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Maternidade silvério fontes está atendendo gestantes com tranquilidade

Publicado: 25 de junho de 2003
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A decisão da direção da Santa Casa de Santos em interromper os atendimentos na maternidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em razão da superlotação dos leitos de UTI Neonatal, fato que já vem ocorrendo há cerca de um mês, trouxe reflexos para o aumento de partos no Hospital e Maternidade Silvério Fontes, desde o mês passado. Nos quatro primeiros meses do ano, a maternidade chegou a ter uma queda em relação ao mesmo período do ano passado, no número de partos, mas já está voltando ao seu movimento normal. Mesmo com a recusa da Santa Casa no atendimento às gestantes do SUS, a demanda está sendo absorvida sem muitos transtornos, segundo a direção do hospital municipal. Ontem (25), 62% dos leitos estavam ocupados, enquanto que na Unidade de Risco Neonatal havia quatro vagas pela manhã, embora essa ocupação oscile muito e haja ocasiões de ocupação total. No dia 24 à noite, todos os sete leitos da Unidade Neonatal chegaram a ficar ocupados, explica o diretor da Unidade, o médico Marco Sérgio Duarte. A Santa Casa já anunciou ontem a compra de mais três leitos neonatais, o que poderá normalizar a situação do hospital, nessa área, em breve. Dos cinco existentes na filantrópica, quatro estavam ocupados ontem por pacientes de planos particulares e um de paciente do Sistema Único de Saúde. BONS SERVIÇOS A Maternidade Silvério Fontes não foi criada para atender gestações de risco, (as unidades de referência são a Santa Casa e o Hospital Guilherme Álvaro) mas na prática, ao longo dos últimos anos, vem atendendo também os casos que exigem maiores cuidados, inclusive de gestantes que vêm de fora, sem pré-natal e com vários problemas de saúde, assinala o diretor da Unidade. O hospital possui 53 leitos e realizou, no ano passado, 2.178 partos, com baixa taxa de neomortalidade. Também realiza cirurgias eletivas em mulheres, cirurgias pediátricas, e atendimentos ambulatoriais e psicológicos. Um dos destaques da maternidade é a prevalência de partos naturais, em torno de 70%, sendo que por duas vezes foi merecedor do título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde e Unicef, pelo incentivo dado à amamentação, mantendo alojamento conjunto de mãe e bebê e o Projeto Mãe Canguru, que ajuda na recuperação de bebês prematuros, mantendo o recém-nascido em contato direto com o calor do corpo materno. Também disponibiliza testes rápidos de detecção de sífilis congênita e HIV. A unidade de internação possui todos os equipamentos para reanimação e suporte de vida ao bebê. Entretanto, em razão das limitações das instalações físicas, o hospital não possui condições para instalar UTI para adulto, inclusive porque é uma maternidade nível 1. Mas estará, em breve, ampliando a área de recuperação pré-anestésico. Entre as melhorias previstas para o hospital, figura a criação de acesso lateral para ambulâncias, com readequação da área de emergência. Isso será possível em razão de negociação feita pela Prefeitura com o proprietário de terreno vizinho ao prédio. Com essa ampliação será reformulada a rede de distribuição de gases medicinais, num único local, e criar uma área exclusiva para lixo hospitalar. A maternidade também já constituiu sua Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, neste ano. Todas as adequações na área física estão sendo feitas de forma a não reduzir o número de leitos, o que implicaria em superlotação, explica o diretor Marco Sérgio. Na área de recursos humanos, o hospital vem contornando as limitações de contratações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, com pagamento de horas extras. ALERTA Para a Secretário Municipal de Saúde (SMS), a superlotação dos leitos neonatais na Santa Casa, hospital que proporcionalmente, realiza o maior número de partos em Santos, (sendo a maior parte de pessoas vindas de municípios vizinhos), reflete uma situação que há muito tempo vem sendo constatada pelo gestor da Saúde Pública do Município. Em sua análise, é fundamental que haja mais investimentos na área da Saúde dos municípios vizinhos, inclusive na atenção básica, que inclui um bom acompanhamento no pré-natal, até a criação de leitos de UTI , fato que trará menos invasão e sobrecarga para os hospitais de Santos. O Município dispõe, na rede hospitalar pública e particular, de 26 leitos de UTI neonatal cadastrados pelo SUS, segundo dados da DIR XIX, enquanto que em toda a região são 44. Além de Santos, contam com estrutura de UTI os municípios de Guarujá, São Vicente e Cubatão. Mas, mesmo assim, pacientes desses e de outros municípios da região, rotineiramente buscam a rede hospitalar de Santos. PARTOS Levantamento realizado nos cartórios dos Municípios da Baixada, pela Coordenadoria da Saúde Coletiva, da SMS, envolvendo os registros de nascimento do ano passado, revelam que quase dois terços dos nascimentos em Santos não são de moradoras locais. De 12.756 partos realizados em 2002 em nossos hospitais, apenas 5.280 representou demanda de Santos. A Santa Casa realizou 3.512 partos, ficando com a maior fatia da invasão: 2.306, contra 1.206 de Santos, enquanto o Guilherme Álvaro fez 1.896 partos, sendo 598 de Santos e 1.298 de fora. Já o Silvério Fontes realizou 2.178 partos, sendo 1.562 de Santos e 616 de outros municípios. Também nos hospitais privados, prevalece o maior número de gestantes de outros municípios, como é o caso do São Lucas que fez 1687 partos, sendo 1.186 de fora e 501 locais. Na Casa de Saúde, 661 foram de Santos e 916 de fora, e no Ana Costa 386 locais e 675 de outros municípios. Já na Beneficência a demanda local registrou 366 partos e 479 de fora do município.