Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Estudante santista revela talendo artístico em exposição

Publicado: 27 de novembro de 2019 - 15h23

Léo Carrasco. Este nome assina objetos pintados como garrafas, caixas com tampa, porta-chaves, bandejas, telas, entre outros. Aluno do programa de atendimento domiciliar, Leonardo Carrasco Gomes dos Santos, 20 anos, produz os trabalhos durante as aulas em casa. Em exposição, na manhã desta quarta-feira (27), na Secretaria de Educação de Santos (Centro), vendeu várias peças. Todos que passavam olhavam, admirados, o talento do rapaz, que possui a Síndrome de Prader-Willi, doença genética cromossômica que causa obesidade, tendência a convulsões, problemas na coluna, alta temperatura corporal e dificuldade na fala.

 

“Eu risco os desenhos, escolhidos pelo Léo, e ele pinta”, contou a professora Luciana Lemos, 46, que há cinco anos dá aulas na residência do estudante, matriculado atualmente no 8º ano da unidade municipal Cidade de Santos. O interesse pela pintura, segundo a educadora, começou com a montagem de um quebra-cabeças de 50 peças do artista plástico brasileiro Romero Britto, em quem se inspira. “Nossas aulas diárias têm três momentos: o conteúdo pedagógico adaptado, montar quebra-cabeças e pintar”.       

 

De acordo com Luciana, hoje ele é alfabetizado, lê e se comunica oralmente, quando antes usava um vocabulário infantilizado, como ‘au-au’ para denominar cachorro. A coordenação motora, que era difícil, melhorou muito.

 

Acompanhado dos pais, Cleide Adelaide Carrasco, 61, e Marco Antônio Gomes dos Santos, 67, Léo esbanja simpatia e tem a parte cognitiva preservada. Antes do atendimento domiciliar, expressava-se por gestos e sons e estava em processo de depressão, tendo grande evolução após o início do atendimento domiciliar. Sua mãe lembra que, em três meses de aulas em casa, progrediu mais que em dez anos de sessões de fonoaudiologia.    

 

Perguntado sobre o que faria com o dinheiro das vendas de seus produtos, Léo respondeu rápido: “Comprar tablet com muitos joguinhos”. Apaixonado pela profissão de bombeiro, foi reconhecido como tal e até homenageado. “Vou sempre nos Bombeiros e vou levar meu tablet”, afirmou.        

 

ATENDIMENTO DOMICILIAR

 

Atualmente, 22 alunos alunos da rede municipal recebem os ensinamentos em casa como se estivessem em classe, com atividades adaptadas às condições de casa um. “São estudantes que não conseguem frequentar regularmente a escola em razão de deficiências físicas, mentais, bem como por condições de saúde, temporárias ou definitivas”, explicou a chefe da Seção de Educação Especial (Sedesp), Célia Plaza Gouveia.

 

No total, há 1.049 alunos deficientes incluídos na rede regular de ensino. Os professores selecionados passam por formação especial, além de terem a sensibilidade necessária para desempenhar a função.

Galeria de Imagens