Livro sobre as bordadeiras do são bento já pode ser conhecido na fams

A arte do bordado da Ilha da Madeira, que atravessou o Atlântico trazida pelos emigrantes portugueses e se fixou no Brasil no século passado, é o ponto de partida do livro A vida tecida entre o linho e as linhas, já disponível na Sala de Leitura Catarina de Aguillar, da Fams (Fundação Arquivo e Memória de Santos). Publicado pelo Icacesp (Instituto Cultural de Artes Cênicas do Estado de São Paulo) e de autoria da jornalista Gisele Kodja, o livro conta a vida de cinco mulheres que, mesmo enfrentando o duro processo da imigração, se instalaram na encosta do Morro do São Bento e ali, não deixaram de bordar suas histórias. "Elas estão estrategicamente posicionadas para interferir, mudar, renovar e moldar os seus destinos. Têm o pé fincado no passado e avaliam claramente o presente", analisou a autora, em uma das 136 páginas que registram, além de histórias de vida, os materiais e métodos utilizados pelas bordadeiras. "Estabelecemos uma parceria através da convivência e da redução da distância entre partes", revelou Gisele, ressaltando que conseguiu criar com Isabel da Paixão, Maria Teresa Gonçalves, Maria da Paixão, Maria Alexandre Fernandes e Beatriz de Freitas Leão Pereira, já falecida, uma relação de confiança para captar preciosas informações. A autora, no entanto, faz uma ressalva já que essa tradição está em perigo, uma vez que as artesãs madeirenses que fizeram, dessa arte, uma forma de vida, não têm mais quem lhes dê continuidade. As fotos do livro são de Marcos Piffer e o projeto gráfico foi realizado por Mônica Mathias. A Sala de Leitura Catarina de Aguillar funciona de segunda a sexta, das 9h às 17h30, e aos sábados, das 9h às 13h, na Rua Visconde do Rio Branco, 48, Centro Histórico.