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Ingazeiros recebem poda especial para reduzir risco de quedas e aumentar segurança em Santos

Publicado: 25 de outubro de 2022 - 18h00

Com a finalidade de minimizar a possibilidade de queda, parcial ou total, de árvores ingazeiras por força dos ventos, a Prefeitura iniciou o manejo arbóreo desses exemplares na Cidade, reduzindo a área de sua copa. Muito comuns nos espaços públicos, os exemplares da espécie Inga laurina foram plantadas, em sua maioria, entre os anos 1970 e 1980 e se encontram atualmente em seu ponto mais alto de desenvolvimento.

“Somente este ano, foram registradas 143 ocorrências relacionadas a risco e queda de árvores ou de galhos, número que reforça a necessidade de atuação específica”, comentou o engenheiro agrônomo Ernesto Tabuchi, responsável pela equipe técnica da Copaisa (Coordenadoria de Paisagismo), da Seserp (Secretaria de Serviços Públicos). Os dados foram registrados pelo Departamento de Defesa Civil, Ouvidoria Municipal, Urgência Urbana e pela própria coordenadoria.

Ele lembra que, na época do plantio de ingazeiros, a situação de Santos era muito diferente da atual e essa espécie apresentava pouca influência na infraestrutura urbana, tanto estrutural de passeios e de sinalização de trânsito como de serviços, a exemplo de redes elétricas, telecomunicações, iluminação pública, de distribuição de água e coletora de esgoto.

Grandes coleções foram plantadas em vias públicas como o conjunto existente ao longo das avenidas Dos Bancários, Epitácio Pessoa e Pinheiro Machado, e ruas Liberdade, Nabuco de Araújo e Frei Francisco Sampaio, além de diversas vias nos bairros Santa Maria e Bom Retiro.

RISCOS

De acordo com Tabuchi, desconhecia-se que a espécie, plantada em função da beleza cênica e pelo sombreamento oferecido, apresentaria grandes conflitos com a infraestrutura urbana. “À época, não se dispunha de informações suficientes sobre o comportamento dessa espécie no tocante ao enraizamento, oferecendo risco de queda no seu pleno desenvolvimento. Atualmente, essa árvore é reconhecidamente inadequada à maior parte da arborização urbana”.

O acompanhamento da espécie na Cidade e a própria prática do manejo arbóreo reafirmaram a necessidade da redução do tamanho da copa. “Se isso não for feito, há alto risco de queda por pivotamento, ou seja, alavancamento da raiz, sobretudo quando a árvore é atingida por fortes rajadas de vento”, acrescentou Tabuchi, dizendo que essa espécie é bastante vulnerável a esse tipo de evento climático.

Ele cita, a título de exemplo, as várias ocorrências de tombamento de árvores e galhos registradas no dia 10 de agosto, por força de forte ventania, na Ponta da Praia, Marapé, Gonzaga, Boqueirão, Embaré, Campo Grande, Encruzilhada e Vila Mathias, entre outros bairros. Por essa razão, em recente trabalho realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em colaboração com o Município, foi proposta a implementação de um plano de contingência para queda de árvores.

O tempo de retorno para uma poda regular posterior aumenta para dois ciclos vegetativos completos. Nesse intervalo, afirmou, serão feitas somente limpeza de galhos de brotações laterais, tempo em que a árvore recupera boa parte da copa em relação à condição natural.

Mesmo sendo um vegetal predominante na arborização de Santos, tendo amplo caráter social, cênico e de conforto ambiental, além do interesse público, a atuação técnica da Prefeitura visa garantir a segurança da população.

Ele diz que esse tipo de poda da copa pode não ser considerado ideal para árvores saudáveis em locais adequados, mas é o manejo possível de ser realizado, sem suprimir a vegetação ou deixá-la vulnerável. Além disso, a redução significativa da copa comprovou eficácia em várias ruas do Gonzaga. “Os ingazeiros suportam esse tipo de manejo”, frisou ele, lembrando que houve significativa diminuição de acidentes com quedas e tombamentos, sem ter havido necessidade de remover essas árvores.

PÁSSAROS

Já a preservação de ninhos é prática do manejo arbóreo, quando há segurança e ausência de riscos para a população, como possibilidade de acidentes com redes eletrificadas e risco de queda.

Tabuchi diz que a maioria dos pássaros que habita a arborização urbana é sinantrópica, isto é, consegue se adaptar e viver junto ao homem, a exemplo de rolinhas do campo, bem-te-vis e beija-flores, entre outros. “Não há nenhuma espécie em risco, muito pelo contrário. Ao se associar a atividades humanas, elas se beneficiam dessa convivência e algumas espécies têm até aumento artificial por oferta excessiva de alimento pela população”.