Estudantes santistas que fazem aulas de surfe conhecem trajetória de lenda da modalidade
Além de praticar surfe no Programa de Jornada Ampliada Escola Total, no emissário submarino, 200 alunos de 6º a 9º ano dos núcleos São Judas, Ponta da Praia e Cais Milton Teixeira, puderam conhecer a trajetória do premiado surfista santista Picuruta Salazar. Eles assistiram, nesta terça e quarta-feiras (2 e 3), no MISS (Museu da Imagem e do Som de Santos), ao documentário 'A Lenda do Gato, Picuruta Salazar' (apelido dele, referência ao gato doméstico que, segundo expressão popular, sempre cai em pé).
“O objetivo foi fortalecer o aprendizado do surfe e valorizar o esporte e a cultura esportiva da Cidade, bem como trabalhar o pertencimento e divulgar um dos surfistas mais importantes do Brasil”, afirmou a coordenadora geral do Escola Total, Márcia Calçada.
Lançado em Santos em outubro passado, o filme do diretor Alex Miranda faz um paralelo entre a carreira de Picuruta – e também dos irmãos Almir e Lequinho - e o surfe brasileiro. Mostra o início do atleta na modalidade, com as pranchinhas, e depois no longboard, quebrando paradigmas e conquistando títulos com sua garra e talento natural, em uma modalidade que era dominada pelos cariocas.
Maior recordista mundial de vitórias em campeonatos (mais de 170), o atleta aparece com amigos, jornalistas, surfistas, shapers, árbitros do esporte e muitas figuras do mundo das ondas, contando casos, num relato rico e divertido.
EMOÇÃO E RISO
As dificuldades em obter patrocínio, a luta e aposta do pai em alavancar a carreira dos irmãos e depois seu falecimento, a morte de Lequinho, as rixas com os havaianos e os filhos, que hoje se destacam no esporte, emocionaram e fizeram rir a plateia. Trinta e quatro anos depois, o longa mostra Picuruta, com Almir, surfando nos mesmo lugares que competiu no passado.
Para o professor de surfe do programa, Alexandre Vaz Tarelho, 32 anos, que pratica a modalidade desde os 12, é importante que os alunos conheçam a história do surfe local e do Brasil, observando como traz equilíbrio e qualidade de vida. “Não basta a técnica, o contexto faz parte, estimula.” Michelly dos Santos Teixeira, 11, é a prova disso. “Aprendi a surfar este ano e depois de conhecer a história do Picuruta quero ser igual a ele.”
Para Ana Carolina dos Santos, 14, que pratica desde 2018, o que mais chamou a atenção no percurso profissional do ícone foi a persistência. “Ele nunca desistiu.”
Foto: Isabela Carrari