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Idosos aprendem e se divertem em aula sobre sexualidade no cecon

Publicado: 9 de novembro de 2001
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Mais de duas horas de muita descontração, debates sobre sexualidade na terceira idade, prevenção em doenças sexualmente transmissíveis, além de estreitamento de laços de amizade entre os participantes (a maior parte do sexo feminino), marcaram as palestras e dinâmicas de grupo que aconteceram na quarta e quinta-feira, pela manhã, no Cecon Vida Nova, conduzidas pela equipe da DST-Aids- Hepatites, da SMS. A assistente social Adair Botelho e as psicólogas Regina Lacerda e Maria Aparecida de Souza Costa deram uma movimentação, muito elogiada pelos participantes, na programação mensal da Saúde do Idoso, da Secretaria Municipal de Saúde. Esse programa existe desde abril e além de atenção especial no atendimento, por geriatra e equipe multidisciplinar nas policlínicas de referência, mantém reuniões para debater educação em saúde e programação de atividades físicas. Os idosos que freqüentam os programas da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania, no Cecon, também são atendidos pela SMS. Nesta semana, divididos em grupos de 30 pessoas em cada dia, tiveram oportunidade de fazer discussão aberta sobre saúde e sexualidade, num clima bem descontraído proporcionado pelos jogos de valores e outras dinâmicas. Temas como homossexualidade, infidelidade conjugal, o prazer de mulheres maduras manterem romances com homens muito jovens e também o desejo sexual que permanece até a morte, foram abordados, na medida que o objetivo era passar noções de prevenção em doenças sexualmente transmissíveis. Muita gente ficaria surpresa em constatar, nos debates sobre sexualidade, como a maciça maioria de idosos, a maior parte na faixa etária entre 60 a 70 anos, se posiciona de forma favorável e aberta para muitas questões que antes eram tabus. Pelo menos essa é a postura dessa turma agitada, da terceira idade, que freqüenta os cecons, faz ginástica, viaja, participa de aulas de dança, bordado, artesanato, joga cartas e tem interesse numa vida saudável. Discutir sexo, faz muito bem para o espírito, concluíram os participantes. Isaura Gonçalves, 76 anos, comentou que as ações educativas em saúde promovidas pela SMS/Seac são muito interessantes e proveitosas. No meu tempo de juventude, a gente não viveu e só seguiu regras, comentou, afirmando que hoje a vida pode ser melhor. Da mesma opinião, Carlos Gomes, 77 anos, aprovou inteiramente a discussão envolvendo sexualidade e prevenção. Casado por três vezes, ele acha que discutir sexualidade é ótimo. Muitos se fecham e se tornam infelizes. Uma outra senhora não teve dúvidas em revelar que, depois dos 40 anos teve um caso com um jovem de 25 anos. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Já para Maria Helena de Jesus, 63 anos, valeu o aprendizado de alguns assuntos que desconhecia, além da oportunidade de saber o que pensam seus parceiros das aulas ginástica. Solteira, ela admite que sempre teve medo do sexo, do casamento e da maternidade. Faltava orientação. Os idosos receberam ainda várias noções sobre doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids, já que essa doença vem crescendo também na terceira idade.