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Isolada área onde foram encontrados destroços de navio

Publicado: 23 de agosto de 2017
11h 05

A área onde estão os de destroços da embarcação localizados terça-feira (22) na praia, nas proximidades da mureta do canal 5, foi totalmente sinalizada pela Prefeitura na manhã desta quarta-feira (23).

A solução emergencial para o isolamento foi feita com escoras de eucalipto de dois metros de altura, e arames envoltos em conduites amarelos, para chamar a atenção.  A adaptação do material visa oferecer mais resistência, em razão da força da maré, segundo a subprefeita da Zona da Orla e Intermediária, a engenheira Fabiana Ramos Garcia Pires. “Isolamos a área para proteger os banhistas e evitar acidentes. Posteriormente instalaremos placas indicativas de perigo”, disse a responsável.

O trecho delimitado tem cerca de 60 metros de comprimento por 15 de largura.   Pela mureta do canal, por onde passa parte da estrutura do barco, dá para ver que mais de 1,5 metro de areia foi rebaixada. "Esse navio estava enterrado há muito tempo e acabou aflorando com o acentuado rebaixamento da areia”, disse a subprefeita.  

Registros

A Administração Municipal não tem registros recentes de encalhes ou naufrágios naquela região. “Verificamos nossos históricos, mas não há nada que indique o que houve ali, ou qual é, de fato, essa embarcação".  A esperança é que a Marinha do Brasil tenha alguma informação sobre o que e quando aconteceu. A Capitania dos Portos foi notificada sobre a localização da estrutura para iniciar investigação que possa identificar o navio. Os canais de Santos, que integram a modernização do plano de saneamento da cidade a partir do século 20, começaram a ser construídos em 1907.

O Canal 5 foi erguido em 1927, provavelmente sobre os destroços do navio encalhado, descobertos por acaso nesta terça (22).

Vapor Glória

O jornalista José Carlos Silvares, autor do livro Naufrágios do Brasil, desconfia que os destroços são do vapor Glória, que aparece em telas do pintor Benedicto Calixto, encalhado na orla santista em 1909. O tamanho da embarcação, assim como os materiais encontrados pela Prefeitura, reforçam a suspeita.

Surpresa

A movimentação despertou a atenção de curiosos que passavam pelo local no momento do isolamento da área. Foi o caso da aposentada Maria Elisa Nunes, 63 anos, e da advogada Luciane Nunes, 39. Mãe e filha caminham diariamente pela praia e ficaram surpresas com a novidade. “Na terça (22), fizemos alongamento junto ao canal e notamos alguns pontos expostos, mas nunca imaginávamos que fosse um navio”, disse a advogada.

O aposentado Nilo Alonso, 71, que também caminha pela manhã, contou que acompanha o caso do navio Recreio (encalhado há 46 anos na Ponta da Praia). “Passo por aqui todos os dias e fiquei imensamente espantado. Jamais imaginei que aqui tinha um navio”. 

Fotos: Rogério Bomfim