Fams inaugura este mês roteiro histórico sobre a abolição

A importância de Santos no processo que culminou com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, pela princesa Isabel, é o ponto de partida do roteiro histórico que a Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams) inaugura este mês, marcando a passagem da data, alusiva à libertação dos escravos. Com monitoria de historiadores, o percurso, com 2h30 de duração, tem início na Praça Rui Barbosa, região do Centro Histórico onde ocorreram importantes manifestações abolicionistas, atravessa os morros Fontana e Serrat, e termina na CET-Santos, na Avenida Rangel Pestana, em cuja área funcionou, no século XIX, o Quilombo do Pai Felipe. Na descida dos morros, o roteiro passa também pelo local onde existiu o Quilombo do Jabaquara, o segundo maior do país, criado em 1882. A proposta é enfatizar os diversos eventos ocorridos em Santos, que garantiram à cidade o epíteto de terra da liberdade, conforme explicou a presidência da Fams. Dentre eles, a iniciativa de José Bonifácio, o Patriarca da Independência, que em 1820, 68 anos antes da Abolição, contratou homens livres para trabalhos em lavoura de sua propriedade, na região conhecida como outeirinho, hoje na faixa portuária. Do roteiro constam também a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, inaugurada em 1822, e o Teatro Guarany, que recebeu abolicionistas de São Paulo e Rio de Janeiro, atraídos pelas idéias libertárias de parte da população santista. Em fase final de testes, o Roteiro da Abolição destina-se a estudantes e grupos da comunidade, integrados por no máximo 30 pessoas.