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Linha turística do bonde completa seis meses

Publicado: 22 de março de 2001
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O ´Bonde Turístico´, implantado pela Prefeitura, através de Secretaria de Turismo (Setur) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no Centro Histórico, está completando, hoje (23), seis meses de funcionamento. Tempo suficiente para consagrá-lo como a principal atração do Centro. Sua fama atravessou fronteiras. Ganhou destaque na mídia nacional. Os esforços para implantação do equipamento não foram em vão. Não só os santistas, mas, turistas das mais diversas regiões do País e até do exterior vieram conhecer e dar uma volta no bondinho. Ele deu um charme todo especial ao Centro. Atualmente é um resgate da nossa história e se tornou pivô de um evento que promete se tornar uma tradição em Santos, o ´Carnabonde´. Dados da Setur mostram que, até o momento, ele já transportou cerca de 58 mil pessoas, uma média de 400 por dia. Filas extensas se formam diariamente na Estação Buck Jones, na Praça Mauá, para circular no veículo sobre trilhos que se tronou a vedete da Cidade. O público é o mais variado possível: são escolas que agendam horários para os alunos, empresas que fazem reservas para os funcionários, pessoas que estão fazendo compras no Centro e aproveitam para fazer o passeio. Sem contar os moradores saudosistas que vêm dos mais diversos bairros só para resgatar na memória a nostalgia de uma época que aparentemente, não iria mais voltar. Há também os jovens que querem andar de bonde pela primeira vez, e, por fim, os visitantes que fazem questão de conhecer a mais nova sensação da Cidade. O ex-condutor de bondes e que hoje integra o ´Programa Vovô Sabe Tudo´ na Setur, José Soares Fontes, conta que exerceu a função de 1959 a 1971. Atualmente, está realizado com a oportunidade de resgatar os tempos em que conduzia o veículo. Foram 28 anos de muita satisfação. Nesses últimos seis meses, tenho a sensação de que as pessoas que passeiam no bonde sentem uma nostalgia prazerosa daquela época romântica, ficam comovidas, isso me deixa muito feliz. Tenho certeza de que o bonde voltou a fazer parte da história de nossa Cidade. A menina Carolina Licre (seis anos), membro do Clube Desbravadores Pérola do Atlântico, que fazia o passeio pela terceira vez, declarou: A parte do roteiro que mais gosto é quando ele passa pelo cais. Cada vez que ando no bondinho aprendo uma coisa nova da história, fico imaginando como era tudo antigamente. Já a dona de casa Joaquina Passos Alves estava andando pela primeira vez, acompanhada do marido Carlos Alberto Alves. Com os olhos cheios de lágrimas, relembrou histórias de quando era menina. Meu pai era dono de uma padaria, e os condutores paravam lá para tomar café. Seu marido conta que o bonde serviu de elo para muitos namoros. Hoje, é muito mais que isso, estamos diante de uma lembrança viva da fase áurea de uma época passada. Projeto é marco importante na Revitalização do Centro Histórico Nos últimos quatro anos, o Centro Histórico de Santos tem recebido atenção da sociedade como um todo, do empresariado e em especial do Poder Público. O sentimento de que preservar o Centro Histórico é fundamental para o desenvolvimento da Cidade tem se tornado senso comum entre todos. É certo que não há futuro sem que se preserve o passado. A maior prova disso são os investimentos que têm sido feitos na região. Prédios recuperados e revitalizados, como o Outeiro de Santa Catarina, a Bolsa Oficial de Café, o prédio da Câmara Municipal, a Casa de Câmara e Cadeia, o edifício da Construtora Phoenix e o Monte Serrat, entre outros. Espaços públicos receberam novos investimentos. Praças e ruas foram reurbanizadas. E, para acentuar ainda mais todo o processo, o ´Bonde Turístico´ foi implantado. Hoje, o sentimento de que investir na preservação do nosso patrimônio é um estímulo às atividades turísticas é geral. As histórias do bonde de Santos A primeira linha do bonde ia do Centro até a Barra do Boqueirão e começou a circular em 9 de outubro de 1871, exatamente um ano antes de um bonde circular na capital do Estado de São Paulo. Em 1904, o serviço foi absorvido pela ´The City of Santos Improvements Company´, que também era concessionária dos serviços de luz, força e gás em Santos. A companhia deu novo impulso ao transporte, que até então era desenvolvido por tração animal ou vapor, inaugurando em 28 de abril de 1909 o serviço eletrificado de bonde. Em 1919, a garagem da Vila Mathias foi pioneira na construção de veículos de pequeno porte, pois, com a guerra, os preços internacionais para compra de novos transportes se tornaram inacessíveis. Em 21 de dezembro de 1951 foi formado o Serviço Municipal de Transporte, que absorveu as linhas e todo a acervo de veículos, imóveis e outros bens da ´Cia. City´, passando a operar o serviço em Santos. Em 1956, alguns bondes passaram a ser fechados, para evitar a evasão de receita. A partir de 1964, começa a discussão pela desativação do serviço. As dificuldades para manutenção dos veículos e as facilidades do transporte a diesel, que ofereciam maior mobilidade a um custo mais baixo, culminaram na finalização do serviço. E foi no dia 28 de fevereiro de 1971, que, pela última vez, o veículo de prefixo 258, que servia a linha 42, foi recolhido à garagem. Trajeto A linha de ´Bonde Turístico´ sai da Praça Mauá, passa pelas vias General Câmara, Comércio, Largo Marquês de Monte Alegre, Estação do Valongo, José Ricardo, Tuiuti, Praça Barão do Rio Branco, Augusto Severo e Cidade de Toledo. O ingresso custa R$ 0,50, comprado no próprio bonde. O percurso dura cerca de 15 minutos e passa por vários pontos históricos e turísticos do Centro. Ele funciona de terça-feira a domingo, das 11 às 19 horas. Toda segunda-feira fica parado para manutenção preventiva.