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Inspeção encontra irregularidades no hies

Publicado: 19 de dezembro de 2003
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Irregularidades encontradas no Hospital Internacional dos Estivadores de Santos (Hies) demonstram falha gerencial em relação à saúde pública. Essa é uma das principais conclusões do relatório de fiscalização feito por comissão conjunta de fiscais do Estado e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em outubro último, no Hies, que apresenta várias irregularidades, de ordem estrutural e sanitária. A inspeção conjunta, a cargo de 13 fiscais sanitários propôs, no documento, a interdição do hospital, pela falta de ¨condições mínimas de seu funcionamento¨. Nesta sexta-feira (19), em entrevista coletiva, a SMS admitiu que a interdição do hospital não é uma decisão fácil, mas ela pode acontecer, já que cabe ao gestor de Saúde, junto com a Dir-XIX (com a qual o HIES mantém convênio pelo SUS) zelar pela segurança dos pacientes internados e também respeitar os funcionários que ali trabalham, proporcionando condições adequadas de serviço. Cerca de 200 internações são feitas mensalmente nesse hospital. Já nas demais instituições que atendem os usuários do SUS - Santa Casa, Beneficência Portuguesa e os dois hospitais municipais- há cerca de 2 mil internações mês. O assunto está, nesta semana, na pauta de discussão do Município e da Dir-XIX, na medida que já venceu o prazo concedido à instituição para a resolução desses problemas emergenciais, que envolvem vários setores do hospital, na área de estrutura física, passando por falta de documentos obrigatórios, entre os quais, de contratos com terceirizados e manuais de procedimento, assim como falta de equipamentos minimamente necessários, no Centro Cirúrgico , sem contar a falta de higiene generalizada, especialmente no Pronto Socorro onde as condições foram definidas como ¨péssimas¨. Na UTI, os funcionários atuam sem vestimenta adequada com riscos de contaminação para pacientes, funcionários e visitantes. A Unidade Transfusional, que armazena bolsas de sangue, opera com um freezer doméstico, o que pode comprometer a qualidade do produto. Esse setor sofreu interdição temporária da fiscalização. Na avaliação da equipe multidisciplinar de fiscais sanitários (do qual participam médicos, enfermeiras, arquiteto, farmacêutico e dentista), não foi constatada, na ocasião, ¨qualquer perspectiva de adequação¨, na medida que não houve, ao longo dos últimos dois anos, o cumprimento de termos de intimação anteriormente lavrados. Na avaliação da SMS, ao longo do tempo, várias situações se agravaram. O Hies não teve o aval do Conselho Municipal de Saúde para receber verba parlamentar de R$ 4 milhões do Ministério da Saúde neste ano. Por sua vez, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS – Denasus – apontou o uso incorreto de verbas num total de R$ 318.257,37 vindas do Ministério da Saúde para a instituição.