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Fachadas do Teatro Guarany receberão nova pintura. Confira um pouco da história desse patrimônio

Publicado: 10 de outubro de 2019 - 18h59

Mais um imóvel histórico do Centro de Santos passará por obra de conservação, seguindo princípios técnicos de restauro. As fachadas, esquadrias e gradis de ferro do Teatro Guarany (Praça dos Andradas, 100) ganharão nova pintura. Para escolher a empresa que fará o serviço, a Prefeitura abriu licitação. 

A estimativa é de que todo o processo e assinatura de contrato ocorra dentro de 60 dias. A Secretaria de Infraestrutura e Edificações, responsável pela obra, agendará a data da emissão da ordem de serviço com a Secretaria de Cultura, devido à programação do Teatro. A pintura das fachadas tem valor estimado em R$ 283.464,37 e prazo de execução de cinco meses.

 

SERVIÇOS

 

As fachadas e esquadrias serão limpas por jato d´água, com retirada cuidadosa dos trechos de paredes quebrados e soltos, para aplicação de argamassa especial. Após lixamento e retoques de massa acrílica para nivelamento de imperfeições, a madeira receberá pintura com esmalte sintético acetinado marrom claro e as paredes, com tinta na cor areia. 

Os gradis de ferro das portas, portão em ferro e lira da escultura da “Musa das Artes” localizados na mureta para proteção e ornamentação da fachada frontal (platibanda), serão lixados e raspados com escova de aço, para a remoção de toda a ferrugem. Depois será aplicado um produto anticorrosão e esmalte sintético fosco na cor grafite escuro.

 

Histórico do Teatro Guarany

 

Primeiro edifício construído para fins teatrais em Santos, O Teatro Guarany foi inaugurado em dezembro de 1882 e destruído por um incêndio em 1981, que poupou apenas as paredes externas. Reconstruído e entregue em 2008, tem interior moderno e a fachada de inspiração neoclássica do projeto original. Destaque para as pinturas de Paulo Von Poser no teto e no foyer do segundo piso. No prédio, funcionam a Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo e a sala de espetáculo Carlos Alberto Soffredini, que homenageiam, respectivamente, o ator e o dramaturgo santistas - ambos foram também diretores de teatro.

Com a recuperação do topo da fachada principal, a estátua ‘Musa das Artes’ ganhou de volta o braço esquerdo, que desapareceu no incêndio de 1981. A reconstrução do prédio preservou a inscrição do teatro com a grafia original e a sigla SCM, acrescida em 1910, quando a Santa Casa de Misericórdia tomou posse do imóvel. Nessa época, foi retirado o frontão existente no corpo central da fachada, ajustada ao estilo eclético, vigente no início do século 20.

O Teatro Guarany já recebeu personalidades do porte de Sarah Bernhardt (1886), Emanuel Giovani (1887), Gabrielle Réjane (1902) e Artur Azevedo (1907). Além de grandes eventos artísticos, o teatro abrigou manifestações abolicionistas, incluindo discursos do jornalista abolicionista José do Patrocínio, e foi palanque para atos republicanos e até de cerimônias fúnebres, como na morte do maestro Carlos Gomes (1896), quando seu corpo passou por Santos a caminho de Campinas. Também foi no Guarany a proclamação, em 1894, da primeira – e única – constituição municipal do País.

Ao longo de quase 140 anos, o teatro foi “mudando de tamanho”. Atualmente o local comporta 350 pessoas, mas quando foi inaugurado, em 1882, tinha capacidade para cerca de 700 pessoas. Com a reforma de 1910, chegou a um mil, mas nos anos 1960 - quando passou a funcionar como cinema - a plateia foi reduzida para 170 espectadores.

Galeria de Imagens

Pintura do artista Paulo Von Poser no teto do teatro. #Pracegover
Arte de Paulo Von Poser no teto - Foto: Francisco Arrais