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Estudo mostra que um em cada 45 habitantes da Baixada Santista já teve covid-19

Publicado: 19 de maio de 2020 - 19h37

Pesquisa estima que 7,9 mil tiveram contato com o vírus em Santos

 

Terceira etapa ocorre entre 27 e 29 de maio

 

Na Baixada Santista, um a cada 45 habitantes já teve contato com o novo coronavírus. Este é o resultado da segunda etapa do estudo Epicobs (Epidemiologia da Covid-19 na Região Metropolitana da Baixada Santista), que realizou coletas de testes rápidos em 2.432 pessoas da região entre os dias 13 e 15 de maio (54 deram positivo).

Os testes rápidos identificam a presença de anticorpos para o novo coronavírus. Em caso positivo, significa que a pessoa já teve covid-19.

A partir do resultado das amostras positivas, é feito um cálculo, similar ao de pesquisa eleitoral, levando em consideração a quantidade populacional da região, para estimar o total de infectados. Dessa forma, 2,2% da população já teve contato com o novo coronavírus. O resultado da segunda etapa também permitiu verificar que a cada registro oficial da doença, outras 10 não são notificadas aos órgãos públicos de saúde. Por meio de amostra, o estudo indica que 40.608 habitantes de toda a região já tiveram covid-19, embora os dados oficiais registrem 4.062 casos na região.

COMPARAÇÃO

Em comparação com a primeira fase do estudo, cujas amostras de testes rápidos foram colhidas no fim de abril, o número estimado de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na Baixada Santista aumentou 57% em apenas 15 dias: saltou de 25.823 para 40.608. A primeira fase da pesquisa indicava que 1,41% da população da Baixada Santista já tinha tido contato com a doença. Agora, são 2,2%.

LETALIDADE

A letalidade também foi calculada. Enquanto pelos dados oficiais, a taxa fica em 6,3% na Baixada Santista pela covid-19, levando-se em consideração os dados do estudo, com um número maior de pessoas que já tiveram a doença, o índice cai para 0,48%.

Os pesquisadores envolvidos no estudo afirmam que os resultados não permitem considerar saída do isolamento social neste momento e que, por meio de curvas de incidência da doença, o pico deve ocorrer na 24ª semana epidemiológica – a partir de 7 de junho.

Pesquisa estima que 7,9 mil tiveram contato com o vírus em Santos

Em Santos, o estudo mostra que, para cada caso notificado, existem outros quatro não notificados. Foram colhidas 594 amostras de testes rápidos na Cidade, com 11 resultados positivos. Os pesquisadores estimam que 7.939 pessoas já tenham tido contato com o novo coronavírus em Santos, enquanto os casos oficialmente confirmados são de 1.773 pessoas.

Em comparação com a primeira etapa do estudo, o total de amostras positivas em Santos saltou de 8% para 11% em uma quinzena.

Ao todo, o Epicobs é formado por quatro etapas, com intervalo de 15 dias entre cada uma. A expectativa é de que, ao final de dois meses, cerca de 10 mil pessoas diferentes sejam testadas na Baixada Santista. Os resultados destas quatro fases são fundamentais para planejar ações imediatas, não só na Saúde, mas também na Assistência Social e na Economia, além de balizar o Governo do Estado quanto à situação da Baixada Santista e às medidas de flexibilização regional

Com realização da Fundação Parque Tecnológico de Santos, a iniciativa reúne mais de 40 pesquisadores de todas as universidades da região e tem apoio da Associação Comercial de Santos. Além disso, foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, do Conselho Nacional de Saúde.

A compra dos testes rápidos foi financiada pelo Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista).

Terceira etapa ocorre entre 27 e 29 de maio

Entre os dias 27 e 29 de maio, acontece a coleta de amostras via teste rápido da terceira etapa do Epicobs em Santos: mais uma vez, equipes de enfermagem e agentes comunitários de saúde percorrerão os bairros e convidarão os munícipes, escolhidos aleatoriamente por sistema computadorizado, a contribuir com a pesquisa.

As equipes de saúde estarão devidamente paramentadas com equipamentos de proteção individual descartáveis (máscara, gorro, óculos, avental) e identificados com crachá. Todos foram treinados para a realização deste trabalho.

O munícipe receberá um termo de consentimento livre e será esclarecido com todas as informações acerca da pesquisa e receberá um número de telefone para tirar dívidas. Caso aceite contribuir voluntariamente com o estudo, deve assinar o termo.

Somente após este consentimento a coleta é iniciada. Com o uso de uma lanceta descartável, é feito um furo na polpa do dedo anelar para extrair o sangue. Cerca de 15 minutos após o sangue e a substância reagente serem colocadas no teste, sai o resultado. Se aparecer uma barra horizontal ao lado da letra T, significa que a pessoa já desenvolveu anticorpos para o coronavírus.

Este exame tem o intuito de verificar, por amostragem, o quantitativo de pessoas que já tiveram contato com a doença a partir da identificação de anticorpos. É diferente do exame realizado na fase de sintomas, feito a partir da coleta de secreção das mucosas nasal e oral, quando o objetivo é identificar a presença do novo coronavírus.

Os munícipes participantes responderão ainda a um questionário com informações pessoais como sexo, idade, profissão e socioeconômicas como, por exemplo, se perdeu emprego durante a pandemia. Imediatamente, as informações alimentarão um banco de dados, que também será considerado nas decisões futuras dos governos municipais no enfrentamento e condução da covid-19.