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Instrumentistas fazem homenagem ao cinema brasileiro e internacional em Santos

Publicado: 25 de julho de 2022 - 17h04

Apresentações do pianista e compositor Anselmo Mancini e da violinista Maria Emília Paredes, além do espetáculo Nas Trilhas do Cinema, de Zero Beto, marcaram a programação do Porto Mundo, iniciativa local integrante da programação cultural do 14º Encontro das Cidades da Rede Criativa da Unesco, que aconteceu em Santos.

Em duas récitas no Teatro Guarany, no último sábado, a dupla de piano e corda executou dueto composto por Mancini especialmente para uma sonorização de mais de trinta cenas de filmes nacionais, em edição de Raquel Pellegrini, chefe do departamento de cinema da Secretaria de Cultura santista. A exibição de meia hora faz um arco temporal dos anos 60 até a atualidade e encerra com Sócrates (2019), primeiro longa-metragem realizado pelo Instituto Querô, com direção de Alexandre Moratto. 

Entre os filmes selecionados, sempre em branco e preto, surgem sequências de chanchadas, extratos de O Cangaceiro, O Pagador de Promessas, Terra em Transe, A Falecida, Carlota Joaquina, Central do Brasil, Cidade de Deus e Bacurau, entre outros. 

“É inspirador compor uma trilha a partir da visualização desses clássicos, dessa memória tão rica; diria que torna o trabalho até mais fácil, fluido”, diz Mancini, com formação em música e audiovisual pela USP. Ele mantém a plataforma Cine Concerto, especializada em performances do gênero, e também assina a trilha do longa "Entre Raiz e Asas" (2021), outra produção santista exibida pelo evento.

No bloco seguinte, em dois dias de apresentações do espetáculo Nas Trilhas do Cinema, o palco foi tomado pela pequena parafernália acústica de O Homem Só-Noro. É como José Roberto Freire, o Zero Beto, se denomina. Cearense radicado em Santos, ele toma do humor tão tradicional de seu Estado e da fonte circense e palhaçaria para acompanhar a projeção de clássicos do cinema mundial em solo com o uso de pelo menos quinze instrumentos. Além de cordas e percussão, há peças de sopro que ele mesmo inventou. 

Durante a execução, enquanto surgem tomadas de Carlitos, de curtas como Viagem à Lua, de Georges Meliès, a longas como Casablanca ou Dois Homens e um Destino (Butch Cassidy and Sundance Kid), Zero Beto recria sobre as trilhas famosas e ainda dialoga com o público, animando sua participação. 

“Adoto as trilhas que estão no imaginário de todos, como as de Ennio Morricone, para criar uma interação entre música e imagem”, aponta o multi-instrumentista, referindo-se ao compositor italiano da trilha de Cinema Paradiso, por exemplo, presente na edição. “Mas há o meu jeito de tocar, um tanto irreverente, que quebra o estilo original”. 

Com uma década de espetáculo, que termina com o inevitável Os Palhaços, de Federico Fellini, ele agora se prepara para lançar de modo independente o primeiro disco, Circo das Coisas Possíveis, previsto para outubro.