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Júlio e adalberto numa função extinta há quase 30 anos

Publicado: 28 de setembro de 2000
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Tanto quanto os motorneiros - aquelas pessoas que dirigiam o bonde elétrico, os condutores eram os que cobravam as passagens, equilibravam-se nos estribos, observavam o entra-e-sai de passageiros e apitavam forte autorizando o veículo a dar a partida. Com a implantação do Bonde Turístico no Centro Histórico de Santos, esses personagens de tão grata lembrança voltaram à cena, com absoluto sucesso de público. Funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), depois de intenso treinamento, foram guindados à operação do transporte elétrico: Ricardo e Pedro Paulo são os motorneiros. De outro lado, estão Júlio Cesar Barbosa da Silva, 38 anos, e Adalberto Aparecido Barros da Silva, 41 anos, ambos operadores de tráfego da CET. Pela habilidade em lidar com o público, foram convidados para a função extinta em 1971, quando os últimos bondes circularam em Santos. Júlio entrou por concurso na Companhia há quase dois anos, gosta muito do trabalho de operação do trânsito, que exige muita dedicação e paciência, mas está, segundo afirma, muito feliz no trabalho com o bonde. Em apenas alguns dias, já fiz bons conhecimentos com os passageiros. Estou satisfeito como as pessoas receberam o bonde e a nós também, frisa ele, lembrando que o Centro lhe é bastante familiar, porque era a sua área de operação. Júlio e Adalberto vendem os bilhetes do bonde no ponto da Praça Mauá, e não no percurso, por R$ 0,50. Picotam com um pequeno furador para que não sejam reaproveitados. Os passes são tão bonitos que as pessoas os têm guardado como lembrança. Nos últimos dias, várias pessoas compraram boa quantidade de bilhetes só para enviar a amigos e parentes em outras cidades, contou o santista Adalberto. Ele está há cinco anos e meio na CET e chegou a andar de bonde até os 11 anos de idade. Estou muito emocionado, porque nunca imaginei que voltaria a subir num deles, e ainda mais como condutor. Mesmo depois que termina seu turno, Adalberto continua na Praça Mauá, observando à distância o mais novo objeto de prazer de santistas e turistas: o bonde da linha 15, construído no início dos anos 20.