Instrutor de Libras faz palestra sobre inclusão do surdo na UME 'Edmea Ladevig'

De forma descontraída, o instrutor de Libras da UME Vinte e Oito de 28 de Fevereiro, José Henrique Mendes Cruz Diogo, 24, falou nesta segunda-feira (28) a cerca de 180 alunos do 7º a 9º ano da escola municipal Edmea Ladevig.

O bate-papo, um evento da Vila Inclusiva, teve o objetivo de promover a conscientização sobre a inclusão escolar e social do surdo. No caso da unidade, visou em especial a inclusão do aluno Igor Gaspar de Maio, de 12 anos, do 7º ano.

José Henrique contou que sua mãe teve rubéola na gravidez o que fez com que nascesse surdo. “Não me comunicava como os outros e isso me isolava. Não havia intérprete na escola até o 4º ano, só mímica, era muito difícil”. Ótimo desenhista, fez curso de auxiliar administrativo e informática.

Ele destacou a importância das intérpretes de Libras nas escolas. “Fui aluno na Vinte Oito de Fevereiro e lá aprendi a língua, o que foi fundamental. Minha mãe sempre lutou pelo meu desenvolvimento, inclusive na Justiça para, no Ensino Médio, eu prosseguir com intérprete”.

O instrutor explicou ainda que há dificuldades com o português porque a Libras é bem diferente. “Não conjugamos o verbo no presente, passado e futuro, por exemplo”, disse ele, que também atua na Associação Cáritas.

Comunicação

O encontro teve a participação da intérprete de Libras que acompanha Igor em sala de aula, Cristina Moda. Participou ainda Roseane Cristina Rosa, intérprete da Vinte e Oito, escola-polo que tem 17 deficientes auditivos

Para Igor, a comunicação é bem difícil sem intérprete. "Quero ter um futuro, ser um bom pai, ajudar minha família. Para isso, preciso me comunicar e me desenvolver. Quanto mais pessoas se conscientizarem disso, melhor”.

Hoje, oito escolas municipais atendem deficientes auditivos, contando com 22 intérpretes de Libras.

Foto: Francisco Arrais