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Festival do Imigrante oferece inúmeras atrações neste domingo

Publicado: 15 de outubro de 2022 - 18h45

ROSANA RIFE

Que tal uma viagem à gastronomia de onze países no almoço de domingo? Então, vá conferir o  Festival do Imigrante, no Centro Histórico de Santos. Em seu segundo dia, as tendas com pratos típicos, montadas em frente ao Santuário do Valongo, vão oferecer iguarias de Portugal, Japão, Brasil, França, México, Grécia, Espanha, Argentina, Itália, além de países árabes e africanos.

Outras opções estão reservadas em cardápios especiais nos estabelecimentos Armazém 22, Café Carioca, Cafeteria do Museu do Café, Estação Bistrô, Gambiarra e Tasca do Porto.

A partir das 10h30 já tem programação rolando, com o Bonde das Nações. O passeio será com o bonde enfeitado representando os países participantes. No evento também há muita música para curtir e dançar.

Há ainda apresentações com danças típicas e folclore de países participantes. Para quem adora acessórios, itens para casa e para decoração,  a opção é a Feira de Artesanato Feito em Santos Valongo e Gran Bazar, no Valongo.

Visitas monitoradas ao Palácio José Bonifácio e à Garagem dos Bondes também são opções para o tour. Sem contar as oficinas e workshops montados especialmente para os interessados em aprender pratos novos, a confeccionar bijuterias diferenciadas e até aprender as danças  gregas circulares Balos e Sirtaki ou o famoso flamenco. Confira a programação completa aqui.

PRIMEIRO DIA

No sábado, primeiro dia de Festival do Imigrante, nem a chuva que teimava em dar as caras, impediu o público de saborear iguarias diferenciadas e se divertir com toda a programação disponível para o evento.

Entre as opções gastronômicas, opções para todos os gostos e sucesso garantido para  quem estava no comando das tendas. Da Itália, animação e molho sendo preparado há uma semana para chegar num ponto especial para a clientela. No cardápio, polenta com ragu de pernil, cannoli siciliano, além de muitos antepastos.

“Tem vinho tinto e mesinha e cadeira aqui na frente. Só chegar e se deliciar. Nós mesmos preparamos os pratos. O molho é o segredo que tem que ser trabalhado e curtido. Assim divulgamos um pouco da nossa cultura e os outros países também divulgam a deles nesta festa. Afinal chegamos todos pelo Porto de Santos”, diz a presidente da Societá Italiana di Santos, Isabel Santalucia.

Do Brasil, um dos destaques ficou para o menu selecionado pela tenda da Tia Egle, em parceria com a Rangaria Lanches. Lanche de pernil marinado e servido na média e o hambúrguer de costela com fraldinha  servido no pão de cará foram os carro-chefe.

“Tem uma modalidade do hambúrguer de costela, que é ranga uai, que vai couve mineira, pimenta biquinho e redução de rapadura junto ao bacon e servido no cará também. Estar aqui é uma oportunidade de ser visto”, diz Ronaldo, da Rangaria Lanches.

A renda vai ajudar no projeto desenvolvido para a comunidade da Zona Noroeste.

“Podemos mostrar o nosso trabalho porque o resultado do evento vai ajudar muito nosso projeto e esta parceria com a Rangaria está sendo muito especial. Então, é mostrar que a crise já foi e que é momento de a gente se reinventar e se recriar”, explica a presidente do projeto, Egle Rodrigues Pereira.

SHOWS

No palco, danças típicas e show ao longo do dia passearam por Portugal, Itália, Brasil, Espanha, entre outros. Foram atrações para não deixar ninguém parado.

“A festa está ótima. Música muito boa, comida deliciosa. Já comi na tenda da França e Argentina e meu namorado, na italiana. É muito bom conhecer um pouco da cultura de outros países”, diz a secretária Camilla Henrique Machado de Melo.

E, claro que a Feira de Artesanato Feito em Santos Valongo e Gran Bazar, no Valongo também foi um dos atrativos. A pandemia foi o pontapé para Luan Gabriel Alves Nascimento começar a vender as bonecas feitas pela mãe. A terapia familiar virou negócio que agora rende frutos, ou melhor, dinheiro para ajudar nas contas de casa.

“Cada detalhe, cada bonequinha, tudo é feito à mão. Acho que é isso que encanta. Cada uma tem um estilo. A gente precisava de renda e ainda ajudou muito na autoestima. Estamos crescendo bastante e eventos assim são muito positivos”.

Sorte da pequena Renata, 8 anos, que escolheu uma delas como presente de aniversário. “Gostei muito da boneca, porque ela foi feita em um lugar muito especial”.

A mãe, Marcela Silva, explica que eles vieram de Santo André, pela primeira vez, para fazer o passeio de bonde e foram surpreendidos pelo Festival.

“Ela gostou da história que não conhecia e da boneca e estamos levando. Vimos a festa e ficamos por aqui. Está uma delícia”.

OFICINAS

Quem estava interessado em ampliar conhecimentos teve como opção as oficinas de bijuterias e de porta vela para o Natal, com vidro float, totalmente reciclado, realizado com os vidreiros Cleofaz Hernandes e Valeria Vieira que ensinaram técnica italiana para a confecção dos objetos.

Aulas de gastronomia também estiveram no cardápio, com risoto de camarão com pesto realizada pelo Chef Junior do Estação Bistrô Restaurante-escola e de pesto genovese, com representantes da Societá Italiana de Santos.

A história e técnicas do pão de cará, que já virou patrimônio cultural de Santos, também foram ensinadas pelo chef Jeff Silva, do Revo Manufactory.

“A ideia é ensinar a receita original, com manteiga, ovo, leite, enfim trazer as informações do passado, porque a receita sofreu modificações com o tempo. Passaram a retirar o leite e o purê de cará, por exemplo”, informa o chef  Jeff Silva.

A técnica em nutrição Patrícia Tane adora um pão de cará e aprovou a oficina. Ela sempre participa de cursos realizados durante as atividades e ações realizadas no Município.  “É uma forma de a gente aprender sempre mais um pouco da nossa culinária e da história da nossa Cidade. Isto foi o que me atraiu para esta oficina”.

PASSEIO

O casal colombiano David Rodriguez e Julya Gonzales esperava pelo passeio a pé pelo Centro Histórico para  os participantes conhecerem um pouco sobre a imigração na Cidade. Eles mudaram para a Baixada Santista há três semanas e estão encantados com a história da região central.

"É muito importante eventos assim para revitalizar o Centro. Acho importante para o turista mas também para a população local. Para conhecer a história e a cultura”, diz David. "É interessante para conhecer a cultura e gostei da música, o forrozinho. Nunca tinha dançado”, complementa Julya.

O designer de interiores Denilson Moura veio de Aracaju (SE) para trabalhar em São José dos Campos, no interior do Estado, em abril. Mas, acostumado a morar em cidade de praia, decidiu viver em Santos, já que atua em home office. E adora aproveitar quando há programação especial no Centro.

“Santos é uma das cidades mais históricas do Brasil e vi no Instagram da Prefeitura que haveria este Festival e fiquei interessado em conhecer.  Aqui tem coisas maravilhosas para ver”.

Revitalizar o Centro faz parte dos objetivos de eventos como o Festival do Imigrante, destaca o prefeito Rogério Santos. Isto porque o Centro, segundo ele, reúne todas as condições favoráveis para isso.

“Primeiro a história dos imigrantes chegando à cidade de Santos, vindo para a região central e dando início à nossa história; as condições de infraestrutura, o comércio e a união com a habitação que a Administração está trabalhando. É isso o que temos trazido para que as pessoas venham e, a partir deste reencontro, surjam oportunidades para o desenvolvimento urbano”.