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Fórum da dengue faz balanço de ações e divulga novas estratégias do pcd

Publicado: 20 de setembro de 2001
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O novo planejamento de ações envolvendo o período de julho deste ano até junho do ano que vem, em relação ao combate ao aedes aegypti e o controle da dengue, será divulgado hoje (21), das 8 às 12 horas, no Fórum de Epidemiologia que será realizado pela Secretaria de Saúde, no auditório da Unimonte, no campus da Av. Senador Feijó. Essa é uma das inúmeras iniciativas que estarão sendo feitas para envolver cada vez mais a sociedade na luta contra a dengue. O encontro terá participação de um dos maiores especialistas em dengue, o professor Almério de Castro, da Faculdade de Saúde Pública da Usp, que abordará a pesquisa científica das ovitrampas. As armadilhas que capturam ovos do mosquito estão sendo novamente instaladas em Santos, a cada dois quarteirões, para avaliação científica da infestação por áreas. O representante da seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep), fará um histórico da epidemiologia da doença no País e em Santos, enquanto que a Coordenadoria da Saúde Coletiva, vai divulgar resultado de viagem realizada ao Rio de Janeiro, nesta semana, quando foi conhecer algumas das estratégias contra a dengue utilizadas naquele Estado. O Rio enfrenta epidemia desde 1986 e também vem pesquisando novas tecnologias. Entre os instrumentos de trabalho dos agentes de vetor figura o flambador, que serve para queimar os ovos dos mosquitos, sendo muito útil nas caixas d´água e outros recipientes de grande volume. O Município poderá estar comprando essas máquinas, assim como um pulverizador para uso doméstico, aerocysten, em forma de aerosol de baixa concentração para eliminar os mosquitos na forma alada dentro das casas. Em Santos a pulverização costal é feita apenas no entorno das residências. A Coordenadoria da Saúde Coletiva também fará um balanço de ações e atividades realizadas e vai divulgar novas propostas do Plano de Controle da Dengue (PDC), a nova denominação escolhida para o programa santista. NOVA DENOMINAÇÃO Não será utilizada mais a denominação PEAa - Programa de Erradicação do Aedes aegypti para o combate à dengue, até porque não existe qualquer repasse específico do Governo Federal para o programa, a partir da extinção do convênio em 99. O trabalho de controle da dengue vem sendo feito há quase dois anos com recursos municipais e pouca ajuda do Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde também não utiliza mais o termo erradicação da dengue e sim controle da epidemia, nas novas diretrizes que vêm sendo discutidas com os municípios. As autoridades federais admitem que a doença está espalhada por todo o Brasil, o vetor está presente em 3.600 municípios e levará um longo tempo para a doença ser erradicada do País. O grande desafio é manter a epidemia da dengue clássica sobre controle, e, a cada verão, evitar a ocorrência da dengue hemorrágica. Santos é um município muito vulnerável, pelo fato de ser porto e possuir condições ambientais ideais para a proliferação do Aedes aegypti e já possuir transmissão do vírus dos sorotipos 1 e 2, desde 1998. TODOS OS SEGMENTOS Mais de 150 entidades foram convidadas, além de órgãos municipais e estaduais, como Sucen, Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE, do Estado, Dir-XIX, associações de classes, sindicatos, escolas, universidades, Exército, Polícia Militar, Bombeiros e outros segmentos. O objetivo, é sensibilizar a população para estar participando intensamente, nesse segundo semestre, na tarefa de eliminação de ovos do mosquito. Esse é o período ideal para essa tarefa, antes da chegada do verão, quando ocorre a eclosão dos ovos e aumenta a população dos mosquitos. No próximo dia 27, haverá um Dia de Mobilização Regional contra a Dengue, com participação da Sucen e outros órgãos estaduais. Santos, no Dia do Desafio, pretende recolher criadouros removíveis, numa ação que terá participação da Terracom, Prodesan e outras secretarias. EDUCAÇÃO Entre as atividades de Informação Educação e Comunicação já estão sendo colocadas em prática diversas atividades educativas para mobilização comunitária. Ontem, um representante da SMS participou do encontro com estagiários universitários da SMS, para um novo projeto: está previsto sorteio e prêmios para casas e residências vizinhas, sem ovos do Aedes aegypti; aquisição de materiais lúdicos, gráficos e prêmios para as campanhas; treinamento para carrinheiros, parceria com Sindicato dos Condomínios, treinamento para educadores da Rede Municipal de Ensino, novas reciclagens para Agentes de combate ao vetor, projeto Jogos, entre outras iniciativas, sem contar os agentes mirins. Desde outubro de 97 até junho de 200l, 4.175 atividades foram realizadas, mobilizando até agora um milhão e 256 mil 663 pessoas. Houve 1.637 palestras, 852 eventos, 80 reciclagens profissionais do PEAa, 955 atividades de Educação Infantil, e do Ensino Fundamental e Superior, 77 treinamento para a população além de gincanas e 30 campanhas, entre outras ações. AGENTES MIRINS Um dos marcos do combate à epidemia em 99 e 2000, os agentes Mirins tiveram atuação importante na distribuição de areia à população, para ser adicionada aos suportes de vasos de plantas. Eles continuarão a ser mobilizados a manter as escolas livres de criadouros, com ações supervisionadas pelos agentes do ex-PEAa atual PCD. O retorno dos alunos em ações nas escolas e em casa, aumenta muito a consciência sobre a importância dos cuidados para evitar a doença, explicam os coordenadores do Programa. SANTOS POSSUI UM PLANO BEM ARTICULADO Santos tem um plano muito bem articulado de combate a dengue, seguindo algumas diretrizes do Ministério da Saúde e da Secretaria do Estado da Saúde, por meio da Sucen, e outras iniciativas próprias, como a pesquisa de armadilhas, ovitrampas. O Município trabalha com vigilância epidemiológica, tem metodologia operacional, faz avaliação de densidade larvária e recursos humanos bem dimensionados. AS OVITRAMPAS- Por meio de um convênio de parceria com a Faculdade de Saúde Pública da USP foi criado um método inédito na luta contra a dengue, as ovitrampas, para captura de ovos do Aedes aegypti. Em 99 e 2000 foram instaladas em 412 domicílios, de acordo com o universo de amostragem da pesquisa, a SMS conseguiu fazer a avaliação da infestação de mosquitos em cada área da Cidade. Neste ano estão sendo novamente instaladas, 800 até outubro e mais 400 em seguida. CASA À CASA E PONTOS ESTRATÉGICOS A partir de 99, seguindo orientação da Sucen, o Município foi dividido em 16 áreas, para facilitar o trabalho dos agentes que realizam visita casa à casa, eliminando criadouros e orientando a população. Também foram criados os pontos estratégicos, ou seja locais onde há mais possibilidades de infestação, como borracharias, terrenos baldios, obras em construção, cemitérios, armazéns de contêineres e de transportadoras. Desde 1997 até junho de 2001, foram visitados 2.518.573 imóveis, sendo que l.578.889 foram trabalhados, 896.979 foram encontrados fechados e 31.204 encontrados fechados. MULTA PESADA - Os lotes vagos são fiscalizados pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos e quando há presença de criadouros, o proprietário é multado em até 5 mil ufirs. Densidade Larvária – Executada de forma paralela às atividades nas residências e comércios, é feita avaliação de densidade larvária – ADL. Com esse trabalho é possível avaliar os índices de infestação em cada área do Município. Avaliado o índice é redirecionado o conjunto de ações para os locais, com visitas mensais ou bimestrais. Na área portuária são mantidas 59 larvitrampas, com controle de total responsabilidade da Sucen e a Fundação Nacional de Saúde. Essa área é preocupante na medida que, em julho último 22% das armadilhas estavam positivas, o que é um índice muito alto. BLOQUEIO –Atualmente, as atividades de bloqueio são realizadas em conjunto com a Sucen. Antes a tarefa cabia apenas ao órgão estadual. O bloqueio inclui o controle de criadouros enquanto a Sucen faz o bloqueio-nebulização com equipamento portátil (UBV). Neste ano de 200l, 15 agentes de controle de vetor foram treinados para operar o equipamento de UBV, auxiliando na execução do bloqueios de nebulização. O objetivo é treinar todos os agentes, o que vai possibilitar o aumento da capacidade operacional mas não será mais utilizada a pulverização pesada. O ¨Fumacinha¨, nebulização com carros, foi terminantemente proibido pela Sucen, devido à resistêndia do Aedes aegypti aos inseticidas usados. Atualmente a Sucen utiliza o Larvicida BTI (com uso restrito) com o qual vinha realizando teste em São Vicente desde o ano passado. O BTI substituiu o Abate, que teve seu uso suspenso por recomendação da Sucen nos meses de setembro a outubro de 99. Seu uso é feito com restrição, mas a preferência é o uso de medidas alternativas, como sal grosso, cloro, creolina, areia grossa e óleo queimado na limpeza de ralos e outros criadouros. RECURSOS HUMANOS - Atualmente conta o Plano de Combate à Dengue com 95 agentes de vetores, que estão atuando no combate ao vetor, 16 supervisores, 6 trabalhando nas tarefas de Informação, Educação e Comunicação, enquanto 210 Agentes Comunitários de Saúde vêm realizando a visita, casa à casa, no serviço de orientação à população sobre a doença e outras endemias. Mesmo sem receber recursos do Ministério da Saúde desde 99, o Município manteve o padrão dos recursos humanos no Programa. Em 97 eram 100 agentes de vetores; em 98 passaram para 120; no ano seguinte totalizavam 130, sem contar que naquele ano o Município introduziu os agentes de quarteirão. Em 2.000 os agentes de vetores passaram para 140, e mais 110 agentes de quarteirão. Em todo o período os agentes contavam com cerca de 16 a 17 supervisores, 2 a 3 funcionários no apoio administrativo, e média de 6 a 7 nas atividades do IEC – Informação, Educação e Comunicação, além dos motoristas.