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Maior jardim de praia do mundo, em Santos, recebe cuidados especiais na primavera

Publicado: 17 de outubro de 2022 - 16h37

JACKSON DE PAULA

Com 5.335 metros de comprimento e 50 metros de largura, o jardim da orla de Santos é, para muitos, o principal cartão postal da Cidade. O colorido e as formas geométricas do maior jardim frontal de praia do mundo (Guinness World Records, pág. 196, edição 2001) são motivo de orgulho dos santistas e saltam aos olhos dos turistas.

Mas o que pouca gente sabe é que a manutenção desse imenso ‘tapete verde’ é feito diariamente pela Coordenadoria de Paisagismo (Copaisa), da Secretaria de Serviços Públicos. Um trabalho que envolve cerca de 20 profissionais entre jardineiros, ajudantes gerais, podadores e microtratoristas que, com muita dedicação e carinho, ajudam a manter a beleza de um dos locais mais apreciados de Santos. 

Espalhados entre o José Menino e a Ponta da Praia, os profissionais intensificam o trabalho durante a primavera. Embora as floradas estejam atrasadas por conta do alto volume de chuvas deste ano, a estação é caracterizada por frequentes podas de limpeza e cuidados adicionais contra pragas e doenças. 

Um jardim que, ao longo dos seus quase 5,4km, abriga mais de 200 espécies de plantas como lírios amarelo-laranja, dracenas vermelhas, pingos de ouro, chapéus-de-sol e íris. “Muitas espécies são exóticas e de outras regiões do mundo, como os continentes asiático e africano, e nós utilizamos o paisagismo com planos alto, médio e baixo, de acordo com a altura de cada planta, criando um lindo cenário natural”, explica o jardineiro Juvenaldo Alves, que há cinco anos cuida do jardim santista.

DESAFIOS

Embora o mês de outubro contemple a primavera, é durante o verão que surgem os maiores desafios de manutenção. Por conta do calor e da umidade, surgem mais ervas daninhas nesse período. “O trabalho para remoção delas é contínuo, até para mantermos a beleza do jardim”, salienta Juvenaldo, visivelmente orgulhoso por participar de uma equipe que trabalha incansavelmente do José Menino à Ponta da Praia.

A composição do grande tapete à beira-mar é feita de forma criteriosa. O cartão postal santista recebe plantas que, além de belas, precisam se adaptar às condições climáticas da Cidade. “Santos é uma cidade onde há maresia, ventos da região Sul, além de muito calor e períodos de chuva. Todos esses fatores influenciaram na construção do jardim”, explica a engenheira agrônoma da Copaisa, Gisela Aparecida.

"Uma hortênsia, por exemplo, não se adaptaria ao nosso jardim. Temos um cuidado especial para deixarmos o local ainda mais belo, até porque muitos turistas já desejam conhecer o jardim da orla assim que chegam à Cidade”, acrescentou o jardineiro e coordenador Adam Nicacio, que também faz parte da equipe de zeladoria.

Atualmente, como complemento ao serviços, a Copaisa ainda conta com o auxílio de reeducandos que cumprem pena em regime semiaberto. Oriundos de um projeto social implementado pela Prefeitura de Santos em junho deste ano, os trabalhadores reforçam os cuidados e manutenção por todo jardim santista.

CURIOSIDADES

Partiu do engenheiro Saturnino de Brito a ideia da construção dos jardins em 1914. Na década seguinte, começaram a surgir áreas ajardinadas em frente aos hotéis e, nos anos 1930, foi construído o primeiro trecho dos jardins. Mas seu traçado atual, curvilíneo, data de 1960, então sob a batuta do arquiteto Armando Martins.

O jardim se inicia no emissário submarino, próximo à divisa com a cidade de São Vicente, e se estende até a entrada do canal portuário, entre a Ilha de São Vicente (onde se encontram as cidades de Santos e São Vicente) e a Ilha de Santo Amaro (onde está o Guarujá). No sentido longitudinal, é cortado por seis canais de drenagem da Cidade. 
São mais de 900 canteiros distribuídos por toda a orla. O jardim também conta com mais de 70 monumentos entre bustos, estátuas, marcos, fontes luminosas e vasos ornamentais, além de dezenas de quiosques, sanitários e chuveiros públicos.