Funcionários da sms receberão treinamento dentro do estudo epidemiológico da dengue

Cerca de 30 funcionários da equipe dos três prontos-socorros e do laboratório da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) receberão treinamento nos próximos dias 25 e 26, no Hospital Albert Einstein, em relação aos procedimentos que envolvem a coleta do sangue das pessoas infectadas pelo mosquito Aedes aegypti. O treinamento se insere dentro da parceria que está sendo firmada entre a SMS e o Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, para a realização da pesquisa epidemiólogica da dengue, que será desenvolvida em Santos de março a maio. O estudo exige cuidados especiais em relação à coleta e armazenamento do sangue dos pacientes, que terão acompanhamento durante um ano, havendo um protocolo definindo normas, que será concluído hoje (14). O estudo vai abranger uma amostragem sangüínea de 1.500 santistas infectados pelo mosquito, para o estudo do vírus e dos achados clínicos em cada pessoa, com interesse sobretudo em manifestações hemorrágicas, e a agressividade da virulência em função do sorotipo isolado. Serão feitos dois tipos de exame: um de isolamento viral (para saber que tipo de vírus ou sorotipos que atingiu a pessoa), com coleta até o 5º dia do início dos sintomas, e outro de sorologia (que registra os anticorpos quando existe a infecção) , após o 7º dia . Para um melhor resultado da pesquisa é importante a participação da população buscando, de forma rápida, o atendimento médico. Os resultados dos exames serão enviados à residência dos pacientes, via correio, pelo Instituto Albert Einstein, independentemente dos resultados fornecidos pelo Adolfo Lutz. A pesquisa vai aprofundar hipóteses existentes, sobre existência ou não de vírus mais agressivos que outros, ou de que uma segunda infecção torna a pessoa mais suscetível à dengue hemorrágica. Serão parceiros ainda nessa pesquisa de âmbito internacional, pesquisadores do Instituto Pasteur de S. Paulo, e da mesma instituição existente em Paris, Lion e Buenos Aires. A SMS colocará à disposição sua infraestrutura e funcionários, mas todo material será fornecido pelo Einstein. O interesse em fazer o projeto em Santos deve-se ao fato da região ter registro de várias epidemias e ter boa estrutura de Saúde, inclusive com a "busca ativa" de pacientes. Outro ponto de interesse envolve a circulação de três vírus diferentes (1, 2 e 3) com grande parcela da população com segunda ou terceira infecção. Também é motivo de interesse o fato de ter havido raros casos de dengue hemorrágica em Santos, fato que também precisa ser desvendado. REUNIÃO Na última segunda-feira (10), a Coordenadora do Laboratório do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, bióloga Vanda Dolabelade Magalhães, ao lado de outros dois pesquisadores, Dra. Cláudia Regina Moreira Pinto e Alípio de Oliveira do Carmo, ambos farmacêuticos, todos com PHD, vieram a Santos e definiram vários itens do estudo com o representante da Secretária de Saúde (SMS) e toda a equipe que atua em Prontos Socorros, unidades básicas e no Controle da Dengue e da Saúde Coletiva.