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Libras ‘entra’ nas salas de aula em Santos e alunos já fazem os primeiros sinais

Publicado: 1 de março de 2023 - 16h55

Olhinhos grudados na tela. Atenção aos sinais do orientador. Esse era o cenário na aula da Língua Brasileira de Sinais, na tarde desta terça-feira (28), na escola Vinte e Oito de Fevereiro (Saboó) ministrada pelo professor surdo Lucas Ferreira da Silva.

A alfabetização em Libras é uma novidade implementada pela Prefeitura neste ano para alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental das escolas municipais.

O foco principal da inclusão da disciplina na grade curricular é a diminuição de barreiras, a redução de desigualdades, interatividade e educação de qualidade para todos os alunos.

Inicialmente, o universo de alunos atendidos é de cinco mil, com ampliação gradativa para as outras séries nos próximos anos, como explica a chefe da seção de projetos educacionais especiais da Secretaria da Educação, Samanta Noronha, integrante da equipe responsável pela implementação da novidade.

“Muitos estudos foram feitos para verificar a melhor maneira de começar este trabalho. Estudamos experiências de outras cidades, envolvemos diversos profissionais e membros da comunidade. A escolha foi iniciar com 1º e 2º anos e, gradativamente, ir ampliando, até que todos os estudantes, de 1º ao 9º ano, sejam contemplados”, afirma.

Nas salas de aula o efeito já é visível. Marcela Mariana dos Santos Silva, 7 anos, já aprendeu a falar “mochila” e outras palavras. “Estou achando muito legal”. Caio Santana, também com sete, percebeu a importância do aprendizado. “Tô aprendendo bastante coisa aqui; é uma língua feita para se comunicar com as pessoas que não conseguem falar igual à gente, que não ouvem”.

E Gabriela Santos Oliveira Costa, 6, aprendeu a pedir para ir ao banheiro na língua de sinais. “Estou gostando muito”.

Marcela, Caio e Gabriela

Para o professor Lucas, o ensino da língua de sinais é importante para a inclusão social e a promoção da diversidade. “A Libras é a primeira língua adquirida por surdos devido ao espaço visual linguístico, portanto, é de grande valia que possa haver a interação entre todos em qualquer lugar e em pouco tempo”.

INCLUSÃO

Atualmente, a rede municipal conta com 30 alunos surdos que frequentam as aulas acompanhados por intérpretes de Libras, num total de 14. Alguns núcleos e escolas de educação integral também desenvolvem oficinas da língua. A introdução da modalidade na grade curricular foi precedida de regulamentação, apresentação ao Conselho Municipal de Educação e concurso de professores especializados.

As fotos para este trabalho foram feitas pela fotógrafa surda Nathalia Filipe.