Livro resgata história da maior greve do Porto de Santos 

A escritora santista Luciana Almeida lança, no próximo sábado (6), o livro Resiste!. Inspirado na mais longa greve do Porto de Santos, o romance conta a história da maior mobilização social da Baixada Santista nos últimos 31 anos. A narrativa faz um resgate histórico da greve dos portuários em fevereiro de 1991, quando a categoria foi surpreendida pela demissão em massa pelo Governo Collor. O lançamento será na Santos Best Coffee Cafeteria, no 5º andar da Prefeitura de Santos, na Praça Mauá (Centro), às 14h30.

Em seu primeiro livro, a jornalista de formação traz detalhes a respeito das negociações e impasses que resultaram na histórica greve dos portuários que mobilizou a Cidade por mais de 20 dias e levou à demissão de 5.372 trabalhadores do maior porto da América Latina. Em 362 páginas, de forma leve e abrangente e sob o olhar da personagem Juliana - uma fotógrafa que atua em um jornal da Cidade -, a autora apresenta o retrato do Brasil de 1991, que sofre com hiperinflação, declínio da economia, congelamento de salários e com grevistas e familiares tentando resistir às adversidades impostas pelo Plano Collor II.

A obra tem o intuito de resgatar o ato histórico e preservar a memória da luta santista em defesa do direito ao emprego. “O livro narra a batalha de homens que conseguiram a proeza de parar a Cidade por um dia, em apoio à mais longa greve no cais santista. Trazer à tona esse acontecimento marcante do País no atual contexto político, econômico e social é mostrar que a luta não cessa para a garantia de nossos direitos e de nossa dignidade”, afirma Luciana, que encontrou inspiração na própria história  familiar – seu pai, o portuário aposentado José Valdeci de Jesus, foi um dos demitidos em 1991.

PERSONAGEM DA VIDA REAL

O enredo traz a personagem Juliana, uma fotógrafa que trabalha em um jornal impresso em Santos-SP. Enquanto é escalada para cobrir a paralisação, Juliana, filha de um dos portuários grevistas, precisa ainda lidar com as consequências que a greve traz para dentro de sua própria casa e tenta equilibrar suas emoções para não deixar que a situação da família afete seu trabalho.

Os portuários iniciam uma greve. Reivindicam ajuste salarial, contratação de plano de saúde, correção do vale-refeição e a garantia do trabalho para todos. Juliana é escalada para acompanhar dois repórteres na cobertura da paralisação. Sem saber que ela é filha de um grevista, os dois a levam para todos os lugares onde os detalhes dessa greve histórica se enrolam e desenrolam freneticamente.

Santos está prestes a entrar em colapso com a demissão de todos os grevistas. Com um prejuízo de bilhões, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) se vê amparada pela lei e, apoiada pelo Governo Federal, decide comprar a briga contra seus próprios funcionários. Com citações de músicas da época, Juliana e seus colegas vão desvendando os segredos e intenções do Governo com relação à parada do maior Porto da América Latina. A obra, no valor de R$ 48,90, estará à venda no dia do lançamento.