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Idosa retorna a escola que "inaugurou" em morro de Santos há 84 anos

Publicado: 11 de maio de 2023 - 12h41

Em 1939, mais precisamente no dia 23 de junho, a pequena Adi Teixeira Barroso, aos 8 anos, participava da inauguração do Grupo Escolar Martins Fontes, no Morro da Penha, em Santos. Passados 84 anos, a agora chamada Dona Adi, aos 92, voltou à sua antiga escola, denominada atualmente UME Martins Fontes, em uma visita recheada de lembranças e muita emoção.

A visita à escola no morro era um grande desejo da Dona Adi e foi um dos seus presentes de aniversário, comemorado dia 8 de maio, e um dos antecipados de Dia das Mães, dado pelos filhos Emílio Rodrigues Jr, de 71 anos, e Edson Rodrigues, de 69 anos, que atualmente moram no interior paulista, e também são ex-alunos da unidade.

Dona Adi descreve a escola na sua memória. “Grande, com escadarias compridas na entrada, uma estreita com muitos degraus que dava acesso aos consultórios médico e dentário, que atuavam naquela época, e um pátio descoberto onde aconteciam as aulas de Educação Física”.

Morando ainda em Santos com o filho mais novo, Dona Adi diz passar um filme em sua cabeça. “Sempre falei que queria voltar a essa escola, morei por muito tempo aqui no morro e tenho um carinho enorme por tudo que vivi e aprendi aqui. Apesar da idade, tenho muitas lembranças de quando estudava e de quando meus filhos estavam aqui”, diz.

Quando entrou no pátio, ela se emocionou: “Lembrei de um recital em que participei fantasiada com a letra O. Recitava ‘muito gorda redondinha, muito alegre trololó...’”, contou Dona Adi, que comentou as mudanças estruturais da unidade. “Agora, quando entrei, percebi que tudo está muito diferente. A escola mudou muito, mas continua acolhedora”.

Todas essas lembranças muito vivas na sua memória surpreenderam os alunos do Grêmio Estudantil da Unidade, que fizeram uma roda de conversa para saber mais sobre as histórias de Dona Adi na época da inauguração da escola. Os filhos, também cheios de recordações, também participaram do bate-papo.

Para o biomédico Edson Rodrigues foi uma volta ao passado. “Nunca imaginei que um dia voltaria aqui. A sensação é muito boa. Quando pequeno tinha a impressão de que aqui era enorme e, agora, andando pelos corredores, vejo de uma outra forma. Tenho muita gratidão por esse lugar, precisamos valorizar nossas escolas e professores, pois, aqui dentro, tem muita tradição e acolhimento”, comentou.

O outro filho, o engenheiro mecânico Emílio Rodrigues Jr, também comentou: “É muito bom voltar à escola em que estudei, estou revivendo minha infância. Aqui faz parte da minha história, do meu irmão e da minha mãe. Percebi algumas mudanças na estrutura. Houve muitas renovações, é sempre bom reviver”, contou.

Os alunos também ressaltaram a riqueza da conversa com Dona Adi. Eduardo Silva Menezes, 11 anos, do 6° ano afirmou ser muito legal conhecer alguém da primeira turma da unidade. “Ela é literalmente uma história viva e quando a vi pensei que, no futuro, eu também posso voltar aqui e reviver todos os momentos e compartilhar muitas histórias”.

A oportunidade especial de uma aula sobre a história da escola também foi enaltecida pela diretora Mirian Maria Cheida. “Uma senhora de 92 anos querer voltar aqui é emocionante. Os alunos ficaram encantados em saber que a ex-aluna da primeira turma da unidade estava visitando nossa escola”, disse.

“Eles nunca pararam para pensar que uma pessoa que estudou há tanto tempo aqui e que foi da turma de inauguração poderia voltar para compartilhar essa emoção e o que vivenciou na época”, completou.