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Infectologista alerta sobre crescimento de casos de dst

Publicado: 29 de janeiro de 2003
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O médico Bruno Pompeu Marques - especialista que atende casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) de toda a região, no Centro de Saúde Martins Fontes, e ainda atua no Serviço de Infectologia do Hospital Guilherme Álvaro - fez um alerta à classe médica de todo o litoral paulista sobre o crescimento de casos de cancro mole e sífilis na região, doenças que se não diagnosticadas e tratadas podem causar muitos problemas, inclusive a morte dos portadores. O médico que é autor de um Atlas sobre DST (contento fotos colhidas, ao longo de sua carreira, das lesões causadas pelas DST) e consultor sobre o assunto para vários municípios brasileiros e outros países, lembrou, num paralelo com a dengue, que a doença não tem causado tantas vítimas fatais quanto as DST. ¨O assunto merece mais atenção, já que uma média de 150 casos mensais de sífilis e cinco casos diários de cancro mole estão sendo diagnosticados somente no Centro de Saúde Martins Fontes, que é referência para as DST em Santos, enfatizou o médico. Ele atende pacientes do sexo masculino no ambulatório e outro especialista, mulheres. Os plantões vão de segunda a quinta-feira, a partir das 7 horas. Ao destacar o bom nível do ambulatório do Centro de Saúde Martins Fontes (rua Luísa Macuco 40), da SMS, o médico conclamou que os outros municípios da região também montem serviços do mesmo nível, lembrando que é comum médicos da rede pública se recusarem a atender DST e encaminharem os casos para Santos. ¨O Centro de Saúde Martins Fontes é um exemplo a ser seguido¨. CAPACITAÇÃO A questão sobre o crescimento das Doenças Sexualmente Transmissíveis foi abordada durante a realização da Oficina Regional de Capacitação para Multiplicadores das Ações para Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Morbi-mortalidade da Sífilis Congênita, que reuniu, na terça-feira, na Associação dos Médicos de Santos, profissionais de toda a região, além de representantes da Dir-XIX e Secretaria Municpal de Saúde, promotores do evento ao lado do Ministério da Saúde. Na ocasião, foi divulgado o projeto Nascer-Maternidades, estabelecido pela Portaria 2.104 de 19 de novembro de 2002 que determina a execução de um conjunto de procedimentos para a profilaxia da transmissão vertical do HIV e de rotinas de diagnóstico e tratamento da sífilis materna e da sífilis congênita nas maternidades. A probabilidade da transmissão vertical (da mãe para o bebê) da sífilis congênita é elevada, podendo atingir 40% dos casos. Já a estimativa de sífilis em parturientes é de 2%. Apesar do diagnóstico da doença nas gestantes ser uma tarefa fácil, ainda é comum o nascimento de inúmeros bebês com sífilis congênita, doença que também provoca natimortos. SÍFILIS A sífilis é uma doença que ataca homens e mulheres. Duas ou três semanas após a relação sexual surge feridinha (pênis, vulva ou na boca) que desaparece com o tempo. Entretanto é uma doença traiçoeira porque vai progredindo e volta após alguns meses. Surgem manchas pelo corpo, inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés. Outros sintomas são verrugas na região genital, feridas na boca, ínguas no corpo, febre, dores nas juntas e queda de cabelo. Diagnosticada a tempo a sífilis é completamente curável com antibióticos. Após vários anos, sem tratamento, pode provocar complicações nos ossos, pele coração, sistema nervoso, levar à paralisia, doença mental, cegueira e até à morte. CANCRO MOLE – Outra doença que vem registrando inúmeros casos em Santos e na região é o cancro mole. Transmitida por bactéria, se manifesta de dois a cinco dias após a relação sexual com pessoa contaminada. Os sintomas são feridas dolorosas e com pus que aparecem no pênis, na parte externa do órgão sexual da mulher, no ânus e mais raramente na vagina. O tratamento deve ser rápido já que podem surgir mais feridas.