segundo grau. Pode até pintar jornalismo, quem sabe? Única menina atuando na Secom, Sabrina Camacho Wah completará, em maio, um ano de Camps e já sabe o que pretende fazer no futuro. Cursando atualmente o segundo ano do ensino médio ela deseja atuar na área de Saúde. Meu primeiro emprego foi em uma clínica onde aprendi a trabalhar com Raio-X, depois fui transferida para a Secom. Acho que a experiência que a gente adquire nesses serviços será importante no futuro, por isso quero prosseguir com os estudos e cursar algo relacionado com a Saúde. Além do local de trabalho e da determinação em vencer profissionalmente, os três jovens têm algo a mais em comum: todos, de certa forma, contribuem com seus vencimentos para ajudar no sustento da família. A necessidade obriga, porém, todos encaram com naturalidade e demonstram muita satisfação em cumprir com a sua cota de sacrifício. Mas sempre sobra alguma coisinha para o fim de semana, constata a sorridente Sabrina. CAMPS ATUA HÁ 35 ANOS NA CIDADE O dia 13 de abril homenageia o office boy, antiga denominação para os contínuos das redações de jornais e repartições públicas ou, no significado mais atualizado, os patrulheiros do Camps que atuam em tantas outras empresas. Na entidade, que hoje reúne em seus quadros cerca de 1.200 jovens de ambos os sexos, a comemoração acontece no dia 30 de novembro, data da fundação do Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro de Santos. Para se tornar um patrulheiro o jovem deve ter idade mínima de 14 anos e atuará até um mês antes de completar 18 anos. A inscrição é feita na sede da entidade (Av. Washington Luiz, 2 – Vila Mathias) e, após passar por uma fase de seleção e treinamento, ele será encaminhado para uma das inúmeras empresas com as quais o Camps possui contrato de prestação de serviço. Na Prefeitura, de acordo com a Secretaria de Administração (Sead), mensalmente o patrulheiro recebe um salário mínimo (R$ 200,00), vale-transporte, vale-refeição no valor de R$ 102,00, e cesta básica por oito horas diárias de serviço. Deste total uma determinada importância é descontada pelo próprio Camps e, quando o jovem se integra à empresa, em muitas oportunidades, sua contratação definitiva é efetivada após o término do contrato.